Henry desde pequeno sempre sonhou em se aventurar pelo mundo afora, anotou em seu caderninho de planos todos seus sonhos para quando pudesse partir e seguir seu destino tudo estivesse de acordo com o que sempre planejou.
Sempre calculista e nada pod...
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Quando te conheci eu não entendi o porquê de ter tanta aversão, acho que no fundo já sabia e estava negando para mim mesmo a atração.
Eu precisava de você, como uma tela em branco que precisa de alguém que lhe dê vida com as cores, e logo você foi tomando espaço como uma aquarela que percorre um caminho de água dando forma a imagem e minha vida finalmente teve cor. A luz que se formou iluminando o caminho, ela vinha de você e então eu finalmente soube do que eu precisava, eu necessitava de você como um louco e negava, eu fui tolo, sou um tolo! Não respeitei meus sentimentos e não coloquei você onde deveria ter colocado desde o início, no topo dos meus planos, você deveria ter vindo em primeiro lugar, mas sabe Julian? Eu não posso deixar você ir, não posso perder você, não você. Então serei egoísta uma última vez e não te soltarei. Nunca mais.
O avião pairava sobre as nuvens, cortando o céu delicadamente, minhas mãos tremiam e minha camisa ficava cada vez mais molhada com a baba do Archie escorrendo, o empurrei três vezes, mas ele sempre volta então me rendi apenas implorando mentalmente que o voo terminasse logo.
Minha mãe dormia na poltrona da frente e Ethan jogava silenciosamente. Quando disse que estava vindo para Noruega ambos gritaram em uníssono que viriam também e eu não podia rejeita-los.
Do aeroporto vamos direto para o hotel, minha mãe fica sozinha em um quarto e eu e os meninos dividimos outro. Archie e Ethan dividem a mesma cama e eu fico sozinho, já que é humanamente impossível dormir junto com algum desses dois.
Antes de comprar as passagens insisti e implorei para que Austin pudesse me dizer para qual cidade da Noruega Julian tinha ido, e depois de tanto insistir e fazer drama psicológico eu consegui. Julian estava em Oslo estudando em uma academia de artes visuais, não pude evitar em sentir orgulho do meu menino. Ele tirava as melhores fotos, dignas de serem expostas em uma galeria de arte e ser exaltadas como merece.
─ E o que você vai fazer quando vê-lo? ─ Archie está abraçado em um travesseiro deitado de lado me encarando.
Ethan ao escutar a pergunta para de arrumar suas coisas e fica atento esperando minha resposta.
─ Irei pedir perdão, farei o que for preciso.
Não estava convencido, tento repetir para mim mesmo que não iria desistir. Que mesmo que desse o máximo de mim, isso ainda seria pouco.
─ E se ele tão te perdoar? ─ Meu coração bate contra o peito, não consigo imaginar vivendo sem o perdão de Julian. Ethan joga uma almofada no Archie e ele grita.
─ A hora das perguntas acabou, é melhor você ir dormir.
─ Mas ainda é cedo Ethan, tá parecendo minha mãe ─ Resmungando Archie atira a almofada de volta e os dois começam a brigar e terminam em uma guerra de almofada.
É uma boa distração vê-los agir tão infantilmente, sentia falta desses momentos agradáveis, demorei tanto para perceber que meus dias eram preenchidos com suas presenças e que eu já tinha tudo o que precisava.
