Apenas Vinte e Um

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-Oi. - Sussurrei pra ele.

-Oi. - Matt respondeu cruzando a porta e vindo até onde eu estava.

-Vim colocar o bebê pra dormir. - Contorcia as mãos e me sentia ainda mais idiota por isso. A mulher forte que se moldou sobre a base desse fim não era a mesma mulher parada a frente dele.

-Você não tem essa sensação de que ele deveria ser nosso?

-Não. - Menti. - Bia merece ter essa felicidade. - Ele olhou para o pequeno Eric suspirando na cama e quando voltou a me encarar parecia perdido.

-Eu amo meu filho Clen, o amei desde que soube que ele chegaria. Ele é minha continuação, minha marca aqui. Mas para a Bia ele é uma compensação. Um substituto para Colin e eu não quero isso. Meus filhos vivem em mim. Os dois, não apenas um.

-Eu soube que foi aqui que aconteceu.

-É?

-O Billy contou... Ao Adam, eu acho.

-Estranho. Billy não fala sobre isso com ninguém.

-Assim como você. - Provoquei.

-Ei, estou falando com você agora. - Dei um meio sorriso. - Essa casa era minha. Depois de tudo eu quis vendê-la e Billy comprou.

-Você é bem rico não é? - Foi à vez dele de rir.

-Um pouco sim.

-E o que ela faz? A Bia?

-É melhor não falarmos sobre isso. - Fiz uma cara de espanto e ele riu. - Como vai o trabalho?

-Crescendo. Graças a você e o Scott e o pai dele. Nossa! Tenho muitos homens me ajudando.

-Isso não é bom de ouvir.

-Bobo.

-Sua mãe? - Perguntou.

-Vai bem. - Um silêncio pesou sobre nós. Eu olhava pra ele sabendo que só passaria pela porta se de algum modo o tocasse e se o tocasse eu estaria em sérios apuros.

-Nervosa?

-Um pouco sabe.

-E por quê?

-Ah! Por isso. Sabe, isso tudo. Você e... Eu e... Um quarto.

-E uma cama.

-Com um bebê. - O lembrei, mas Matt deu alguns passos em minha direção.

-Você fica linda nervosa Clen.

-Isso não é nenhum pouco justo.

-Não, não é mesmo. Mas eu não vim aqui em busca de justiça.

-Não?

-Não. - Mais passos.

-E veio em busca do que?

-Você.

Foi sem permissão - porque na verdade isso não era necessário - suas mãos enterradas em meu cabelo forçando meu rosto para encara-lo. Dei alguns passos para trás até esbarrar na parede oposta. O corpo dele contra o meu e a boca... Sim. A boca contra a minha.

Uma Gota de Sangue - Ruth CostaOnde histórias criam vida. Descubra agora