(Pov Analú)
Lá estava eu nos braços de Nate, outra vez sendo carregada. Ainda estava vendada e com os braços amarrados, o lugar era silêncioso e eu só conseguia ouvir seus passos.
-Chegamos. -Ele disse. Sustentando todo o meu peso em um de seus ombros, acho que para ter facilidade em abrir a porta ele o fez.
-Até que enfim. -Uma voz familiar soou ao fundo, Nate me botou em pé no chão e tirou o lenço dos meus olhos quando já estávamos dentro.
-Cadê o garoto? -Ele perguntou ignorando o que pareceu ser uma reclamação dela, Lorena. Sim, Lorena. Era a vadia ali em carne e osso, eu nem conseguia dizer nada.
-Está trancado no andar de cima. -Ela cruzou os braços impaciente. -O garoto é insuportável quando está assustado.
-Eu não acredito que deixou ela chegar perto do meu filho. Por que está fazendo isso, Nate. E por que ela está aqui? -Perguntei com o rosto voltando a molhar em lágrimas.
-Olha, eu explico outra hora, vou precisar me ausentar um pouco para resolver umas coisas, então...-Ele estava calmo, meu mundo estava desabando por conta dele e o mesmo estava calmo. -Lorena, leve nossa hóspede até o quarto dela. -Pediu.
-Más é claro. -Ela dizia sorrindo, eu queria quebrar todos aqueles dentes. -Por aqui, Srta. Herrera. -Ela apontava para a escada. -Ah, e antes que pense em fazer alguma coisa, quero que tenha conhecimento do que pode acontecer com você. -Avisou tirando um revólver de sua cintura. Por Deus! Qual é o objetivo deles?
-Não assuste a menina, Lorena. -Nate pediu.
-É só um aviso, questão de segurança, para mim é claro. -Disse irônica e Nate fechou a cara, ela revirou os olhos. -Ela e o menino estarão vivos quando voltar, eu prometo. -Ela disse. Então Nate estaria à frente da situação? Ao que tudo indica sim, más o que ele quer?
-Espero. -Ele disse e saiu pela porta por onde entramos, pela fresta consegui ver que já estava completamente escuro.
-Onde está, Enzo? -Perguntei a ela.
-Acredito que assustado, te esperando. Vamos.
Sem relutar subi as escadas com Lorena logo atrás de mim, a casa mal tinha móveis pelo pouco que consegui ver e as janelas viziveis estavam bloqueadas com madeiras grandes pregradas nelas. Passamos pela primeira porta e na segunda ela segurou em meu braço para que eu parasse.
-Vou desamarrar você, para mostrar que não sou tão má assim. -Ela disse, alguém traga um "troféu bondade" para a moça.
Guardando a arma de volta no cós de sua calça, ela desfez o nó que Nate havia feito na corda com um pouco de dificuldade.
-Obrigada. -Agradeci em tom de ironia.
Dando um meio sorriso, ela destrancou a porta com uma pequena chave que tirou de seu bolso, e me empurrando indelicadamente para dentro ela logo voltou a trancar.
-Mamãe! -Enzo correu assustado em minha direção.
-Meu amor. -Ajoelhei, ou melhor. Desabei de joelhos e apertei meu filho em meus braços, estávamos chorando más eu chorava mais. Era um misto de alívio e medo, alívio por ele estar ali em meus braços aparentemente sem machucados, e medo ainda pela expectativa do que pode acontecer com a gente.
-Mamãe, eu estou com medo. Papai está muito zangado e a tia Lolo está diferente, eu não quero ficar aqui. -Ele dizia enquanto eu, mais calma enxugava suas lágrimas.
-Eu sei meu amor, más agora não dá para a gente ir embora. -Disse. -Eles bateram em você? -Perguntei.
-Achei que tivesse vindo aqui me buscar. Por quê não podemos ir? -Perguntou claramente confuso, sem entender a real gravidade da situação. -Não me bateram, más o papai gritou muito comigo, mais do que estou acostumado.
-Okay. -Agradeci mentalmente por não terem machucado ele. -Nós vamos ficar bem. Alguém vai vir nos buscar. -Disse e beijei o topo de sua cabeça.
(Pov Gabriel)
-Continue reto. -Bia pediu. -Parece que estamos perto.
-Perto do que? Não tem nada por aqui além de terra e mato. -Digo isso pois o lado esquerdo da estrada era tomado por uma floresta.
-Eu não sei, o farol do carro é a única coisa que ilumina esse lugar. -É verdade, está tudo um completo breu. -Ali, é ali na frente o celular está aqui. -Ela dizia eufórica.
-Calma. -Travei as portas do carro logo que parei o mesmo.
-O que está fazendo? -Perguntou confusa.
-Não temos nada para nos defender, não podemos chegar assim. -Expliquei.
-Já ia me esquecendo. -Ela bateu na testa como forma repreensão, logo abriu o porta-luvas do carro tirando de lá uma pistola, ela me mostrou que estava devidamente carregada.
-Nossa. -Eu estava surpreso. Como ela esqueceu desse "pequeno" detalhe?.
-Consegui com um amigo. Achei que poderíamos precisar. -Ela disse.
-Muito bem, Beatriz, foi inteligente. -Elogiei. -Más eu fico com isso, por segurança. -Disse pegando a arma de sua mão, não sei se confiaria uma arma nas mãos de Bia, com a vida de Anna e Enzo em jogo.
-Tudo bem, vou fingir que não fiquei ofendida com isso. -Comentou saindo do carro quando destravei as portas.
-Espera! É melhor eu ir na frente. -Sugeri me juntando a ela.
-É claro, é você quem está com a arma. -É impressionante como a ironia não a abandona em momento algum.
Bia me deu o celular com a lanterna ligada, estava mesmo muito escuro e silencioso. Eu ia na frente com a arma carregada e engatilhada em uma mão e o celular com a lanterna em outra, Bia vinha logo atrás se protegendo em minhas costas. Chegamos até o que parecia ser um comércio abandonado, tentei abrir a porta e nada, acho que não é aberta à anos.
-Não tem ninguém aqui. -Disse frustrado depois de revirar o local.
-Só consegui rastrear até aqui. -Bia pegou o celular da minha mão.
Enquanto me sentei no chão pensando no que fazer agora, Bia revirando as tralhas que tinham ali.
-Encontrei. -Ela disse.
-O que, o que você encontrou? -Perguntei e virei o rosto para olhar.
-O celular. Más não liga, está quebrado. -Ela suspirou.
-E voltamos a estaca zero. -Lamentei-me levantando.
-Bom, a gente sabe que ela passou por aqui. Já é alguma coisa. -Tentou.
-Sim, más ela não está aqui e não deixou nem sinal de onde possa ter ido. Nós nem conhecemos nada por aqui, Bia.
-Tenho medo do que pode estar acontecendo com ela e Enzo. -Ela disse.
-É o que mais me assusta. Precisamos encontrá-los o quanto antes.
-Acho que chegou a hora de envolvemos a polícia, não vamos conseguir fazer isso sozinhos. -Disse me olhando.
.....
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Depois de Você (FINALIZADA) ✔
Romance"Depois de você" vai contar a história de duas pessoas que tiveram uma linda história de amor juntos, de um lado, Analú Portilla Herrera (Danielle Campbell) do outro, Gabriel Saviñón Uckermann (Justin Bieber). Ambos se conheceram ainda crianças, seu...