Lugar calmo e tranquilo

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(Pov Analú)

Já tinha escurecido por completo e ainda estávamos no carro, tínhamos devorado boa parte das coisas que Gabriel havia comprado e confesso que estava começando a ficar enjoada. Talvez seja a combinação das besteiras que comi com essa pequena viagem de carro.

-O que foi? -Ele perguntou e eu o olhei. -Está quieta.

-Nada. -Respondi. -Já estamos chegando à seja lá onde estamos indo? Estou ficando enjoada. -Confessei.

-Tudo bem, deve ter algum lugar por aqui. -Respondeu.

-Você não sabe onde estamos indo, não é? -Me mexo no banco buscando uma posição mais confortável.

-Na verdade não. -Confessou. -Más isso é bom, se nem nós sabemos para onde vamos, imagine quem nos persegue. -Brincou, e eu não sei porque más o fato dele não dizer exatamente quem nos persegue me deixou incomodada.

-Sua ex. -Lembrei a quem ele deveria se referir.

-O que tem ela? -Perguntou, não deve ter entendido.

-É ela quem nos persegue, junto com o pai é claro. Não consegue fazer nada sozinha. -As palavras simplesmente foram saindo da minha boca más Biel não respondeu, apenas seguiu dirigindo.

Outra vez o silêncio pairou naquele carro e ficou assim por pelo menos mais longos dez minutos, quando finalmente ele foi estacionado, graças a Deus um hotel, bom parece ser um. Àquela rua como as outras que passamos não tinha movimento, era tudo tão calmo.
Descemos do carro e fomos em direção ao senhor sentado numa cadeira de balanço fazendo coisas artesanais, tinha de tudo, desde pulseiras a cestas de palha.

-Boa noite! O senhor trabalha aqui? -Biel perguntou, eu apenas observava ao seu lado.

-Se eu trabalho aqui? Minha mulher e eu somos os donos. -Ele sorriu simpático. 

-Certo. -Forcei um sorriso e Biel fez o mesmo.

-Se quiserem saber sobre os quartos, podem entrar, falem com minha esposa, Glória. Não tenho certeza se há quartos disponíveis, apesar de dois andares o lugar não é muito grande.

-Certo, obrigado vamos lá então. -Gabriel sorriu e o senhor fez o mesmo.

Entramos no lugar e fomos até a moça atrás do balcão, ela falava com alguém ao telefone então esperamos até que ela terminasse.

-Desculpe tê-los feito esperar. -A senhora disse ao encerrar a ligação.

-Tudo bem. -Gabriel sorriu. -Falamos com o marido da senhora lá fora, gostaríamos de saber se há algum quarto disponível.

-Oh sim, estão com sorte hoje, temos um único quarto. Ficou vago hoje pela manhã. -Ela sorriu, um sorriso simpático. Acredite senhora, se estivéssemos com sorte hoje, não estaríamos aqui.

-É parece que demos sorte. -Eu disse sem ânimo.

-Bom se quiserem ficar, são dez dólares a diária por pessoa. -Informou.

-Perfeito, vamos ficar. Espera aqui, amor? Vou buscar nossas coisas no carro. -Me perguntou.

-Claro. -Respondi e ele foi.

-Vocês não são daqui, são? -A senhora perguntou quando ficamos somente ela e eu naquela pequena recepção.

-Não, na verdade não somos daqui do Canadá. -Expliquei.

-Certo, então estão à passeio? -Perguntou.

-É, mais ou menos isso. -Fui breve, ela só esta sendo gentil, eu sei. Más não é o melhor momento para conversa. Não para mim.

-Okay, vou parar com as perguntas. -Ela disse sem graça, pareceu ter lido meus pensamentos.

-Perdão, não me leve a mal é que foi uma viagem longa.. -Tentei me desculpar.

-Tudo bem, querida, eu entendo. -Ela compreendeu, ótimo agora me sinto péssima.

-Amor, uma ajudinha aqui? -Gabriel voltou com  as malas, uma mochila e a sacola com o que sobrou das coisas que ele comprou na lojinha do posto, Ufa! É um bom motivo para não ter que continuar conversando. Tudo o que eu quero é entrar naquele quarto, tomar um bom banho e esquecer por pelo menos cinco minutos, tudo o que está acontecendo.

Caminhei até Gabriel e o ajudei com as malas, ele deu dinheiro de pelos quatro dias de hospedagem e depois de ter nos entregado a chave, ela nos guiou até um dos quartos que ficava no andar de cima, fomos de escada, ali não tem elevador.

-Bom, o quarto de vocês é este. -Ela parou enfrente a uma das portas, haviam mais três naquele corredor. -O preço da hospedagem já está incluso as refeições, não sei se já comeram ou não estão com fome más o jantar sai daqui.. -Ela faz uma pausa para olhar seu pequeno relógio de pulso. -Daqui uma hora. -Ela sorriu. -O refeitório fica na porta à esquerda do balcão onde os atendi.

-Certo, Glória. Obrigada. -Agradeci.

-Espere um pouco. Vocês sabem meu nome más não sei o de vocês. -Ela disse, claro, a gente nem se apresentou, quem esquece de se apresentar?.

-Claro, perdão. Sou Gabriel e essa é minha namorada, Analú. -Ele disse, eu sorri.

-Más pode me chamar só de Anna. -Sugeri.

-Certo, lindos os nomes. -Ela sorriu. -Aliás, lindo o casal. -Agradecemos. -Bom, vou deixá-los se acomodarem, se precisarem de algo não hesitem em pedir.

-Okay, obrigada mais uma vez. -Agradeci e ela nos deixou.

Gabriel abriu a porta e eu entrei primeiro, ele logo me acompanhou e deixamos as malas sobre a cama. O quarto não era muito grande más era bem aconchegante, tinha até uma pequena escrivaninha, era decorado em tons claros de azul e branco o que trazia uma certa calmaria.

-Eu gostei. -Ele disse, reparou que eu analisava o quarto.

-É, eu também, é calmo. -Eu disse.

-Vou tomar um banho, quer ir primeiro? -Me perguntou.

-Não, tudo bem. Eu vou logo em seguida. -Sorri fraco. -Ele veio até mim, beijou minha testa e foi para o banheiro.

Há alguns livros na escrivaninha, perfeito, uma boa distração.

Depois de Você (FINALIZADA)  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora