Preciso que alguém me explique como foi que de um segundo para o outro a boca de Dean veio parar colada na minha. O que foi que eu fiz ou falei que deu a entender que eu queria beijá-lo. Ou até mesmo que o fez tentar um movimento tão ousado quanto esse quando nada, repito, nada do que ele veio me mostrando desde que nos conhecemos se parece meramente com interesse em me beijar. Exceto, claro, ter ficado olhando para as minhas pernas, mas olhar por olhar eu também o olho bastante e não teria o beijado em momento nenhum.
Ele não move a língua, apenas os lábios e após uns cinco segundos disso, eu dou graças ao Universo por não estar respirando porque sei que se eu colocar ar para dentro dos meus pulmões, na hora que ele sair, vai ser como um gemido.
Cacete. Que boca. É a única coisa que eu consigo pensar. Que boca. Que boca.
Como é que alguém consegue ter um beijo assim sem usar a língua? Só com o deslizar dos lábios, com a temperatura e gosto do hálito, com o roçar de um rosto no outro?
Paro de tentar entender por que ele está me beijando para tentar descobrir apenas como uma boca é capaz de ser tão gostosa por si só.
Agora está explicado por que Dean tem uma fila de mulheres atrás dele. Como pode Cass não ter me contado sobre isso quando falou que o beijou? Ou Tia? Como esse tipo de detalhe não é espalhado como notícia nos jornais?
Já estou há uns 20 segundos o beijando sem respirar e acho que não consigo mais me segurar aqui. Meus dedos estão espremendo os dele.
Por favor, pare de me beijar, senão vou desmaiar por falta de oxigênio no cérebro.
Como se me escutasse, Dean recua devagar e encho os pulmões com o desespero de quem acabou de sair debaixo d'água. Respiro tão forte e bruscamente que Dean até dá risada.
Olho para ele, que continua rindo com o seu jeito de menino doce, tentando formar uma frase. Acho que tem muita coisa na minha cabeça agora para eu conseguir dizer o que estou pensando sobre este beijo.
– Isso foi... – começo.
– Bom – Dean diz.
– Inesperado.
Ele faz cara de dúvida.
– Um inesperado bom ou ruim? – ele insiste.
– Bem... – tento recomeçar. – Eu ainda não sei.
Estou em choque, não tente arrancar nada de mim agora porque não vai sair, senhor Cowboy.
– Bom, deixa eu te ajudar – Dean fala e desliza suas mãos quentes até o meu rosto, voltando a me beijar.
Desta vez, vejo que qualquer tentativa de conter a minha respiração será em vão. A língua dele vem direto para a minha boca e, como se fosse uma reação automática do meu corpo, fico na ponta dos pés e o abraço pelo pescoço. Estou gemendo sem parar enquanto essa boca deliciosa se enrosca na minha. Meu coração dispara quando Dean me abraça pela cintura e sinto nossos troncos se colando.
Eu não deveria estar beijando ele, mas agora que já o estou fazendo, não sinto vontade de parar, não. Desconfio que Dean também não esteja muito interessado em interromper a nossa sessão de beijos enquanto tenta provar seu ponto para mim. Que o beijo foi bom. Um inesperado bom.
Na verdade, eu só consigo pensar em uma palavra para descrever o que sinto beijando Dean e ela é em Vendler. Não existe uma tradução para o inglês e nem para o francês da palavra Irdigan. Irdigan é um adjetivo que se usa quando algo não faz parte do universo no qual vivemos. Porque é bom demais para existir neste universo provavelmente.
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Minha Pessoa Comum - Livro 1 - Série Encantadores
Fiksi RemajaHaley vive o romance perfeito com Jake, seu namorado há 3 anos. Apesar de namorarem escondido, tudo sempre foi ótimo entre os dois. Até o dia em que eles quase são pegos em seu quarto e ela precisa tomar uma decisão que faz o seu namoro ir por água...