Meu último dia em Vancouver foi como ver o final da primavera insistindo em florir no meio do verão. Juntei todos os meus pertences e me uni com Ethan e Archie no antigo café em que eu trabalhava, quando me reencontrei com Sam ele me cumprimentou como um velho amigo, como se eu nunca tivesse ido embora.
Em meu bolso esquerdo havia uma pequena caixa preta de camurça, dentro dela havia duas alianças, a minha e a de Julian. E quando Ethan e Archie se sentaram na minha frente eu os contei que estava preparado para dar o grande passo e que eu nunca havia me sentido tão nervoso. Archie bateu palmas comemorando e pediu coquetéis de frutas sem álcool, no café era proibido o uso de bebidas alcoólicas e Sam se juntou a nós, com seu jeito narcisista e egocêntrico, mas sempre pronto para dizer algo para melhorar o clima.
Mostrei-lhes as alianças com cuidado para que eles não as derrubassem, talvez eu estivesse sendo um tanto cuidadoso, mas elas eram preciosas. Essa seria a última vez que nos veríamos, já que eu não voltaria tão cedo para essa cidade.
Como um último dia de encontros, vejo meu pai esperando na frente da casa de Ethan, me arrependo de ter deixado para buscar as malas depois, deveria ter marcado de ir direto do café, assim minha mãe não correria o risco de ter um encontro desagradável.
─ Vou buscar as malas então. ─ Ethan passa por ele e entra na própria casa.
─ O que você quer?
Não estou a fim de iniciar uma discussão, ouvirei apenas o que ele tem a dizer e em poucos minutos tudo estará acabado, o dia em que voltei suas palavras e sua recepção calorosa, jamais esquecerei.
─ Para onde está indo? ─ ele pergunta claramente tentando transparecer algum desinteresse. ─ Você e sua mãe deveriam voltar para casa.
─ Eu estou indo embora e a mamãe, espero que ela seja inteligente o suficiente para nunca mais voltar. ─ minha voz soa calma, mesmo que por dentro algo parece perto de explodir. ─ Você deveria ir.
─ Nós somos uma família! Aquele dia foi apenas uma reação de um pai que não sabia a verdade sobre o próprio filho.
─ Então você acha que é normal agredir o filho e a própria esposa, por entender que não está no controle de tudo? ─ minha voz altera, estou irritado, mas não chego a gritar. ─ Você acha que somos uma família? Nunca fomos uma família de verdade. Apenas nos deixe em paz.
Meu pai esfrega os olhos com uma das mãos, ele parece nervoso. De repente um carro para e eu escuto a voz da minha mãe.
─ Você deveria se despedir agora.
Depois de sair do carro e se juntar a mim, minha mãe toca meu pulso e segura minha mão e o seu olhar confiante mr dizendo que estava tudo bem, que eu deveria buscar minhas malas. De longe não posso escutar o que eles estão conversando, Ethan está esperando sentando ao lado e eu as pego pela alça as arrastando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um lugar Para o Amor
RomanceHenry desde pequeno sempre sonhou em se aventurar pelo mundo afora, anotou em seu caderninho de planos todos seus sonhos para quando pudesse partir e seguir seu destino tudo estivesse de acordo com o que sempre planejou. Sempre calculista e nada pod...