14 - You're in Danger

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Capítulo 14 - You're in Danger

Dae's POV

Com o pulso enfaixado e uma tala preta para protegê-lo, volto para casa. Ninguém cuida de mim, então alguém precisa. Só que quando entro em casa, tentando esconder meu pulso, me deparo com meu pai deitado no sofá, os braços cruzados, os olhos me queimando. Esqueci de entrar pela janela do quarto. Merda!

— Onde você estava? — a pergunta sai lenta e ameaçadora.

— Dando uma volta. Vê se não enche, velho! — resmungo, tentando passar por ele, mas ele puxa meu braço machucado com força, me encarando furioso.

— Hospital? — ele rosna, os olhos faiscando de ódio. — O que você foi fazer lá? Dizer que sofreu maus-tratos? Que caiu na rua? Você saiu assim, naquele estado, só para chamar atenção? — Ele se aproxima, o rosto transbordando de raiva. — Não acredito que você foi fazer cena para estranhos!

— Queria que eu ficasse sentindo dor para sempre? Quase rompi o ligamento, seu filho da puta! — rebato, o sangue fervendo.

— Dor leva à força — ele diz com uma calma aterrorizante, antes de me acertar com um soco tão rápido que mal consigo reagir. Minha cabeça gira com o impacto, e sinto meu lábio inchar. 

— Filho da puta! — grito, sentindo o líquido quente escorrer até meu queixo. Sangue.

— Acorde para a vida, sua fraca! Nunca abaixe a guarda! Você puxou à sua mãe, que não aguentou nem um parto e morreu — suas palavras saem venenosas, e sinto um nó na garganta.

Eu quero retrucar, mas minha voz falha. Pela primeira vez desde os meus dez anos, sinto vontade de chorar. Engulo o choro, sufocada pela humilhação.

— Seja forte, Dae Yoo! — ele agarra meu maxilar com força, jogando minha cabeça para o lado. — Você não merece ser minha filha se continuar assim. Honre o seu sobrenome, herdado de mim, o assassino mais procurado da região!

— Com a ajuda de um policial traidor, é fácil demais. Se não fosse por ele, você já estaria preso na solitária — disparo, virando as costas, indo direto ao quarto.

— Amanhã, treino de muay thai às quatro da manhã. Se não acordar, te acordo na porrada, sua rapariga! — ele grita atrás de mim.

Levanto o dedo do meio, batendo a porta do quarto com força. Ele empenou a trava da janela. Tento forçá-la, mas é inútil. Nem sequer mexe.

Eu o odeio. Queria que ele morresse.

Mordo o lábio inchado, o gosto metálico se espalhando pela boca. Deslizo pelas paredes até o chão, sentindo o pulso latejar sob a tala. A raiva começa a tomar conta de mim enquanto lembro de tudo o que aconteceu hoje. Grito alto — um grito de ódio, de dor. Sinto minha garganta arder, e respingos de sangue misturados com saliva mancham o chão.

Meus dedos agarram a camisa sobre meu peito, apertando com tanta força que quase rasgo o tecido. Estou ofegante, o coração batendo tão rápido que parece prestes a explodir. A vontade de quebrar tudo à minha volta cresce, mas me contenho, porque sinto que, uma vez que eu atinja a insanidade, talvez não tenha mais volta.

A verdade é que minha mãe deve ter sido muito mais forte do que ele jamais vai admitir. Jamais gostaria de pensar no quanto que ela sofreu.

Tento respirar fundo, mas o ar entra quente, misturado com a raiva que não consigo dissipar. Um arrepio percorre minha espinha, e o desejo de fugir, de escapar de tudo isso para sempre, pulsa dentro de mim.

Mas não posso. Não ainda.

(...)

Na manhã seguinte, acordo antes do despertador. Não tenho escolha. Se eu não levantar, ele vai me acordar à força. O treino de muay thai começa em silêncio. Cada soco soa seco, ecoando pelo ambiente.

Revenge - Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora