O Julgamento

35 3 3
                                    

Três semanas haviam se passado, as terapias de Enzo finalmente tinham terminado e o pequeno estava ótimo, os pesadelos finalmente tiveram um fim. Com a chegada do casamento de Bia e Alana, a vida de Anna também estava uma correria, ela se dividia em ajudar a amiga nos preparativos e passar um tempo com a família. Mia como sempre, estava presente nos preparativos esse era o momento em que mais se divertia durante o dia segundo a mesma, que passava seu tempo contando os minutos até poder estar no salão ajudando com sua boa opinião ou até mesmo escolhendo onde ficaria os arranjos de flores.

O julgamento de Gabriel também estava chegando, era no mesmo sábado do casamento por tanto ele não sabia ao certo se iria participar da cerimônia mas, claro, todos estavam esperançosos.

Era sexta-feira à noite, dia anterior ao julgamento e Gabriel apesar de confiante, estava nervoso. Estava pensativo, sentado na cama em que dividia com Anna. Estava sem camisa, os cabelos louros desalinhados e úmido por seu banho recém tomado, o lençol o cobrindo até a cintura, as costas encostada na cabeceira da cama e ele esperava a namorada subir para se juntar a ele.

-Vou só tomar um banho e já me deito com você. -Avisou Anna entrando no quarto e logo em seguida ela fora para o banheiro.

Anna passara cerca de quinze minutos no banho antes de sair enrolada em sua toalha branca.

-Eu não aguento mais ver flores, acredita que a Bia resolveu mudá-las umas três vezes até decidir com qual ficaria?. -Perguntou Anna que não obteve resposta. -Ei? Amor!. -Ela o chamou.

-Perdão, eu não ouvi nadinha do que disse. -Se desculpou.

-Está pensativo. -Ela se aproximou sentando se na cama e acariciando seu rosto com as costas da mão. -Amanhã é o grande dia, eu estou confiante. -Ela tentou passar confiança a ele. -Vai dar tudo certo. -Afirmou.

-Espero. -Ele suspirou um pouco desacreditado. -Não sei se suportaria ficar longe de você e das crianças de novo. -Temeu.

-Não vai acontecer, amanhã você será declarado inocente e não vamos nunca deixar você sair de perto da gente outra vez. -Ela abriu um largo sorriso que o contagiou.

-Eu amo você, tampinha. Posso tirar essa sua toalha?. -Perguntou ele com um sorriso malicioso segurando em uma das pontas daquele pano.

-Deve. -Ela autorizou e ele o fez. Com um unico movimento ele a tirou da toalha revelando seu corpo nu perfumado pelo sabonete de rosas vermelhas.

...

Na manhã de sábado, Anna e Gabriel acordaram cedo para o julgamento, sete horas da manhã eles já estavam de pé. Decidiram, na verdade Anna decidiu, que não contaria nada as crianças por enquanto más prometeu ao namorado que o faria caso ele fosse condenado.

No percurso de carro até o local onde aconteceria o julgamento, Anna que fora dirigindo já que sentia o namorado ainda um pouco distraído. Ela até tentara puxar assunto algumas vezes com ele más acabara tendo que repetir as perguntas porque ele não a ouvia da primeira vez.

Logo na entrada encontraram com o advogado que defendia Gabriel, ambos se cumprimentam e então entraram. O lugar estava razoavelmente cheio, tinha cerca de trinta lugares para a platéia e a maioria deles estavam ocupados por estudantes de direito. Anna estava na primeira fileira e a cada um de seu lado tinha um lugar vago. Dulce chegou cerca de cinco minutos depois e se sentou em um desses lugares. Quando o portão já estava quase sendo fechado para dar início a sessão, Bia chegou e se sentou ao lado da amiga.

-Desculpe o atraso. -Ela disse após se sentar.

-Está tudo bem, você veio. -Anna sorrira e segurava na mão da amiga um pouco nervosa.

Foi pedido silêncio e então começaram. Pediram que as testemunhas a favor e contra entrassem e quando se sentaram, deram início.

-Dando início a sessão de julgamento, quero pedir a todos silêncio e que não haja nenhuma manifestação a favor ou contra ao que será dito ou qualquer decisão que será tomada aqui hoje. Dito isso, declaro a seção aberta. Peço as testemunhas e aos peritos que participarão do julgamento que levantem a mão esquerda e repitam comigo. -Pediu e assim que o fizeram ele continuou. -Juro pela minha honra que direi a verdade e nada mais que a verdade.

-Juro pela minha honra que direi a verdade e nada mais que a verdade. -Disseram em uníssono.

-Peço agora ao promotor para apresentar o caso. -Disse o Juiz.

-Bom dia. -O senhor cumprimentou o tribunal e ficou de pé ajeitando o seu terno. -Nathaniel Buzolic esteve internado em um hospital no Canadá e faleceu dias depois enquanto ainda estava internado. Coincidentemente, Analú Herrera atual namorada do réu e ex namorada da vítima, também esteve  internada neste mesmo hospital e no mesmo período. Sendo assim, o réu em questão estava sempre por perto e no dia em que ocorreu a morte da vítima, ele esteve no hospital e isso não seria nada fora do comum se ele não tivesse entrado no leito da vítima minutos antes de ser constatada à sua morte. E eu tenho como provar o que estou dizendo, o hospital em que aconteceu o crime não tem muita verba e são poucas as câmeras que ali ainda funcionam, más por sorte, a câmera do corredor do quarto da vítima estava funcionando no dia do crime. -Ele disse pegando em sua pasta preta alguns papéis. -As imagens que eu vou entregar à vocês agora são nada menos do que as provas de que o réu esteve de fato no quarto da vítima no dia de seu assassinato. -Disse o senhor entregando para ambos os lados a favor e contra Gabriel, imagens impressas com imagens da câmera de segurança do hospital com data e horário que de fato, batiam com o horário de morte de Nate e nas imagens tinha Gabriel entrando e saindo do quarto.

Gabriel suspirou ao se ver nas imagens, sua confiança sofrera uma considerável queda.

Depois de Você (FINALIZADA)  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora