Srta Violet: De Paris à Espanha - Pausado

03

Em poucos minutos chegamos em casa, já são dez e quarenta da noite, me despeço e vou pra cama, não como nada pois fomos a um restaurante lá do parque.

Deito-me, e uma avalanche de pensamentos inundam minha mente.

"O que vou fazer? Como será daqui para frente? Vou morar aqui? Por que Thomas fez isso comigo? Por que meu pai está tão diferente? Estou tão feliz. Estou tão triste."

Limito-me a chorar baixinho, fecho os olhos e em minutos consigo finalmente dormir.

Acordo com um barulho super alto de serra elétrica, olho pela janela, vejo um homem de máscara e óculos cortando uma árvore bem ao lado da casa. Saio do quarto e vejo no relógio de parede que são nove da manhã.

一 Pai? 一 Grito, pois não o vejo na sala 一 Paai! 一 Grito de novo enquanto vou até seu quarto.

Olho o resto da casa mas ele não está. Entro em seu quarto para procurar meu celular já que não o vi em nem um outro lugar.

Em sua escrivaninha tem dois porta retratos com fotos antigas, uma de toda família reunida em um almoço no jardim da casa da falecida tia Marie e a outra minha quando me formei na quarta série.

Sorrio ao me ver, eu mudei muito e meu cabelo nesse tempo era de um loiro mais escuro.

Sento-me na cama e vejo o celular na mesma, o pego e ponho o porta retrato de volta.

No visor não tem nada, nem uma chamada, sinto-me triste pois apesar do que Thomas fez eu ainda o amo. E o fato de ele ligar me fazia pensar que ainda pensava em mim, mas agora se ele não ligar mais, então realmente acabou.

Deito com os braços abertos, penso por alguns segundos em nossa última discussão.

Ainda me pergunto o porque. Estava tudo tão bem.

Viro-me para ligar pra Raquel, antes que o faça ouço a porta abrir, só agora percebi que não tem mais aquele barulho irritante da serra, levanto e vou até a sala.

一 Pai, acordei e você não estava 一 digo pegando uma das sacolas de sua mão.

一 Desculpe, fui comprar umas coisas, hoje teremos um convidado 一 explica enquanto seguimos pra cozinha.

一 Quem vai vim? 一 Indago curiosa e um tanto quanto nervosa.

一 Você lembra do Romero, filha? 一 Indaga guardando as compras.

一 Ah, claro que lembro ele vai vim que horas?

一 Não, não é ele, é o filho dele 一 neste momento o barulho volta.

一 Ah meu deus! Que barulho chato, acordei por causa desse idiota que fica fazendo zoada a essa hora da manhã na porta dos outros 一 desabafo com raiva enquanto olho pela janela.

Ele começa a rir, um sorriso alto e contagiante, também sorriu apesar de não entender nada.

一 O que foi?

一 Esse denominado por você "idiota" é o filho de Romero 一 após falar isso, ele sorrir ainda mais.

Arregalo os olhos, ponho a mão na boca e solto uma grande gargalhada.

一 Nossa, sério? Desculpe pai 一 murmuro ainda sorrindo.

一 Tudo bem, você pode se redimir levando esse suco pra ele 一 diz pegando a jarra na geladeira e um copo na estante da cozinha.

一 Tá bom 一 assinto ao pegar de sua mão.

Saio, e totalmente envergonhada chego perto dele.

Ainda de máscara e óculos não consigo ver sua aparência, mas seu corpo é daqueles caras de academia, porém dá para perceber que é natural. Não é bombado, mas sim forte e másculo.

一 Oi! Oiii! 一 Chamo de longe 一 Dá licença! Oi! 一 Me aproximo o chamando mais alto, mas ele não escuta pois o barulho está estridente 一 Oooii! 一 grito o mais alto que consigo.

Ele desliga a máquina, tira suas proteções e revela seu rosto.

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