Scarborough Fair

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Midoriya Inko estava admirada com a elegância da casa de Todoroki Shouto. Sentiu-se pequena, mas logo recuperou-se e apertou a campainha.

Quem lhe atendeu foi uma jovem moça de fios azulados presos em uma trança, que sorriu-lhe cordialmente ao vê-la.

– Você deve ser a Inko, não é? Eu sou Megumi, a governanta daqui.

Dizer governanta parecia algo grandioso demais, mas a partir do dia em que o senhor e senhora Todoroki lhe deram essa promoção, não tinha mais como se autodenominar “empregada”.

Inko sorriu para a jovem.

– Vim buscar meu filho, combinei com o Shouto. Ele… te avisou, certo?

Megumi assentiu, dando espaço para a mulher entrar.

– Eu entrei no quarto do Shouto para convidá-los à um lanche da tarde, mas parece que o almoço foi meio pesado para eles. Encontrei-os dormindo juntos com a televisão ligada.

– Ainda estão dormindo?

Megumi confirmou, mostrando a sala de estar e incitando Inko a sentar-se apenas com um gesto da mão direita.

– Quer que eu vá acordá-los?

– Não… – A mulher de mechas esverdeadas sorriu observando o chão. – Deixe-os dormir.

Após isso, Megumi ofereceu-lhe café e Inko aceitou. Quando a governanta retornou com as xícaras, Inko voltou a falar:

– Nunca ouvi o Shouto falar muito dos pais, há algum motivo? Se eu estiver sendo invasiva demais, por favor me diga.

Megumi negou.

– Eles são muito ocupados e raramente estão em casa de dia. O Sr. Enji sai cedo demais e volta tarde demais, e não é do tipo afetivo, ele e o Shouto nunca se deram muito bem, mas mantém o respeito um pelo outro. – Ela pausou, bebendo um pouco do café com leite que preparou para si. – Rei é bastante ocupada gerenciando o hotel dela, mas se preocupa muito com o Shouto e, quando pode, sempre tenta fazer alguma coisa com ele. Sabe, atividades mãe e filho.

Inko bebericou do café. O líquido desceu rápido demais, queimando sua garganta. Apertou os olhos, sentiu os olhos lacrimejarem, mas logo se recompôs.

– Foi você quem o criou?

– Realmente, houve uma época, quando Shouto tinha uns cinco anos, em que ele passou a me chamar de mãe. E olha que eu tinha 19 anos, eu me sentia muito velha. – Megumi riu.

– Ele é muito gentil e atencioso, você fez um bom trabalho mesmo sendo jovem.

A governanta enrubesceu, a falta de ação diante à elogios voltava a manifestar-se.

– E-enfim, quanto ao Izuku… Fico feliz que mesmo com duas deficiências físicas ele ainda assim é um garoto gentil e forte. Fiquei bem impressionada com o jeito meigo dele.

– Ah… ele sempre foi um garoto mais sensível. Gostava de cantar e adora ler.

Megumi tombou a cabeça para o lado.

– A mudez não era de nascença?

– Não. – Inko negou, mostrando um sorriso fraco. – Ele perdeu em um acidente, digamos.

– Ele devia ter uma voz linda.

A mulher de cabelos verdes concordou. Ouvir Izuku cantar era uma maravilha que jamais irá ouvir novamente.

– Está anoitecendo. – Megumi comentou, observando a janela. – É melhor eu ir acordá-los.

– Eu posso acompanhá-la? – Inko indagou.

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