The Frames • jjk + pjm

II

O sol nascera no reino de Seul, mas o clima permanecia frio, o céu cinzento deixava tudo ainda mais depreciativo.

Na madrugada anterior, me revirei na cama como um defunto perturbado em seu túmulo, tudo isso após ver a pintura de Jeongguk.
Não sei como caracterizá-lo, é algo indiscritível, o rapaz tem ombros largos e alguns músculos, estava de extrema elegância com o fato repleto de medalhas coloridas.

Seu rosto é marcado por um maxilar bem definido e um cabelo bem arrumado, seus lábios finos e ao mesmo tempo carnudos, um tanto avermelhados, suas orbes negras que olhavam com profunda seriedade. Me pergunto se me sentirei tão intimidado ao vê-lo pessoalmente como me senti ao ver apenas um retrato seu, mas algo eu jamais poderia negar:

Jeon Jeongguk é bonito, e coloque beleza nisso.

[...]

—Bom dia vossa alteza, o café já está pronto
Quando achei que iria me levantar e ir tomar meu café da manhã, duas criadas surgiram com uma bandeja repleta de vários tipos de comida.

—Esperem...eu não vou comer lá embaixo?
—O príncipe mandou trazer, ele está tomando café lá embaixo e não quer que o veja ainda.
—Que cara fresco, minha nossa, só falta querer me conhecer só no casamento.

As criadas riram baixinho e eu sorri, pelo menos eu as tenho de companhia, enquanto meu noivo resolver não querer me conhecer, elas serão tudo que tenho.

Na bandeja de alimentos havia de tudo, frutas, doces, salgados, suco. Tenho a impressão de que vou comer tudo isso em poucos minutos, já que a fome se fez presente e meu estômago roncou tão alto que provavelmente até os habitantes de Gwenon conseguiram escutar.

—Hm...poderiam me dizer algo?
Uma das criadas virou para me encarar, me dando um tempo para apreciar seu rosto, a jovem é realmente muito bonita, mãos delicadas, cabelos compridos e pretos, olhos azul escarlate. Tem uma pele pálida, porém corada nas bochechas e no nariz, algo que eu particularmente acho adorável, suas mão são pequenas, com dedos finos e unhas médias, uma mão delicada demais para uma serva.

—Sim, alteza?
—Porque meu noivo está evitando me conhecer? —Me encarou por breves segundos, provavelmente procurando as palavras, e então, sorriu simplista—
—Ele está com medo... —Eu definitivamente não esperar receber tal resposta, Jeongguk está com medo de me conhecer? Como assim?—
—Ele está se preparando para isso a muito tempo, mas ainda assim parece não estar pronto
—Como...como sabe disso...?—Ela sorriu, mais uma vez, um sorriso pequeno muito bonito—
—Eu e Jeongguk somos amigos.
—Amigos? Eu achei que ele fosse uma pessoa terrivelmente grosseira.
—E ele é— a garota riu fraco— mas não deixa de ser um rapaz doce, nos conhecemos desde crianças e eu fui a única criada autorizada a chegar perto dele na época em que foi mantido preso.
—Preso?
—Sim...foi horrível, assim como vossa alteza, o príncipe foi mantido trancado em seu quarto, raramente saía, por esse motivo ele andava sempre triste, e foi nisso que nossa amizade se fortaleceu...

Eu estou completamente chocado, pensei que eu havia sido o único que foi preso e impedido de conhecer o mundo por anos, mas Jeongguk também passou por maus momentos, pode soar egoísta, mas isso me faz sentir, de certa forma menos injustiçado

—Eu o visitava, para fazer companhia, no final nos tornamos bons amigos, e ele me confessou seu medo de conhecê-lo.
Sorri, talvez Jeongguk não seja assim um monstro.
—Diga a ele que não precisa ter medo de me conhecer, e que aguardo ansiosamente por nosso encontro.
Sorri, e todas as outras criadas sorriram comigo.

[...]

O dia correra sem compromissos, apenas um garoto caminhando pelo palácio, deprimente. Eu sei que não posso sair do castelo em hipótese alguma, mas a ideia de quebrar esta regra me parece deveras atrativa, vesti roupas escuras e um lenço que deixasse apenas meus olhos visíveis, peguei com grande corcel, um presente da rainha para mim, com o nome de Misty, e saí do castelo em direção á um campo.

Nos anos que vivi no convento, me foram ensinados tudo que um príncipe deveria saber, uma dela foi a montaria e, cá entre nós, eu sou espetacular nesse esporte.

O campo era repleto de pequenos girassóis e isso é completamente adorável. O espaço é amplo com um vasto gramado, livre para que eu pudesse cavalgar o mais rápido que Misty pudesse ir, a adrenalina me faz sentir vivo.

Eu costumava fazer isso com Taehyung, de certa forma sinto saudades dele, foi a minha única companhia masculina no meu tempo no convento. Kim Taehyung, príncipe herdeiro de Gyeongju, foi para o convento pois assim como eu, estava prometido a alguém, Min Yoongi, príncipe de Daegu.

Tanto Tae quando eu tínhamos medo de acabar nutrindo alguma espécie de sentimento amoroso um pelo outro, mas isso não nos impediu de construir uma linda amizade, ele me protegia de tudo, era engraçado e tinha um sorriso diferenciado que eu particularmente achava perfeito. Taehyung é maravilhoso e merece o mundo, mas o destino o obriga a se casar com Min Yoongi, aquele principezinho de araque.

Não gosto nem um pouco dele, Yoongi veio ao convento para conhecer Taehyung. Bem, pelo menos ele fez isso, já eu estou no castelo de meu noivo e ele sequer apareceu, mas não é por este motivo que não gosto de Yoongi.

O mais velho estava lá para conhecer seu noivo, mas ele não tirava os olhos de mim, me cantava sempre que podia e estava sempre procurando uma forma de ficar a sós comigo, o que é completamente vulgar, ele está noivo e eu também, ridículo.

Eu o cortava o máximo que conseguia, sempre me mantinha o mais longe possível, e sempre que ele tentava uma aproximação inadequada, eu o mandava parar, afinal, eu não era seu noivo e mesmo que fosse, não queria aquela espécie de aproximação vinda dele.

Min Yoongi sabia que eu estava noivo, mas ele estava mais preocupado com seus interesses de arrancar alguma casquinha minha, mas eu não lhe dei tal gosto, apesar de meu noivo provavelmente ser um completo idiota, eu sou fiel à ele.

Começara a escurecer e eu precisava voltar ao castelo, foi quando vi movimento incomum a alguns metros de mim, um homem de preto montado em um Ardennes preto gigante, eu provavelmente fugiria se não tivesse notado o selo real na sela do cavalo, então me mantive parado.

—Não era assim que eu imaginava que nos conheceríamos, mas quando fui atrás de você, me disseram que tinha saído, o que me dá a impressão que é um príncipe desobediente, hm?

Confuso, retirei o pano que cobria meu rosto, deixando o ar gélido bater em minha face e meus cabelos voarem com o vento.

—Quem é você?

—Eu sou Jeongguk, seu noivo.

puta merda.

Pânico KKKKK, Deus ajude o jimin