Revenge - Min Yoongi

10 - Pictures

Capítulo 10 - Pictures

Estou completamente perdido. Quando Yugyeom foi embora, a verdade finalmente se assentou em minha mente. Ajoelhei-me na calçada, lutando contra o impulso de gritar como um louco. O pensamento me consome: se naquele dia Gong Yoo tivesse me espancado um pouco mais, até o ponto de eu morrer junto com meus pais, com certeza o senhor Jung estaria vivo agora.

Sinto meu corpo desabar. Caio no chão, sufocado pela dor emocional — muito mais forte do que qualquer dor física. Não quero ficar sozinho, não posso ficar sozinho. E para piorar tudo, quando levanto o olhar, vejo Dae Yoo caminhando em minha direção, me lançando um olhar rápido. Não consigo confiar que não seja de propósito.

Um medo avassalador me toma, e eu tropeço enquanto me levanto, correndo para dentro de casa. Tranco a porta rapidamente, apoiando minha testa contra ela, como se estivesse alcançado o "checkpoint" desse jogo que é a minha vida.

— Yoongi? — a voz de Bohee me alcança.

A última coisa de que preciso hoje é explicar algo a ela.

— Yoongi? O que aconteceu? — Ela se aproxima, e eu tento manter a calma.

— N-nada — murmuro, fitando o chão, tentando passar por ela, mas sua mão segura meu pulso e, antes que eu pudesse reagir, sou puxado para um abraço. Esse foi um gesto que nunca recebi dela, ou talvez nunca tenha permitido que ela me oferecesse. — Bo...hee... — minha voz falha, enquanto ela afaga o topo da minha cabeça.

— Calma, Yoongi... calma... — Ela aperta o abraço, e, em vez de me acalmar, parece que a dor aumenta ainda mais. É como se ela já soubesse de tudo.

Meu rosto encontra seu ombro, e, sem mais forças, eu desabo no choro. Ela permanece ali, comigo, me oferecendo o apoio que preciso. Por um breve instante, confundo-a com minha mãe, e meu instinto é de me afastar. Mas, em vez disso, faço o oposto: quando ela começa a soltar o abraço, eu finalmente o retribuo.

Bohee parece congelar, provavelmente surpresa por estar recebendo um abraço meu pela primeira vez desde o sumiço de Xiumin.

— S-só mais um pouco... — fungo baixinho, a voz tremendo. — Por favor...

Ela me abraça novamente, sem hesitar, e ficamos assim, por um tempo que parece eterno, mas também estranhamente reconfortante.

Quando finalmente me sinto um pouco mais calmo, eu a solto.

— Yoongi, por que você está assim? Aconteceu alguma coisa? — Bohee me olha nos olhos.

— Sim, aconteceu. — Não poderia mentir. Não havia como fingir que estava tudo bem, não depois de tudo. — Mas... não quero falar sobre isso. — Evito seu olhar, passando por ela e me trancando no meu quarto. Me jogo na cama, fitando o teto antes de fechar os olhos.

— Senhor Jung! — me lembro da cena de anos atrás. — Por favor! — imploro, cruzando os braços, com raiva. — Me deixa morar com você!

— Eu não posso, Yoongi. Você tem sua casa. — O senhor Jung suspira, exausto. São duas da manhã, mas nem o cansaço apaga a paciência em seus olhos. — Bohee vai cuidar muito bem de você, posso garantir.

— Aquela não é minha casa! — protesto, irritado. — Ela não é minha mãe, você sabe disso.

Ele esfrega o rosto com as mãos, como se buscasse palavras certas, mas isso só me irrita mais.

— Ela é sua madrinha, Yoongi. Seus pais confiaram nela, confiaram ao ponto de deixarem essa responsabilidade para ela e... — ele hesita antes de continuar — ...e Xiumin.