Faltam cinco capítulos para acabar essa fanfic. Eu amei demais escrevê-la ❤️
Obrigada aos que estão acompanhando!
-Capítulo 18 - Betrayer
Eu me apoio na parede, a dor me impedindo de ir mais rápido para lá. Ouço mais passos, como se o tiroteio tivesse chamado atenção de mais policiais.
Quando finalmente os alcanço, vejo Yugyeom encostado em uma cela, segurando a mão ferida, o sangue escorrendo pelos dedos.
— Bambam tentou fugir. Acertei de raspão na perna. Preciso de um policial para levar Jongdae à delegacia, ele está algemado na ala três. — Ele fala rápido, chamando reforços pelo walkie-talkie.
Ele me encara com seriedade, mas há algo de cansado no olhar dele.
— Yoongi, vamos voltar para a enfermaria. Preciso cuidar disso. — Ele olha para a mão sangrando, mas ainda assim me oferece apoio para andar.
Mesmo ferido, ele não me deixa para trás. Caminhamos rapidamente até a enfermaria.
Quando chegamos, a enfermeira começa a tratá-lo, mas com sua costumeira falta de pressa. Enquanto ela cuida dele, minha mente gira, tentando processar tudo o que aconteceu. Como as coisas chegaram a esse ponto?
— Hoje está foda. Minha sorte são esses analgésicos. — Ele tenta brincar, mas o cansaço transparece. — Não precisava de pontos, né? Mas agora vou precisar — reclama ao ver a enfermeira preparar a sutura.
— Caramba... — murmuro, ainda em choque.
De repente, Yugyeom se vira para mim e me entrega uma arma. O gesto é tão inesperado que meu corpo congela.
— Eu vou te treinar. — Ele afirma com firmeza. — Pode parecer sujo, mas eu vou te colocar na polícia, prometo.
— O quê? — Minha voz sai hesitante, quase trêmula.
— Você quer seguir os passos dos seus pais, não quer? Então vamos fazer isso acontecer. — Ele diz, encarando-me com seriedade.
Minha mente entra em conflito. É isso que eu quero? Sim, mas... dessa forma? Meu olhar vai da arma para ele, meu coração batendo mais rápido.
— Tem certeza, Yugyeom? — Minha voz vacila. Eu quero confiar nele, mas isso parece errado.
— Quando você se recuperar, vou te treinar. O concurso é muito acirrado. Com minha indicação, você consegue começar com mais facilidade.
Suspiro, sentindo o peso dessa decisão.
— Obrigado, Yugyeom... de verdade. — murmuro, tocado por sua consideração. — Mas eu quero entrar da forma certa. Não posso aceitar isso...
Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, ele me envolve em um abraço apertado. Fico surpreso; Yugyeom não é de abraçar. Mas é o que acontece a seguir que realmente me pega desprevenido: ele está chorando.
— Yoongi... você se parece demais com seus pais... — Sua voz está embargada, carregada de emoção. Ele tentou guardar isso por tanto tempo, mas agora não consegue mais.
Não sei o que dizer. Não sei o que sentir. Apenas retribuo o abraço, enquanto tento controlar as lágrimas que ameaçam cair. O que ele disse sobre meus pais mexe comigo. Sempre mexe.
Dou leves tapinhas em suas costas, tentando confortá-lo. — Está tudo bem... — sussurro, mas a verdade é que nada está bem. Nem para mim, nem para ele.
Quando ele finalmente se afasta, segura meus ombros com firmeza, seus olhos ainda marejados.
— Você se parece tanto com eles... — Ele diz, com uma voz que quase se quebra, e eu vejo o peso que ele carrega.
— Delegado, posso começar sua sutura? — A enfermeira interrompe, quebrando o momento. Yugyeom funga e faz um gesto para ela prosseguir, mas seus olhos permanecem em mim, como se quisesse me dizer algo que nunca tinha dito.
— Estou orgulhoso de você, Yoongi. — Ele diz, finalmente, enquanto a enfermeira começa a suturar sua mão.
Nesse momento, ouvimos os gritos de Bambam ecoando pelos corredores:
— Me soltem, seus imbecis! Eu sou seu superior! — Sua voz rouca de ódio e desespero reverbera pelo espaço. A porta da enfermaria se abre com um estrondo, e a enfermeira sequer reage, continuando a suturar a mão de Yugyeom com uma calma inquietante.
Quando nossos olhos se encontram, vejo algo que nunca havia visto em Bambam antes: medo. Ele engole em seco, mas rapidamente desvia o olhar, apertando os punhos.
— Alguém mais se feriu? — Yugyeom pergunta, mantendo um tom sério, mas suas sobrancelhas franzidas mostram sua preocupação.
— Sim. Ele matou o segurança que estava ajudando a capturá-lo — responde um policial, a voz grave. — Ainda tentou atirar, mas conseguimos imobilizá-lo.
Meu coração aperta.
— Bambam... — chamo seu nome, minha voz carregada de decepção. — Por quê? Por que você fez isso comigo? — Minha garganta parece apertar ainda mais, mas eu insisto. — Você sabia a verdade. Sabia de tudo o que eu passei, e mesmo assim...
Bambam levanta os olhos, mas não diz nada. Sua raiva transparece, mas por trás dela, consigo ver algo mais: arrependimento? Ou talvez medo das consequências? O silêncio dele é como um soco no estômago.
— No tribunal, vamos expor tudo isso. Pode ficar tranquilo, Yoongi. — Yugyeom diz, amargurado.
Os policiais arrastam Bambam sem cerimônia. Ele não resiste, mas seus olhos permanecem cheios de ódio, fixos no chão. O som das algemas se chocando contra os pulsos dele ecoa pelo corredor, seguido pelo som frio de uma porta de cela se fechando.
Fico parado, observando enquanto ele desaparece, mas a dor e a traição não desaparecem com ele. Minha mente está em turbilhão. O homem em quem confiei, alguém que considerava família, virou minha vida de cabeça para baixo.
Eu deveria me sentir aliviado agora que ele está preso, mas tudo o que sinto é vazio.
Dae Yoo's POV
Com o calor apertando no armário e o ar ficando mais denso, decido economizar energia. O ódio consome meus pensamentos, enquanto minha mente tenta, sem sucesso, criar uma forma de escapar. Meus pés doem por estar presa em uma posição desconfortável, e meu pulso lateja. Talvez tenha forçado demais. Depois de um tempo, minhas ideias começam a se embaralhar, e, exausta, acabo sucumbindo ao sono.
Acordo com um sobressalto, suada, a boca seca e as costas latejando. Não sei quanto tempo se passou, mas parece que foi uma eternidade. A fome grita dentro de mim, mas não tenho forças para pensar em nada além de sair daqui. Bato na porta de novo, com mais raiva do que antes, meus punhos fracos ecoando contra a madeira.
Minha paciência está por um fio quando finalmente ouço a porta do meu quarto ser aberta. Passam-se minutos até o som de metal contra metal me alertar que ele está cortando algum metal... provavelmente um cadeado. Quando o ar fresco invade meu rosto, é como se meus pulmões finalmente lembrassem como respirar.
Ele abre as portas com desdém, me encarando com aquele olhar frio que faz meu sangue ferver.
— Por que não saiu por conta própria? — Sua voz é tão gelada quanto o olhar. — Teve um dia inteiro para conseguir isso.
A raiva toma conta de mim. Meu corpo está fraco, mas minha língua não.
— Ah, beleza. Eu ia quebrar uma porta de madeira com os pés sem ter tem espaço para conseguir me mexer. Genial. — Minha voz sai carregada de ódio, e sinto minhas veias latejarem na testa.
Ele apenas me lança aquele olhar que diz "você não é nada", virando-se e saindo sem uma palavra.
Eu me levanto com dificuldade, sentindo minhas pernas trêmulas pela fraqueza. A dor no meu corpo é insuportável, mas a fome fala mais alto. Sigo cambaleando para a cozinha. Pelo menos comida não falta nesta casa.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Revenge - Min Yoongi
Fanfic|CONCLUÍDA| Após perder os pais em um brutal assassinato, Min Yoongi vive consumido pelo desejo de vingança. Obcecado em encontrar Gong Yoo, o homem que destruiu sua vida, Yoongi mergulha em um passado sombrio repleto de traições e segredos. Mas o c...