Revenge - Min Yoongi

6 - I found You

Capítulo 6 - I found you

— C-como você... — Minhas palavras se embaralham. Eu a observei o tempo todo, com o máximo de cuidado. Como ela me viu?

— Ai, ai... — Ela suspira, um riso breve escapando de seus lábios. Isso me enfurece, enquanto a confusão se aprofunda. — Estava tão concentrado em mim que se esqueceu de olhar ao redor. Está vendo aquela loja ali? — Ela aponta com o dedo, e eu, hesitante, olho na direção indicada, percebendo nossos reflexos nitidamente no vidro da vitrine.

— O-o que você é, hein? — Dou dois passos para trás, o desconforto e o medo crescendo como um nó no peito. Ela sorri.

— E aquela outra loja, com o espelho bem na frente? Você ia passar por lá de novo, mas nem reparou? — Ela aponta para mais uma loja, e meus olhos voltam para ela, agora assustados. — O que você queria comigo, Yoongi? Abre logo o jogo.

— N-nada... — Viro o rosto, sentindo o calor da vergonha subir. Me sinto um idiota.

— Ei, você vai embora assim? Sem nem se despedir direito? 

— Vai se foder! — solto, a raiva substituindo momentaneamente o medo enquanto me afasto o mais rápido possível. Meu corpo está rígido, os músculos tensos. E, ao mesmo tempo, um medo esquisito persiste. Como se eu fosse fraco demais para enfrentá-la. Hesitante, olho para trás uma última vez e vejo-a desaparecer dentro de uma casa ao fim da rua, quase como se fosse de propósito.

Isso não pode ser real. Não pode.

Tremendo, tiro o celular do bolso e tento abrir o Google Maps, mas meus dedos estão descoordenados, inseguros. Tento marcar o local, mas a tremedeira não para, e minha raiva cresce a cada segundo por me sentir assim. Que merda está acontecendo comigo?

— Porra! — grito, após errar o botão de salvar pela terceira vez, e jogo o celular no chão com força. O som seco ecoa pela rua. Me abaixo rápido para pegá-lo e vejo a tela trincada, percebendo mais uma vez o meu descontrole.

Mesmo sem saber exatamente onde estou, forço a tela trincada para salvar o local e usar o GPS para voltar para casa. Eu só faço merda. Puta que pariu!

Na caminhada, coloco a mão no coração várias vezes, sentindo-o disparado como uma crise de ansiedade. A boca seca, o corpo ainda tremendo. É como se eu estivesse mais perto do meu objetivo, mas ao mesmo tempo... algo em mim sente medo, uma insegurança que não consigo admitir. A raiva é surreal, e antes que perceba, acerto um soco com toda força na parede de uma casa. O ardor no punho e nos meus pulsos feridos é imediato, mas eu não me importo.

Quando finalmente chego em casa, percebo algo estranho. Ao abrir a porta, vejo Bohee andando de um lado para o outro, visivelmente nervosa. Ela toma um susto ao me ver.

— Yoongi! Onde você estava?! Eu posso até não ser sua mãe, mas ainda me preocupo. Onde você estava? — Ela repete a pergunta com uma intensidade que só me faz revirar os olhos.

— Não te intere... — Começo, mas minha resposta é cortada por um tapa forte em meu rosto, me deixando incrédulo, ao mesmo tempo que confuso.

— Você vai me respeitar, Yoongi! Não vou aceitar um marginal e, pior, um assassino sob o meu teto! — Bohee exibe uma expressão furiosa enquanto me mostra o que encontrou — minha arma. O olhar dela é cortante, e sinto uma onda de raiva me consumindo, uma explosão interna difícil de conter. Pego a arma de sua mão com um movimento rápido, sentindo o metal frio contra meus dedos. — Eu vou ligar para a polícia, Yoongi. Você não sabe o que está fazendo.

O ar ao meu redor parece desaparecer. A sensação de sufocamento toma conta. Eu já estou à beira do meu objetivo, e tudo ao meu redor tenta me impedir. Mas eu não vou permitir que ninguém me impeça. Principalmente agora, que estou tão perto. Sinto uma vontade incontrolável de gritar.