Ana Clara
Percebi que estava acontecendo algo de errado com Pedro, quando vi o mesmo sair daqui correndo. Minha mão conçou para ligar para ele e perguntar o que estava acontecendo, mas não achei que fosse apropriado mesmo depois da nossa conversa na sua sala. Hoje meu dia começou da pior forma possível e está terminando com Pedro indo embora para minha casa. Ele está bem abalado, vou tentar conversar com ele para saber o que está acontecendo.
-A casa da sua mãe é longe da sua? - pergunta enquanto dirige para a casa da minha mãe.
-Não é não, faço esse caminho todos os dias. - olho de relance pra ele. - Davi fica com ela, já que durante o dia eu trabalho.
-E como ele está? Não me conformo que aquele maldito tenha falando com ele assim, ele é uma criança. - fala revoltado.
-Quando Davi nasceu e soubemos que ele jamais iria enxergar, Milton ficou duas semanas sem olhar para Davi. Ele se culpava, falava que estava pagando algum pecado para o filho dele ter nascido cego. - um bolo se forma na minha garganta. - Eu o repreendi e depois ele começou a se aproximar, Davi era apaixonado pelo pai já agora... Ele só tem sete anos, é um menino solitário ainda mais depois que Milton começou a se afastar de nós... - conto. - Eu gostaria de ficar com ele todo dia, mas tenho que nos sustentar e dar uma vida melhor pra ele.
-Ele me parece ser um menino inteligente. - sorri de canto.
-Sim ele é. - falo com orgulho. - Ele sofre com as rejeições eu sei disso, minha irmã não pode ver ele que o maltrata, agora o pai fez o mesmo hoje... Ele só tem a mim e não posso falhar entende. - choro baixinho.
-Você é uma boa mãe Moranguinho. - coloca a mão na minha perna.
Chegando na casa da minha mãe, falo pra ele ficar no carro e entro rapidamente para pegar Davi. A casa está um verdadeiro silencio, vou até o quarto da minha mãe e abro a porta devagar. Meus pais estão dormindo e Davi está no meio de olhas abertos quietinho.
-Filho? - sussurro.
-Mamãe! - sorri se sentando.
Eu pego ele no colo e chamo minha mãe.
-Oi filha, desculpa acabei dormindo. - senta na cama. - Esse mocinho deu trabalho hoje, ele está triste e não quis me contar.
-Depois conversamos mãe, Pedro está no carro me esperando. - digo pegando a bolsa de Davi do chão.
Eu coloco ele no chão e vou levando ele para sala, minha mãe apressa os passos e me para antes de sair.
-Pedro? Quem é esse? Ai minha nossa senhora, já está se envolvendo com cara errado minha filha? - me olha com desgosto.
-Mãe depois tá, não quero falar sobre isso.
Inferno! Sempre sou a filha que faz merda pra ela, nunca minha irmã.
Ela não me escuta e vai comigo até o carro, Pedro está parado do lado de fora de braços cruzados. Ele sorri ao nos ver e se aproxima de Davi se abaixando para falar com ele.
-Oi Davi, eu sou Pedro amigo da sua mãe. - meu filho se agarra a minha mão.
-Fala com ele filho. - digo.
-Oi Pedro. - fala baixinho. - Você também vai me chamar de ceguinho?
Um soco no estômago é essa a sensação que sinto, ouvir isso do Davi é doloroso fazendo o choro querer se manifestar, porém me seguro.
-Eu quero ser seu amigo, sua mãe deixou. - Pedro pisca pra mim.
-Ele quer ser meu amigo mamãe? - ele abre um sorriso lindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu Escolho Você - Série Paixões Perigosas - Livro 5
RomantikPLÁGIO É CRIME! Ela recém separada e com um filho de sete anos para sustentar. Ele prestes a se casar com uma mulher que nunca amou. Ela louca por um emprego. Ele louco atrás de uma secretária. Ela trinta e sete anos. Ele quarenta e dois anos. ...