Capítulo 46

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Respirei fundo antes de tocar o interfone, senti borboletas no estômago, a velha e famosa sensação de estar perdidamente apaixonada por alguém parece não passar nunca. É sempre uma montanha russa de sentimentos. 

Meu maior medo era que Guilherme não aceitar as minhas desculpas ou que já tivesse desistido de me levar a sério depois do escândalo que eu aprontei por simplesmente não confiar o bastante nele. 

Após abrir a imensa porta da sala principal da mansão, a governanta me lançou um sorriso confortante. Em seguida se ocupou em chamar o Guilherme para me receber. Me sentei ao sofá e observei minhas pernas tremendo, meus pés batiam em ritmo igual sobre o chão e meu coração se mantinha acelerado junto deles. Ouvi passos na escada e forcei olhar até lá. Laura sorriu pra mim sem se aproximar demais. 

— Mari, quanto tempo eu não te vejo... — Fez questão de chegar mais perto de mim e eu me levantei pra abraçá-la. 

— É, parece que você cresceu — Brinquei dando risada enquanto nos abraçávamos.

— Só se for para os lados — ela também se divertiu — Tá esperando o Guilherme? É que eu fiquei sabendo que... 

— Sim, acho que a gente terminou — Completei antes dela.

— Foi ruim demais descobrir que você não é mais minha cunhada — Laura fez cara triste e eu esbocei tristeza junto. 

Ameacei responder, mas antes disso, escutei novamente fortes passos descendo a escada que só podiam ser dele. Senti vontade de fechar os olhos ou sair correndo, como uma inconsequente que sou, mas não tinha volta.

— Laurinha... — Guilherme chamou-a da ponta da escada — Você nos dá licença?

— A gente se fala depois então, Mari — Laura me lançou um sorriso antes de nos deixar sozinhos.  

— Eu pedi que ela saísse, mas eu quero conversar no quarto. Pode ser? — Guilherme me olhou sério.

— Como você preferir — Dei de ombros.

[...]

Guilherme fechou a porta do quarto e se sentou na cadeira do computador, era irritante ver ele girar aquilo.

— O que te trouxe aqui?   

— Eu tenho algo para falar — comecei. Puxei o ar pelo nariz e soltei pela boca, temi gaguejar. — Eu recebi uma mensagem... — Guilherme trouxe seu olhar até mim pela primeira vez desde que eu chegara ali e deu um sorriso acanhado. 

Que sorriso é esse, Guilherme? Senti meu coração disparar.

— Que mensagem?   

— A Camila. Ela me mandou uma mensagem dizendo que foi ela quem te agarrou na festa e que você não havia me traído... Vocês quase... Bom, eu cheguei antes — Sorri fraco.

— Que bom que você acredita agora. 

— É, eu acredito nela. Quer dizer, agora eu acredito em você! — me embaralhei no que queria dizer de fato. Guilherme permaneceu em silêncio. Ele parecia chateado com a situação e eu lhe dava a razão. — Eu sei como você está se sentindo...

— Não, você não sabe — Sua voz soou forte enquanto ele girou mais uma vez a cadeira, ficando de costas para mim.

— Gui... E-eu te amo — minha voz falhou e quando eu gaguejei, as lágrima escorreram juntas dos meus dois olhos — A gente se ama... eu acho. Eu estou disposta a esquecer isso tudo pra ficar com você.

— Isso tudo o que, Mariana? Será que é difícil colocar na sua cabeça que não teve nada "disso"? — Guilherme voltou a ficar de frente para mim.   

Meu nome é cafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora