4 - Panic

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Capítulo 4 - Panic

O policial Yugyeom me obriga a entrar no carro da viatura e bate a porta. Eu não posso fazer nada, já que as algemas estão muito firmes.

— Então, Min Yoongi, você parece gostar da delegacia, não é mesmo? — Ele diz ao se acomodar no banco da frente, e eu tento manter a raiva. Se eu me entregar a qualquer outro sentimento, vou me arrepender.

— Ah, não enche, Yugyeom. — Respondo, tentando puxar minhas mãos, mas fazer isso machuca pra caralho.

— Me respeite, Min. — Yugyeom responde, com um tom cansado, mas solta uma leve risada triste, quase um sopro. Ele sempre ajudou a mim e aos meus amigos, talvez porque se lembre do quanto meus pais confiavam nele. Talvez ainda se sinta em dívida.

Percebo o olhar julgador de Mark, o policial que está no volante. Ele permanece me encarando pelo retrovisor, e eu encosto a cabeça no vidro do carro, evitando seu olhar. Sinto a frieza do metal contra a pele, e começo a sentir meus olhos marejarem, enxugando-os com o ombro. Porra. Por que minha vida tem que ser assim? Eu estava me divertindo, tentando encontrar um pouco de alívio, mas tudo sempre acaba em frustração. As coisas nunca dão certo.

Fecho os olhos, tentando bloquear a dor que lateja no meu pulso, mas quando faço isso, meus traumas começam a vir à tona. Eu tento me livrar, mas parece que sou puxado para baixo de um redemoinho profundo.

Eu me lembro estar assistindo à televisão, abraçado aos meus pais. Momentos como esse eram raros, já que eles só conseguiam ficar comigo aos domingos, e ainda assim, apenas quando não estavam de plantão. Na tela, passava Dragon Ball Z — meu desenho favorito na época.

— Mamãe, algum dia eu também quero salvar as pessoas falei, com uma pontada de timidez. Eu sabia que era uma criança medrosa e chorona, mas sonhava em ser corajoso como ele. — Quero ajudar os outros, igual a como Gohan faz.

— Filho, se você se esforçar, pode se tornar um policial e virar um herói, assim como eu e seu pai — disse minha mãe, bagunçando meu cabelo e me fazendo rir. — Você é muito fofo, sabia? — Ela apertou minhas bochechas, e eu sorri mais ainda.

— Mamãe?

— Sim, meu amor?

Então quando eu crescer, quero ser policial. — Falei, abrindo um sorriso largo. Eles me abraçaram apertado, e naquele momento, eu sentia que estava no paraíso.

— Que bom, filho! — meu pai disse, com um sorriso orgulhoso.

Mas a felicidade durou pouco. Um som alto ecoou pela casa, e meu pai soltou o abraço.

— Quem será a essa hora? — murmurou, franzindo a testa, enquanto caminhava em direção à porta. Quando olhou no olho-mágico, deu dois passos para trás, olhando para nós assustado. — G-Gong Yoo?!

Eu percebi imediatamente a mudança no clima. O rosto dos meus pais endureceu.

— Filho, vá para o quarto agora — ordenou minha mãe, com a voz firme. O vidro da janela da sala foi quebrado com uma pedra. Eu gritei assustado, e meu pai correu para o quarto. — Rápido! — Minha mãe me empurrou, e meu pai voltou armado, eu fiquei paralisado.

Foi um tiro certeiro na cabeça do meu pai. Gong Yoo atirou pela janela e conseguiu entrar em casa com um pulo.

— Obedeça! — gritou ela, mas... mas meu pai estava sangrando muito. Ele... morreu?

Eu era incapaz de processar a cena à minha frente. Gong Yoo, enquanto ria, acertou mais dois tiros no meu pai, que já estava desacordado. Eu gritei alto, e só agora consegui reagir, como se tivesse saído do transe. Corri em direção ao quarto dos meus pais, o coração disparado como se estivesse tentando escapar do meu corpo.

Revenge - Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora