Revenge - Min Yoongi

5 - Mysterious Girl

Capítulo 5 - Mysterious girl

Olho ao redor, e meu coração dá um salto quando vejo o carro do senhor Jung estacionando em frente à casa. Solto um suspiro tão forte que minha visão escurece por um instante, quase como se o alívio fosse me derrubar. Ele sai do carro rapidamente e vem até mim.

— Yoongi! — Ele me puxa para um abraço, e seu tom de preocupação me desmonta por dentro. — Você está bem? — Ele segura meus ombros, me analisando, e só percebo o quanto estava tenso quando sinto uma lágrima quente escorrer pelo rosto.

— A-aconteceu alguma coisa? — Tento mudar o foco, meu coração ainda disparado, mas minha voz sai falha. O abraço dele é tudo o que preciso agora, então o aperto com força, e sinto um conforto inesperado quando ele retribui com a mesma intensidade. — Eu estava preocupado... toquei a campainha várias vezes e ninguém respondeu.

— Yoon, eu é que devia te perguntar isso — ele responde, com um tom mais sério, e afrouxa o abraço para olhar nos meus olhos. — Fui até a delegacia assim que Hoseok me ligou, dizendo que tinham te pego. Quando cheguei lá, o policial me disse que você já estava sendo trazido para cá e... — Ele respira fundo. — E que houveram algumas... complicações no caminho. Você não sabe o quanto me preocupei! — A intensidade do olhar dele me faz baixar a cabeça, envergonhado. Ele me conduz para dentro e fecha a porta de chave, depois se senta comigo no sofá.

O som abafado de uma música de rock alto ecoa do quarto de Jiwoo. Agora entendo por que ninguém respondeu. Hoseok provavelmente ainda está na casa de Namjoon com Jimin.

— Eu estou bem — murmuro, sentindo meus pulsos latejando e olho para baixo, vendo a pele ao redor dos ossos inchada, roxa e com escoriações.

— Yoongi, o que foi isso?! — O senhor Jung segura meu braço com cuidado, seu olhar cheio de preocupação enquanto examina os machucados.

— Nada... está tudo bem — murmuro, desviando o olhar e tentando forçar um sorriso. Mas o peso das últimas horas torna isso quase impossível; até fingir se torna insuportável. A dor nos pulsos começa a se intensificar agora que o choque e o cansaço diminuem. Fecho os punhos, sentindo a pele esticar ao redor dos ferimentos, e a dor é tão aguda que preciso morder o lábio para evitar uma reação.

— Yoongi, confie em mim. — Ele pode, desviando o olhar dos machucados e voltando a me encarar com um olhar quase paterno, olhar este que me impactou mais do que eu esperava. — O que foi isso? Por favor, seja sincero.

Sinto o rosto esquentar de vergonha. — Eu perdi o controle quando fui detido... — murmuro, sentindo a dificuldade em me abrir, até mesmo para ele. — Aquelas lembranças tomaram conta de mim... e eu senti como se estivesse revivendo aquilo tudo. Não percebi que tinha machucado tanto assim.

Sinto-me ridículo, quase como se fosse louco. É vergonhoso.

— Espere aqui. Vou pegar o kit de primeiros socorros. — Ele se levanta e sai da sala, deixando-me com os pensamentos me corroendo. Talvez eu mereça essa dor por ser tão problemático. Sou uma decepção. — Isso deve estar doendo, não? — ouço-o perguntar ao se aproximar, e minha mente volta à realidade. Apenas dou de ombros, tentando manter a expressão neutra. Não quero preocupá-lo ainda mais.

Ele se senta ao meu lado e começa a abrir o estojo, tirando o algodão e o álcool. — Vou limpar, tá bem? Pode arder um pouco.

Quando o algodão embebido em álcool toca minha pele, a queimação é imediata, uma dor aguda que faz meus dentes rangerem e, sem querer, solto um leve som abafado de dor. Fecho os olhos, segurando firme no sofá, quase prendendo a respiração.