19 - Hero

930 121 22
                                    

Capítulo 19 - Hero

Min Yoongi's POV

Quando chegamos em casa, Bohee estava visivelmente tensa, enquanto Hoseok tentava acalmá-la. Assim que me veem, correm até mim, a preocupação estampada em seus rostos. Bohee me abraça com força, e eu fico confuso.

— Por que você fez isso, Yoongi?! Sumiu do nada! — Ela pergunta com os olhos cheios de apreensão, mas ao notar Yugyeom, solta o abraço abruptamente. — Você fez alguma besteira de novo, Yoongi?!

— Não, não! Yoongi foi um herói hoje. — Yugyeom responde com um leve sorriso, e eu acabo sorrindo também, aliviado.

— Essas roupas... como conseguiu? — Bohee se aproxima, inspecionando minha vestimenta com cuidado.

— É o uniforme do meu pai. O Yugyeom está me ajudando nisso.

— Caramba, que incrível! — Hoseok exclama, parecendo admirado. — Você ficou muito bem nessas roupas, Yoongi.

— Obrigado. — Respondo, me sentindo orgulhoso de quem estou me tornando.

Dae Yoo's POV

— Você se esqueceu de mim no armário, não foi? — provoco, encarando-o após finalmente saciar minha fome e tomar um banho. A única resposta que recebo é um suspiro irritado. — E ainda se acha um pai, Gong Yoo?

— Não me chame pelo nome, Dae Yoo! — ele rosna, mas não me intimida. — Se você fosse mais forte, teria saído de lá sozinha.

Aquela frase se grava na minha mente, e eu me afasto sem dizer mais nada. Vou direto para a sala de luta. Há muito tempo não treino sozinha, mas agora a raiva me consome por completo. Chuto, soco, libero toda a frustração acumulada no saco de pancadas. Meu corpo grita por alívio, e eu o empurro além do limite, ignorando as dores. Faço isso até não ter mais forças para me manter de pé.

Eu me jogo no chão, ofegante. Amanhã é a formatura. Será que o Yoongi vai aparecer? Preciso dele. Não aguento mais viver assim, sob essa pressão.

Min Yoongi's POV

No fim do dia, recebo a notícia de que Bambam confessou o crime. Yugyeom e Mark já suspeitavam dele há algum tempo, mas nunca tiveram provas suficientes para agir. A obsessão de Bambam por poder e ascensão nunca foi motivo suficiente para incriminá-lo antes.

— Eu ainda não consigo acreditar que o Bambam fez isso... — digo, balançando a cabeça, tentando processar tudo.

— Yoongi, tenho algo a te dizer... talvez você fique irritado, mas preciso que ouça. É uma teoria que carrego há anos, e agora que tudo veio à tona, acho que está na hora de você saber. — Yugyeom me lança um olhar sério.

— O quê? Por que eu ficaria irritado? — Pergunto, ansioso e desconfortável ao mesmo tempo.

Entramos na viatura, dessa vez sem relutância da minha parte. O clima dentro do carro estava um pouco tenso.

— Isso tem a ver com seus pais.

Meu estômago se contorce de nervoso, e minhas mãos começam a suar. Acho que nunca vou conseguir escutar sobre eles sem ficar assim, é impressionante.

— O quê? — pergunto nervoso.

— Eu... acho que o Bambam tinha ligações com Gong Yoo. — Yugyeom solta as palavras, escolhendo cuidadosamente como dizê-las.

— Como é que é?! — Meus olhos se arregalam, o peito começando a ferver de raiva.

— Lembra do dia que você invadiu a casa dele? — Ele pergunta, e eu aceno, tentando entender onde isso tudo vai dar. — Foi por causa daquilo que conseguimos rastrear o novo endereço do Gong. Estávamos prontos para agir, mas o Bambam... ele começou a agir estranho. Demorou muito para entrar na viatura, como se estivesse ganhando tempo. Quando chegamos ao local, não havia ninguém.

— E por que você não me contou sobre essa operação? — Pergunto, mesmo sabendo no fundo que eu provavelmente teria sido um obstáculo naquele momento.

— Porque você era imprudente na época, Yoongi. Se te envolvêssemos, poderia ter estragado tudo. Só estou te contando agora porque percebo que você amadureceu.

Eu absorvo isso com dificuldade, mas reconheço.

— E o que isso tem a ver com o assassinato dos meus pais? — Pressiono, já sentindo o nó na garganta.

— Naquela mesma semana... eu revi imagens das câmeras de segurança e... vi Bambam conversando com Gong Yoo em frente a um mercado. Foi momentos antes de recebermos a ligação sobre o incidente com seus pais.

— Quê?! Não pode ser... — Sinto meu corpo inteiro estremecer, o choque e o ódio correndo por minhas veias.

— Eles saíram juntos, Yoongi. Entraram na viatura como se fossem velhos conhecidos. — Yugyeom desabafa, a voz carregada de remorso. — Isso foi cerca de vinte minutos antes de recebemos seu pedido de socorro.

Minha mente fica em branco. A raiva que estava contida dentro de mim explode de uma vez.

— YUGYEOM! POR QUE VOCÊ NÃO FEZ NADA?! ME EXPLICA! — Grito, a dor e o ódio transbordando. — POR QUÊ?!

— Eu... eu me odeio por isso, Yoongi. Eu realmente me odeio. Eu vi tudo se desmoronar, e não pude fazer nada. As provas... foram destruídas. Fiquei impotente. — Ele confessa, a culpa estampada em seu rosto. — Desde então, eu guardei isso pra mim, tentando encontrar o momento certo para te contar.

Eu fico paralisado, com lágrimas de pura raiva escorrendo pelo meu rosto. Tudo parece rodar, e a sensação de traição é insuportável.

— Como as provas foram destruídas? — Pergunto, minha voz saindo trêmula.

— Quando fui buscar as gravações no mercado, me disseram que um policial esteve lá antes de mim. Ele ordenou que apagassem as imagens, alegando estar em uma missão de espionagem. Era Bambam, Yoongi. Ele sabia de tudo o tempo todo. — Yugyeom diz, a dor e o arrependimento pesando em cada palavra.

— Por que você não fez nada naquela hora? Por que deixou isso acontecer? — Minha voz está cheia de desespero, tentando entender como tudo deu tão errado.

— Porque eu não tinha provas. Se eu tivesse agido de forma precipitada, poderia ter comprometido tudo. Eu esperava o momento certo para desmascará-lo... e, hoje, conseguimos.

Eu me sinto à beira de um colapso, com raiva, tristeza e uma sensação profunda de traição me consumindo.

— Yugyeom, posso te perguntar algo? — Digo, tentando segurar as lágrimas.

— Claro, Yoongi. O que quiser. — Ele responde, a expressão cansada, mas receptiva.

— Você ficou feliz em subir de cargo depois da morte dos meus pais? — Pergunto, testando sua reação.

Ele me encara com um olhar chocado, sua expressão de negação imediata.

— Não! Nunca! Isso nunca passou pela minha cabeça, Yoongi. — Ele responde, a sinceridade evidente em seus olhos.

Eu solto um suspiro pesado, aceitando sua resposta. Não posso me afastar da única pessoa em quem confio.

— Eu acredito em você. Obrigado, Yugyeom. — Digo, tentando me manter calmo.

— Não precisa me agradecer. Eu só queria que as coisas fossem diferentes. — Ele diz, me observando atentamente. — Yoongi, quer sair para beber comigo algum dia? Nem que seja um chocolate quente? Acho que ambos precisamos de um tempo longe de tudo isso.

— Quero sim. — Sorrio, finalmente relaxando um pouco. — Obrigado pelo convite.

— Eu também estou feliz que você aceitou, pequeno Min.

Minha vida começou a mudar a partir de hoje. Agora só falta resolver o caso de Gong Yoo.

Revenge - Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora