Um longo caminho para percorrer

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Dois dias depois de recuperar um pouco minha saúde decido voltar ao campus, em uma última tentativa ou apenas me despedir finalmente

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Dois dias depois de recuperar um pouco minha saúde decido voltar ao campus, em uma última tentativa ou apenas me despedir finalmente. A aula parece ter acabado quando diversos alunos começam a se dispersar pela saída, espero escorado em uma árvore plantada ao lado de um banco de madeira.

Muitas pessoas passam e meus olhos buscam por aquele que eu amo. Tentando não correr o risco de perdê-lo. Não demora muito para que eu o veja brincando e rindo em meio dos amigos. Vê-lo daquela forma, de guarda baixa e tão descontraído aquece algo dentro de mim, se ele puder sempre sorrir dessa forma, então eu estarei feliz onde quer que ele esteja.

Aproximo e seus amigos resmungam algo em norueguês e eu não faço a mínima ideia do que possa significar, mas posso apostar que estão me amaldiçoando, suas faces quando me encaram são intimidantes. Julian suspira pesado e não é amigável.

─ O que você quer dessa vez? ─ Julian faz sua pergunta e em seguida diz algo para seus colegas e eles vão embora. ─ Achei que já tivesse desistido e ido embora.

─ Aconteceram algumas coisas... podemos conversar naquele lugar do outro dia? ─ Tento parecer confiante, mas não conseguia manter por muito tempo essa postura.

Julian vai na frente, andando rápido como quem foge e quer manter distância do que causa incômodo. Se você ao menos soubesse eu também gostaria de poder fugir de mim, então quando tudo isso acabar tentarei esquecer de tudo e irei fugir do mundo.

─ Confesso que fiquei impressionado. Não é todo dia que seu ex aparece do nada em outro país fazendo uma cena ─ Julian para de repente e me olha, ele parece nervoso. ─ Henry, você ao menos tem ideia do que você fez?

Cerro meus lábios e encaro o chão. Imagino um buraco se abrindo e eu pulando nesse abismo e ele me engole como se fosse tão fácil e simples.

─ Eu quero que você saiba o quanto me machucou. Acordar e não te ver, apenas encontrar um bilhete ridículo. O desespero e a dor que eu senti você não sabe o que é ser abandonado. Você não faz a mínima ideia do quanto doí saber que não significa nada para a pessoa que você ama! ─ Eu não sei como doí Julian, mas te ver chorando enquanto me diz isso, dói de forma inexplicável.

Julian está chorando e eu não posso ser a pessoa que consola se sou a pessoa que o machuca. Estou parado na sua frente e não sei o que devo fazer.

─ Eu não posso te perdoar, porque eu te odeio. Eu odeio ter aproximado de você primeiro e te odeio por ter deixado com que eu pudesse acreditar que poderia existir um futuro pra gente. Eu não quero te ver nunca mais.

Desde que chegamos, as palavras fugiram novamente. Eu sou o pior tipo de ser humano que existe. E eu mereço.

─ Eu pensei que se existisse uma chance de reatarmos eu queria tentar te reconquistar novamente. Então faria tudo diferente, porque se eu pudesse voltar ao passado eu teria cuidado melhor de você e te cercado com todo meu amor ─ Não é a hora de deixar as lágrimas caírem, mas perto do fim é inevitável, o cenário já está montado e logo anunciam o último take. E então a cena será cortada, Julian seguirá com sua vida e eu irei embora.

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