Sexto sentido

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-Andem logo, crianças! -Apressou Anna checando se suas coisas pessoais estavam na bolsa.

-Estamos aqui, falta só a Mia. -Disse Lucas descendo as escadas com Enzo, ambos carregavam uma mochila nas costas.

-Mia por que está demorando tanto? -Perguntou Anna com o tom de voz mais alto para que a menina pudesse ouvi-la do andar de cima.

-Já estou aqui. -Disse a menina descendo também com sua mochila nas costas.

-Ótimo, vamos. -Disse Anna pegando as chaves de um dos carros de Biel.

-Anna estava levando as crianças para a casa de Dulce a pedido da própria, ainda estava no meio da semana más como as crianças não tiveram aula hoje por causa de uma reunião de professores e Dulce se prontificou a leva-los no outro dia até a escola, Anna concordou com a visita.

-Quando papai volta para casa? -Perguntou Mia depois de alguns minutos de silêncio no carro em movimento. Anna olhou pelo retrovisor por um breve momento, todos os seis olhinhos a encarando em expectativa.

A verdade era que Anna havia mentido da primeira vez que perguntaram dizendo que Gabriel estava fazendo uma viagem.

-Logo, ele vai voltar logo. -Disse Anna que na verdade não tinha idéia de quando Biel realmente voltaria.

-Por que ele não liga para gente como fez em todas as outras viagens? -Perguntou Lucas.

-Ele deve estar ocupado, tenham paciência que logo ele irá voltar. -Disse Anna com o coração apertado.

-Se ele ligar enquanto estivermos na vovó, pode dizer que eu estou com saudade? -Pediu Mia.

-Eu também estou com saudade. -Disse Enzo que até então estava quieto.

-Tudo bem, eu digo que os três estão morrendo de saudade e peço para ele ligar para vocês. -Prometeu.

Mais alguns minutos em silêncio no carro e finalmente chegaram, Anna estacionou o veículo em frente a casa da sogra e olhou mais uma vez para os filhos.

-Lembram do que conversamos? -Perguntou.

-Nada de muita bagunça na casa da vovó. -Lembrou Mia então Anna olhou para Enzo.

-Nada de brinquedos espalhados e comer doces antes do jantar. -Lembrou o caçula então por fim, a morena fitou Lucas.

-Obedecer a vovó e não dar trabalho para ela. -Disse o menino.

-Isso mesmo, vamos.  -Sorriu orgulhosa e destravou as portas do carro.

Dulce abriu a porta e depois das crianças, Anna desceu para cumprimenta-la. Deixou outra mochila com os materias que cada um precisaria no dia de aula do dia seguinte e se despediu dos filhos e da sogra, para então depois disso retornar para o carro.

Já que o caminho de volta para casa ficava a meia hora da penitenciária, Anna decidiu fazer um breve contato com o namorado antes da visita íntima do dia seguinte.

Anna deixara o carro no estacionamento e fora preencher a papelada padrão antes da visita quando teve uma surpresa.

-Como assim não vou poder vê-lo hoje? -Anna questionou depois de um funcionário do presídio dizer que a visita não seria possível.

-O detento Uckermann já recebeu uma visita hoje, na verdade ele está em visita agora. -Respondeu o funcionário depois de checar o computador.

-Pode me dizer o nome do visitante. -Pediu Anna.

"Chaz Somers". O nome ficou martelando na cabeça de Anna enquanto a mesma esperava por ele. A morena chegou até a entrar no carro más não deu a partida. Sabe aquele sexto sentido que dizem que toda mulher tem? O de Anna estava gritando para que ela permanecesse ali e descobrisse o que estava havendo.

Até onde Anna sabia, Chaz estava fora do país, mal ficava no México, prova disso era sua casa no Canadá a qual emprestou para a Gabriel e a família passar o fim de ano. Ninguém além de Anna, Dulce, Maria e Bia sabiam da prisão de Gabriel e conhecendo o namorado como conhece, a morena sabia que ele não chamaria Chaz se não houvesse algo realmente importante que precisasse ser resolvido.

-Ei, Chaz! -Anna o chamou saindo do carro quando o viu deixar a penitenciária.

-Anna? -Havia surpresa em seu tom de voz ao caminhar até Anna.

-Aconteceu alguma coisa com Gabriel? -Perguntou a morena preocupada.

-Não. Por que acha que aconteceu alguma coisa? -Respondeu com outra pergunta.

-Não me enrole, Chaz. Não havia como você saber da prisão dele a não ser que ele mesmo tenha entrado em contato com você, e se ele fez isso alguma coisa aconteceu. -Disse.

-Mulher já nasce com esse dom para investigar? Credo! -Disse o rapaz.

-Chaz, eu vou descobrir de qualquer forma. -Ela respirou fundo. -Olha, Gabriel e eu passamos por várias coisas nos últimos meses, pode me contar que eu tenho certeza que não é nada comparado ao que passamos. -Disse.

-Que tal irmos para um café e conversamos melhor? -Sugeriu. -Assim você toma um chá, sei lá, e relaxa.

-Tudo bem. Mas vamos no carro do Gabriel, tem o cheiro dele, também ajuda a me acalmar. -Contou.

-Tudo bem, eu posso dirigir?

-Pode, vamos.

...

-Está mais calma? -Perguntou Chaz vendo Anna tomar o segundo gole de seu chá de camomila.

-Estou, foi bom pagarmos está mesa mais afastada, assim podemos conversar melhor. Portanto, pode começar a falar. -Pediu a morena posicionando sua xícara no pires.

-Não era nem para está conversa estar acontecendo, sinto que estou traindo Gabriel. -Confessou Chaz bebendo um gole de seu cappuccino logo em seguida.

-É como se vocês estivessem me traindo, agindo pelas minhas costas. Chaz eu preciso mesmo saber o que está havendo com Gabriel. -Implorou Anna e Chaz suspirou.

-Se eu disser, promete que não vai se meter? -Tentou um acordo.

-Tudo bem, não me meto. -Disse Anna.

-O pai de Lorena está preso com Gabriel, ele propôs um favor pra ele e em troca ele deixaria todos vocês em paz. -Disse.

-Como? Por que ele não me contou? -Perguntou a morena que não entendia como poderia estar por fora de um assunto como este.

-Por que, provavelmente não queria que ficasse preocupada. -Justificou.

-E é claro que eu estou. -Confessou Anna. -Qual o favor? -Perguntou e Chaz permaneceu calado. -Olha, não vamos começar de novo com isso, Chaz. Eu preciso saber.

-Ele quer que Gabriel dê um jeito de levar drogas pro presídio. -Falou baixo, mesmo distante das outras mesas, ele temia que alguém o ouvisse.

-Drogas?!

-Fale baixo! -Pediu Chaz. -É, drogas. Por isso eu vim ajudá-lo. -Contou.

-Então você já as trouxe? -Anna perguntou surpresa.

-Não, é claro que eu vou ajudá-lo más hoje seguimos com uma visita simples para sabermos melhor como funciona a segurança.

-E como vão fazer isso? Eu preciso ajudar em alguma coisa...

-Não! Nem pensar, não me meta em problemas, Gabriel não pode sonhar que está conversa aconteceu. Eu só te contei por que estava muito aflita, Gabriel e eu vamos resolver, vai ficar tudo bem. -Prometeu segurando nas mãos de Anna que suspirou pesadamente.

-Você o viu, como ele está?..

Depois de Você (FINALIZADA)  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora