Art on the street.

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Saio de casa segurando a coleira de Frankie enquanto ela caminhava tranquilamente comigo pela calçada. Arrumo a pequena mochila que tinha trago com meus materiais em meu ombro esquerdo e tranco a porta. Vou guiando a pequena cachorrinha pela calçada depois de ajustar meus óculos de sol no rosto. Atravesso a rua tranquilamente com Frankie até o parque, porque encontraria com Margot lá para ficarmos juntos um pouco.

A minha relação com ela estava indo tranquila, nós dois nos víamos constantemente, eu ia no Belushi toda semana para acompanhar os shows dela e eu já havia até conhecido sua família. Eu ainda achava cedo fazer um pedido de namoro ou algo do tipo, apesar de nós já nos conhecermos o suficiente. Eu não me sentia preparado, por mais que quisesse que isso acontecesse. Eu não sei como seria quando Luke descobrisse que estávamos namorando, era óbvio que ele iria tentar fazer algo contra nós dois mas eu não tinha ideia de quando isso poderia acontecer, o que me deixava apreensivo.

Eu e Frankie chegamos ao parque rapidamente, já que ele era apenas a duas quadras da minha casa. Assim que nós entramos no mesmo eu já vejo Margot de longe sentada em um dos bancos. Vou caminhando devagar até a mesma e quando chego ao seu lado a mesma se assusta, e eu rio.

— Você e essa sua mania de chegar sem avisar. — ela diz, e eu rio novamente.

— Adoro assustar você. — digo e ela também ri, e se levanta do banco me roubando um selinho.

Ela pega Frankie no colo e nós dois ficamos sentados no banco juntos.

— Eu tenho uma novidade. — ela sorri.

— E qual é? — pergunto, curioso.

— Eu conversei com a minha mãe e com meus tios, e eles querem ir no Belushi me ver cantar. — ela sorri, contente.

— Eu falei que daria certo! — digo, também contente. — Seu tio já tinha comentado naquele dia em casa que ele era doido para ver você cantar, e é ótimo saber que você cedeu a isso.

— Eu tinha bastante receio, entende? Sempre tive vergonha de mostrar minha voz para as pessoas da minha família e tinha medo do que eles iriam falar. O único que sempre soube que eu canto é Noah, porque independente de brigarmos muito nós sempre conversamos bastante. — ela explica. — Mas agora parece que uma nova fase começou, larguei tudo aquilo que tinha de ruim para trás. O corpo da minha mãe está respondendo aos tratamentos, Luke sumiu da minha vida e eu recebi uma oportunidade de ouro do Gwil. Além de ter conhecido você, Ale e Joe, que são praticamente minha segunda família agora. — ela me abraça de lado.

Eu fico muito feliz pelo que Margot deixou para trás, a vida que ela tinha era uma que eu não desejava que ninguém tivesse, mas ela fazia porque era necessário. Ela precisava ajudar sua família em casa para suprir suas necessidades, e agora que ela havia recebido essa nova oportunidade de Gwilym sua vida tinha melhorado muito. 

— Eu fico muito feliz que tudo esteja dando certo para você agora, você merece muito. — sorrio, e a garota também.

— Agora me conte como estão suas inspirações para as novas obras. — ela segura minha mão esquerda e coloca Frankie no gramado. — Afinal, agora você tem um andar só seu na galeria. — ela diz, empolgada.
— Ele não ficou pronto ainda, Margot. — rio um pouco, com a empolgação da garota. — Bem, eu tenho anotado algumas coisas que me trouxeram inspiração, mas até agora não comecei nada de fato. Inclusive trouxe meus materiais para tentar começar algo novo aqui, enquanto a gente conversa. — digo, apontando para a pequena mochila que tinha trago comigo.

— O artista veio preparado hoje. — ela diz, e eu sorrio concordando.

Eu e Margot ficamos conversando mais um pouco sobre as minhas expectativas para os novos andares da galeria, e o quanto eu estava ansioso para conhecer o novo espaço. A garota também demonstra bastante interesse nas características da galeria e na estética do local, por mais que ela já tenha ido lá comigo.
Ela decide sentar na grama ao lado de Frankie para dar espaço para que eu tivesse um lugar legal para pintar, e eu monto o cavalete sob a grama macia e coloco o bloco de folhas apoiada no mesmo. Ela usa seu celular para colocar um som ambiente, e eu abro meu pequeno bloco de ideias para analisar cada uma delas.

Killer Queen • Ben Hardy Onde histórias criam vida. Descubra agora