Capítulo 18

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Apesar do sol dificultar um pouco a minha visão, eu logo pude identificar Bruno sentado no banco da lanchonete da faculdade. Soltei um sorriso sozinha e fui até ele. 

— Bom dia! — abracei-o por trás com entusiasmo — Ah, oi Guilherme — Cumprimentei o bocó, sentado ao lado de Bruno, comendo um x-burger repleto de maionese. Imediatamente tive náuseas.

— Bom dia, Mari — Guilherme me lançou um sorriso amarelo. Já Bruno me olhou feio.

— Amor, tá tudo bem? — Voltei meus olhos para Bruno.

— Opa, mas é claro — Sorriu forçado e eu vi seus dentes sujos de ketchup. Soltei uma risada interna.

— Eu estava falando aqui pro Bruno, o filme que a gente assistiu é muito comédia — Guilherme me olhou enquanto segurava o riso.

Senti Bruno me fitar sem abrir um sorriso se quer, abri a boca para falar algo, mas sabia que não seria capaz de dizer nada agradável. Então concordei com a cabeça.

— Será que a gente pode conversar? — Bruno cochichou de costas para Guilherme.

— Eu já estava de saída. Valeu aí pelo café parceiro, a gente acerta depois — Exclamou após concluir que conseguira ouvir nosso cochicho.

Ao seu levantar da cadeira Guilherme beijou meu rosto sem pressa, enquanto Bruno não parava de me olhar, de braços cruzados. Eles não trocaram mais palavras e Guilherme nos deixou a sós. 

— Senta aqui — Bruno puxou a cadeira que Guilherme deixou bem para o seu lado. Me sentei com cautela. — Por que mentiu para mim? — Seu cenho se fechou. 

— Do que você está falando? — Perguntei desentendida.

— O filminho na sua casa ontem. Mariana, você quer curtir com a minha cara? Você chamou o Guilherme para ir na sua casa "ver filme com você" — senti a ênfase — É isso mesmo, Mariana? 

— Bruno, calma. Não é bem assim. — Soltei uma risada.

— Ele me contou. E ainda curtiu com a minha cara, acredita? "Ah, você não liga, né parceiro? " Não, eu não ligo. — Forçou uma risada irônica acompanhada de um suspiro de ódio.

— Que ciúme patético — Também ri enquanto fitava as mesas ao nosso redor.

— PATÉTICO? — Sua voz se alterou e veio acompanhada de um tapa sobre a mesa. 

— Bruno, não precisa gritar. — Pedi. 

— Não vai nem pedir para se explicar né? Afinal, não tem o que explicar.

— Até tenho, mas eu não vou gastar meu tempo te dando satisfações disso, sendo que vai entrar por um ouvido seu e sair pelo outro. 

— Eu exijo ouvi-las. 

Bruno recostou as costas sobre a cadeira e esticou os braços sobre a cabeça. Com cautela estralou o pescoço enquanto eu respirava fundo antes de me explicar.

— Tudo bem. Eu resolvi assistir um filme que queria faziam algumas semanas, aliás, eu já estava assistindo, quando o Guilherme chegou e eu ofereci que ele assistisse comigo. — Encarei-o. — Achei que seria mal educada se fizesse o contrário. Que feio esse escândalo, Bruno.

— Feio é o que você fez comigo — Ele revidou.

— Pra que isso tudo? Nada a ver.

— Você convida um cara pra assistir filminho na tv na sua casa e "nada a ver".

Meu nome é cafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora