Eu sempre tive curiosidade sobre o mundo, queria aprender mais sobre ele. Gostaria de entender o meu propósito na vida e principalmente eu gostaria de me entender e me conhecer. Fechei os meus olhos para os fatos e ignorei o que era importante. Segui um caminho que sempre desejei e durante o percurso entendi que estava vazio, eu estava vazio e sempre fui assim.
Mas me arrepender depois de ter feito o que fiz era uma atitude arrogante e desnecessária.
Caio no chão depois de ver minha mãe ser empurrada e meu pai desferir um soco em meu rosto, ele gritava e me xingava com palavrões baixos e ofensivos, me chamando de bicha e que eu era uma vergonha para a sociedade. Que ele tinha nojo de ter um filho gay, que se fosse para ter ido embora eu deveria não ter voltado para manchar a dignidade da família.
Em meio a pontapés e aos gritos incessantes da minha mãe eu apenas aceitei aqueles golpes sem reagir, de fato eu merecia aquele ódio. Então eu realizaria seus desejos depois disso e nunca mais voltaria.
Os golpes param e eu escuro um som alto, minha mãe entra na minha frente me abraçando para me proteger, meu pai havia lhe chutado. Meu corpo doía em alguns pontos, minha mãe estava me abraçando e chorando implorando para que ele não fizesse isso, eu não poderia deixa-la apanhar das mãos daquele que deveria amar e cuidar dela.
─ Isso é tudo culpa sua! Vadia imunda. Foi você quem colocou esse merdinha no mundo, ele é um lixo inútil igual a você ─ Seguro sua perna que levanta para lhe dar outro chute e o empurro para trás.
─ Não se esqueça de que também sou seu filho, e grande parte do que sou se refere a você ─ Minha voz está descontrolada o imobilizo segurando seu pescoço com o antebraço, minha mãe chora e grita alto dizendo que deveríamos parar. Vejo o ódio escurecer seu rosto e seus olhos se afiam, um rosnado baixo e assustador soam em sua garganta, ele parecia possuído, eu estava assustado.
Naquele momento enquanto meu corpo vibrava eu tinha compreendido do porque sempre querer ir embora desse lugar.
Apertei mais o meu braço em seu pescoço e gritei para que minha mãe saísse do chão e chamasse pelas autoridades. Aquilo terminaria ali, meu pai tentava se soltar, mas eu o segurava mais forte, eu não deixaria sair e nos machucar novamente. Eu não deixaria que seu ódio nos deixassem marcas. Porque aqui dentro já estava doendo o suficiente.
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Um lugar Para o Amor
RomanceHenry desde pequeno sempre sonhou em se aventurar pelo mundo afora, anotou em seu caderninho de planos todos seus sonhos para quando pudesse partir e seguir seu destino tudo estivesse de acordo com o que sempre planejou. Sempre calculista e nada pod...