Apenas Doze

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Corri do pequeno caminhão até a cozinha e da cozinha de volta ao caminhão. Meu tênis fazia um sonoro barulho de "plock, plock" cada vez que eu dava um passo e não iria parar tão cedo, porque essa chuva em si não parecia queria se dissipar. Mesmo assim eu sorri. O trabalho dessa noite nos elevaria a um novo patamar e por isso eu correria na chuva ou com os pés descalços em pleno deserto. Preciso comprar um presente lindo de agradecimento a Billy. A indicação dele nos trouxe aqui.

Passei outra caixa de champanhe para Clara que assim como eu sorria, satisfeita por estar ali e simplesmente trabalhar em um evento tão importante quanto esse. Se bem que eu mesma mal sabia sobre o que era. Homenagem a alguém? Cerimônia de entrega de uma placa de honra? Foram tantas explicações que tanto eu, quanto Clara paramos de perguntar.

Tirei o capuz da cabeça quando eu e ela começamos a levar mais bebidas para uma das tentas montadas ao lado do salão principal. Tudo estava incrivelmente maravilhoso apesar da chuva. Velas enfeitavam as mesas que logo receberiam os convidados em um glorioso jantar, uma música lenta era tocada constantemente o que fazia minha respiração querer se igualar a tranquilidade do ambiente, e ainda tinha a felicidade impregnada em mim. Já faziam três dias que Matt tinha ido viajar o que significava que dali mais três dias eu estaria com ele outra vez.

Ainda não podia acreditar no incrível sim que ele me dera.

Quando parti para o trabalho na manhã seguinte eu quase me senti flutuar.

Eu amo você. E amo da maneira certa. Amo como um homem deve amar uma mulher.

Sim. Aquela voz rouca dele e suas palavras seriam pra sempre o melhor presente que poderia receber. Então agora - junto com todos os eventos que estamos arrumando - eu também deveria me preocupar com o meu evento. Eu casaria em fim com o amor da minha vida.

Comecei a suspeitar que alguém havia parafusado meu sorriso e que nunca mais eu deixaria isso ser revertido.

-Está tudo tão lindo! - Exclamei para Clara que assim como eu reorganizava os talheres e pratos nas mesas.

-Verdade, nós fizemos um trabalho lindo parceira. - Ela sorriu pra mim como o gato da Alice. - Vamos beber depois daqui?

-Feito. - Topei. - Quero comemorar.

-Quem é você e o que fez com minha amiga? - Ri alto assim como ela.

-É possível morrer de felicidade?

-Não sei, mas olha, essa seria uma boa maneira de morrer. - Ajeitei outra mesa e outra. Cada detalhe não podia ser esquecido. - Estou com saudade do meu homem. - Ela disse.

-E eu do meu.

-Devíamos sair um dia desses, nós quatro, o que acha?

-Super! - Exclamei feliz. - Encontro de casais.

-Isso. Assim faremos alguma coisa que não seja aquela droga de treinamento que você e o Billy insistem em fazer. - Revirei os olhos enquanto ria.

-Você é uma implicante.

-Ei. - Ela chamou e eu virei pra olhar pra ela. - Não é melhor levar mais taças pra lá? - Clara apontou para o salão onde todos ainda estavam. Fomos instruídas de que bebidas não deveriam faltar em momento algum por isso o medo dela em não deixar nada errado.

-Tudo bem. - Eu disse. - Eu levo. - Apanhei sobre a mesa uma bandeja cheia de taças vazias de cristal. - Só é uma maldade passar por esse corredor limpinho com os tênis cheios de lama.

Uma Gota de Sangue - Ruth CostaOnde histórias criam vida. Descubra agora