Depois de assistir Julian se afastar e desaparecer no final da rua, decidi por fim seguir meu caminho de volta para casa, meu dia já havia sido ruim demais. A cada passo em que eu dava era um pensamento diferente, eu podia entender Sienna ela precisava de alguém que lhe desse a devida atenção e a importância que ela merecia, mas ela podia também ter feito isso de uma maneira mais justa e ter me notificado sobre sua escolha repentina e ter me evitado passar por papel de idiota. Em outros passos eu só conseguia pensar em Julian e no que eu havia feito nenhuma razão, desculpas e teorias justificavam o fato de ter o beijado.
E o seu rosto me olhando de forma angustiante, me frustrava. Eu não queria que ele me olhasse daquela forma. Não queria que ele me odiasse.
Quando percebi, já estava na entrada da minha casa, sentia meus ombros pesados e uma agonia de que algo não estava certo, uma daquelas sensações diárias em que você não sabe o significado e nem os motivos de estar assim, um sentimento alheio e confuso, um tanto perturbador. Abri a porta e tudo estava escuro e silencioso, meus pais já devem estar dormindo ou nem devem estar em casa.
Subi as escadas, passo por passo, com um peso maior do que ter que carregado Archie no outro dia. Abri a porta do meu quarto e em seguida a fechei quando entrei na minha bagunça superficial e me joguei na cama tudo o que passou no dia voltou como uma avalanche me sufocando. Eu precisava de um banho para ver se melhorava, mas não tinha forças para fazer aquilo, tirei meus sapatos e joguei em qualquer lugar e puxei os lençóis até a cabeça, sempre que a imagem do rosto triste de Julian aparecia em minha mente era como se alguém me enfiasse facas no coração, eu havia o machucado, mas aqui também estava doendo.
Fechei os olhos e me lembrei de quando era apenas um pirralho, quando algo ruim me acontecia sempre me cobria até a cabeça e aquilo era como uma armadura, eu me sentia protegido e seguro, eu queria poder sentir aquela sensação de segurança novamente. Mas agora isso já não surtia mais nenhum efeito, continuava doendo, ainda estava me sufocando.
Levei uma das mãos até minha boca e a toquei levemente, era tão doce e macio seus lábios, um desejo ardente me subiu e novamente me lembrei do rosto assustado de Julian, eu nunca havia beijado um homem antes e eu estava me sentindo extremamente caótico. Me perguntei milhares de vezes o porquê, mas não conseguia achar nenhuma resposta. Peguei meu celular no bolso da calça e pensei hoje em dia a internet tem todas as respostas que precisamos.
Ri da minha própria babaquice, mas eu precisava saber. O primeiro link estava escrito: Você se apaixonou, mas não tem certeza? Descubra agora. Com os sinais da paixão.
A cada linha em que eu lia, eu me sentia mais idiota do que eu podia me sentir, alguns sinais era tudo o que eu sentia quando via Julian ou quando escutava o som de sua risada engraçada. Ou até mesmo quando ele entrava pela porta do café e eu me sentia ansioso e feliz ou quando eu me sentia zonzo ao seu lado e meus pensamentos se cobriam apenas por sua imagem. Joguei o celular na cama e puxei o travesseiro o pressionando contra meu rosto. Não era possível eu estar apaixonando por uma pessoa do mesmo sexo. Principalmente por ele, aquele garoto ridiculamente estranho.
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Um lugar Para o Amor
RomanceHenry desde pequeno sempre sonhou em se aventurar pelo mundo afora, anotou em seu caderninho de planos todos seus sonhos para quando pudesse partir e seguir seu destino tudo estivesse de acordo com o que sempre planejou. Sempre calculista e nada pod...