Sunrise.

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Abro meus olhos devagar, e noto que a janela estava aberta e ainda estava escuro. Ou seja, ainda estava de madrugada. Levanto da cama com um pouco de cuidado para não acordar Margot e vou para o banheiro, usando o mesmo rapidamente.

Assim que saio, vejo Margot sentada na cama, significando que eu tinha a acordado. A garota coçava os olhos, e eu sento na pequena poltrona que havia ao lado da janela do hotel.

- Parece que eu acordei você. - digo, e a garota que estava enrolada no lençol sorri.

- Vamos dizer que eu já estava acordando. - ela diz, e se levanta da cama com o lençol enrolado em seu corpo, por estar nua.

Ela caminha até o banheiro e eu presto atenção nas avenidas agitadas de Londres. Acendo um cigarro e abro um pouco a janela, e minha atenção continua sendo total para a vista incrível que eu estava vendo. Margot sai do banheiro vestida com um roupão branco e senta no braço da poltrona, me observando.

Eu dou uma tragada no meu cigarro novamente, e a garota apoia um de seus braços em meu ombro aproximando nossos rostos. Eu passo minha mão esquerda pelo quadril da garota, e ela pega o cigarro de minha mão, tragando um pouco.

Ela me devolve o cigarro e levanta, indo até o pequeno frigobar que tinha no quarto do hotel. Eu presto atenção em cada movimento que a garota faz, e a mesma volta com duas garrafas de cerveja em mãos. Ela me entrega uma das garrafas e eu abro, dando um pequeno gole no conteúdo.

Nós dois brindamos as garrafas e cada um bebe o conteúdo da sua, e eu apago o cigarro no cinzeiro que estava ao meu lado. Margot senta em meu colo de frente para a janela e eu coloco uma das minhas mãos em sua cintura.

- Cara, olha essa vista. - ela diz, olhando para a janela. - Em que outro lugar eu conseguiria uma vista como essa? - ela me olha, dando um gole em sua cerveja.

- Talvez no London Eye. - brinco, e a garota sorri. 

- Melhor que a vista só a companhia. - ela diz, e me rouba um selinho.

- Concordo plenamente, eu sou uma companhia e tanto. - digo bebendo mais um pouco da minha cerveja, e a garota revira os olhos rindo.

- Eu adoro você Benjamin, mas essa sua confiança acaba com tudo. - ela diz, e eu rio.

- Claro que não, minha auto-confiança é a melhor parte de mim. - retruco, e a garota revira os olhos novamente.

- Ah, cala a boca. - ela ri, e cobre meu rosto com uma de suas mãos. - A sua melhor parte é sua boca, porque quando você fecha ela fica lindo. - ela tira a mão do meu rosto, e ri.

- Achei que você ia falar minha boca porque você não consegue viver sem me beijar. - olho para a mesma tentando ficar sério, mas acabo sedendo a brincadeira e rio.

- Por isso também. - ela ri comigo. - Só que é mais pela outra mesmo. - ela sorri e me rouba um selinho.

Eu abraço a garota e ela se ajeita no meu colo, deitando a cabeça em meu peito. Nós dois terminamos nossa cerveja e eu continuei observando a grande cidade em silêncio, assim como Margot. Nós ficamos em silêncio por algum tempo apenas sentindo a presença um do outro.

Aos poucos o céu vai clareando, e nós continuamos no mesmo lugar apenas observando a paisagem. Ouço Margot começar a cantar a letra de uma música bem baixinho.

- Caviar and cigarettes

Well versed in etiquette
Extraordinarily nice

Caviar e cigarros
Bem versado na etiqueta
Extraordinariamente bom

She's a Killer Queen
Gunpowder, gelatine
Dynamite with a laser beam
Guaranteed to blow your mind
Anytime

Ela é uma rainha matadora
Pólvora, gelatina
Dinamite com raio laser
É garantia de explodir sua mente
A qualquer hora

To avoid complications
She never kept the same address
In conversation

Para evitar complicações
Ela nunca mantinha o mesmo endereço
Em conversas

She spoke just like a baroness
Met a man from China

Ela falava igual a uma baronesa
Conheceu um homem na China

Perfume came naturally from Paris
for cars she couldn't care less
Fastidious and precise

Perfume veio naturalmente de Paris
Para carros, ela não poderia se importar menos
Meticulosa e precisa

Enquanto ela cantava, eu pensava em tudo que nós dois tínhamos enfrentado para chegar onde estávamos. Não que tenha sido grande coisa, mas tudo tinha acontecido muito rápido e a gente não estava junto a tanto tempo. Enquanto ela cantava a música eu notei o quanto parecia que ela descrevia a si mesma, quando nós nos conhecemos. Ela nunca me disse onde mora, e ela não costumava falar do seu passado e muito menos como era onde ela morava antigamente.

Mas eu já me sentia privilegiado simplesmente por ela já ter me dito o seu nome e por termos esse laço que temos que para ela não era lá grande coisa, e para mim significava muito.

Assim que eu sai de meus pensamentos, notei que a garota já havia parado de cantar e seus olhos estavam vidrados em mim.

- No que tanto pensa, Jones? - ela me pergunta, e eu sorrio.

- No nosso começo. - a olho. - E também como você tem algumas características dessa música. - explico, e a garota me olha com atenção.

- Sério? - ela me pergunta curiosa, e um pouco incrédula.

- Sim, parece que ela é sobre você. - concordo com a cabeça. - Quando entrei no seu camarim pela primeira vez tinha uma garrafa de Moet et Chandon, você não costuma dizer seu endereço ou muito menos seu nome para as pessoas com quem sai, fala como uma verdadeira dama e não dá atenção aos comentários ruins sobre a sua pessoa. - ela sorri, e eu vejo suas bochechas corarem um pouco. - Conheceu um homem da China, usa perfume francês e com certeza explode minha mente toda vez que te vejo. - faço uma pausa. -  A própria Killer Queen. - finalizo.

Eu vejo a garota com um sorriso de orelha a orelha, e eu deixo um beijo em seus lábios.

- Então eu sou a sua Killer Queen? - ela pergunta, e eu sorrio quando escuto a pergunta da mesma.

- É sim. - respondo, e volto a olhar para a vista.

Eu vejo o sol começar a aparecer no céu, e Margot se ajeita mais uma vez no meu colo, e nós continuamos abraçados. Eu começo a fazer carinho no cabelo da garota, e eu sinto a mesma passar suas mãos gélidas pelo meu tórax nu, me fazendo arrepiar levemente. Nós dois mantínhamos nossos olhares para o lado de fora do edifício,e assim como eu Margot provavelmente estava pensando em diversas outras coisas.

Não percebo o tempo passar e ouço a garota ressonar levemente, indicando que a mesma estava dormindo. Pego Margot no colo e a deito na cama devagar, fazendo com que ela se mexa levemente. Passo a coberta por cima do corpo da garota e deito ao seu lado observando cada detalhe do seu rosto delicado.

Fico um pouco no celular e durmo com o mesmo nas mãos.

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oiê galeris, tudo bom?

tô aqui mais uma semana

espero que estejam gostando, não esqueçam de votar e comentar :)

Killer Queen • Ben Hardy Onde histórias criam vida. Descubra agora