"Se ele os machucar, eu o mato!"

28 4 0
                                    

(Pov Analú)

Eu estava andando a cerca de quarenta minutos, Nate pediu que eu abandonasse o carro da última vez que entrou em contato. Meu rosto ainda estava úmido, a pouco conseguir cessar as lágrimas. Eu me sentia derrotada, estava cansada, com sede e meus pés doíam ao ponto de latejar más a dor pior era a do meu peito, eu sempre fui corajosa más agora estava morrendo de medo, a incerteza das condições em que Enzo estava sendo mantida me dava medo. Passei anos ao lado de Nate e acredito que ainda não conheço seu pior lado.

O céu está alaranjado, daqui a pouco vai escurecer e por sorte (se é que posso dizer assim) consegui chegar antes que isso acontecesse ao local que ele me pediu. Uma venda aparentemente abandonada, e assim que cheguei meu celular tocou.

-Pronto, achei o lugar. -Avisei assim que atendi.

-Ótimo. Tem um vaso de flores, enfrente a porta? -Perguntou, eu procurei e não demorei muito a encotrar o vaso em meio a toda àquela tralha. Não era bem um vaso de flores, não havia flores, só o vaso com um pouco de terra suja.

-Sim, tem. -Confirmei. 

-Em baixo do vaso, eu botei um lenço preto. -Avisou.

-Quer que eu vende meus olhos? -Perguntei.

-O que você acha, docinho? Anda, coloque o lenço nos olhos que eu estou chegando. -Disse ríspido e desligou, eu retornaria a chorar se eu houvesse me restado lágrimas.

Fiquei sentada naquele chão sujo, encolhida e com medo por cerca de dez minutos, até que ouvi barulho de carro se aproximando, deduzindo ser ele, me levantei.

-Sentiu minha falta? -Era ele más não respondi. -Okay, sem conversa então. -Ele disse. -Me dê suas mãos.

-Para quê? -Perguntei com receio.

-Vou amarrá-las. -Disse óbvio.

-Não precisa disso, Nate. Não vou tentar fazer nada. -Garanti.

-As mãos, Analú! -Ordenou, relutante eu obedeci, enquanto o sentia amarrar minhas mãos uma na outra com o que parecia ser uma corda. -Bom, acho que não vamos mais precisar disto. -Ele disse pegando no cós da minha calça jeans o celular que usei para me comunicar com ele, pelo som que ouvi ele jogou em algum lugar ali no meio do lixo onde encontrei o vaso.

Sem paciência para me guiar até o carro, ele me pegou no colo agilizando o processo.

-Sabe, você está linda. Ainda com aparência cansada, suada e com carinha de medo você está linda. -Ele disse.

-Por que está fazendo isso? -Perguntei tentando entender porque alguém faria isso.

-Você vai descobrir. -Respondeu simples.

-Com quem deixou Enzo? -Mudei a pergunta.

-Olha, se não quiser que eu também feche sua boca. Sugiro que a mantenha fechada. -Disse e eu preferi ficar quieta.

(Pov Gabriel)

Já havia escurecido por completo, Anna vai ficar uma fera sem sombra de dúvidas, más virando a esquina algo me chamou atenção, meu carro não estava lá. Deixando o resto do pessoal para trás, apressei o passo encontrando Glória logo na entrada.

-Com licença, Glória. Viu se alguém pegou meu carro? -Perguntei.

-Ah sim, foi Anna quem o pegou. Ela disse que ia sair para dar uma volta. -Informou.

-Ela disse isso? -Perguntei, Anna não sairia sozinha mesmo depois da nossa discussão, tem coisa aí.

-Disse e parecia que ela havia chorado antes, seus olhos estavam vermelhos, não perguntei nada porque não queria me meter eu vi que ela tentou esconder. E também estava com pressa. -Concluiu.

-Chorando? Tudo bem, vou subir. Obrigado. -Subi as pressas para ver se ela havia deixando qualquer indício de onde estaria.

Revirei o quarto todo fazendo uma completa bagunça e nada, nada de bilhetes, nada de recados, nada. Más ela levou o celular então nem tudo está perdido, procurei o meu aparelho e o encontrei debaixo do travesseiro onde havia deixado, fazia algumas horas, talvez vinte e quatro, que o sinal estava ruim, pelo visto havia voltado ao normal, tem vinte e duas chamadas perdidas de Bia, eu etava com um pressentimento ruim más precisava saber o que estava acontecendo, com certeza havia ligação com o motivo que fez Anna sair.

-Bia, o que aconteceu? Vi agora suas chamadas perdidas, estávamos sem sinal. -Expliquei quando ela atendeu.

-Anna está por perto? -Perguntou. -Preciso dar uma notícia a ela. -Bia parecia aflita.

-Não, ela não está. Saiu com o carro e eu não sei para onde. O que houve? Pode me contar. -Pedi.

-Olha, em uma das minhas conversar com Anna, ela me disse onde vocês estão, estou aqui no Canadá, chego aí em vinte minutos e assim que chegar explico tudo à você. Preciso desligar por que estou dirigindo, conversaremos melhor quando eu chegar aí.

-Não. Se é algo que te fez vir até aqui, certamente é grave. Bia, a Anna sumiu, se você sabe de alguma coisa por favor me diga. -Implorei.

-Chego em vinte minutos, prometo. -E desligou.

Ela não demorou nem isso, em quinze minutos ouvi barulhos dos pneus raspando no chão do lado de fora, caminhei até a janela e a vi sair do carro, Bia sempre fora uma pessoa tranquila, já tinha uma expressão "brincalhona" estampada naturalmente em seu rosto más que agora eu não via.

-Oi. -Ela disse assim que entrou no quarto.

-Oi, por favor me diz o que aconteceu. -Pedi.

-A que horas Anna saiu? -Perguntou.

-Nós discutimos à tarde então saí, voltei a pouco e ela não estava. -Expliquei.

-Merda, eu tentei ligar antes. -Bia lamentou.

-Antes do que? Bia pelo amor de Deus me diga de uma vez!

-Nate conseguiu pegar o Enzo na escola. Como ele ainda é novo por lá  não há muitas informações sobre ele ou sobre quem pode ou não pegá-lo na escola. Anna tinha entrado em contato com eles para que permitissem que sua mãe, Maria e eu pudéssemos pegá-lo, ela não fez nenhuna restrição sobre Nate e como ele é o pai do menino liberaram a saída dele. Nós entramos em desespero quando Maria voltou da escola contando que Nate havia pêgo o menino, eu tentei ligar assim que recebemos a notícia mas nenhum de vocês atenderam o celular, então eu vim até aqui, más parece que cheguei atrasada. -Lamentou.

-Isso não pode estar acontecendo. -De novo a fase da negação.

-Provavelmente ele deve ter entrado em contato com ela. Talvez, tenha usado Enzo para chantageá-la e conseguir com que ela siga suas ordens. -Sugeriu enquanto me via andar de um lado para o outro. -Talvez por isso ela tenha saído, deve estar indo se encontrar com ele.

-Eu juro que se ele os machucar, eu o mato. Não estou brincando, já estou cheio dele. -Disse enquanto Bia me olhava confidente. -Qual o plano? Pensou em alguma coisa?

-Ela levou o celular? -Perguntou, acenei com a cabeça, concordando. -Perfeito. Eu tento rastreá-la e você dirige. -Disse e me jogou as chaves do carro.

...

Depois de Você (FINALIZADA)  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora