Capítulo 19

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Quando Sofia foi embora eu resolvi que merecia tirar um cochilo. Sexta-feira é oficialmente o dia de curtir, escolher uma mulher bonita para sair, e aceitar ir seja lá para onde ela quiser. Por incrível que pareça, nessa hora, eu não sentia vontade de sair para algum lugar. Já estava prestes a pegar no sono, quando ouvi o celular vibrar na minha cabeceira. 

Oi Gui, é a Mari...

Fala, pequena. Hoje não tenho tempo pra ver filme com você, hein? — Me peguei rindo sozinho. 

Em segundos me arrependi porque a verdade é que eu estaria pronto em dois minutos se ela me chamasse para fazermos algo. 

Então, eu tô te ligando porquê... — pude ouvir sua respiração ofegante — Ai... não consigo mentir e você sabe disso. Eu vou ao cinema com o Bruno e a Ju pediu que eu te ligasse e te convencesse a convidá-la pra ir com a gente. Se você quiser liga pra ela, a coitada está esperando o convite, seu babaca.

Eita... Senti um tom de ciúmes nesse seu xingamento — Me diverti.

Qual é Guilherme? Agora tudo é ciúme?

Que horas é esse cinema? — Revirei na cama sem coragem para levantar.

As oito. Você vai? — Se entusiasmou.

Vou, mas só porque foi você que pediu... 

Eu não pedi nada, foi a Ju quem pediu!

Valeu pelo convite viu, Mariana? — Soltei uma risada ignorando tudo que ela havia dito.

Eu já expliquei que... — Interrompi sua explicação idiota de que aquele era um convite de Júlia e não seu.

Te vejo no cinema. Às oito, né? 

Tchau — Desligou na minha cara. Ela é mesmo sem paciência.

Eu não tinha me esquecido o caminho da casa de Júlia, apesar de ter feito o mesmo por muitas vezes bêbado. Ela estava me esperando na porta e minha primeira reação, quando a vi entrar no carro foi pensar: que mulher gostosa. Júlia veio me beijar e eu deixei. Desliguei o carro e parti para o ataque. Estava com saudades daquela sua boca e também de poder tirar proveito de seu decote. Percebi que ela estava mais eufórica do que eu. Júlia passou do seu banco para o meu com facilidade e se sentou no meu colo, abriu o primeiro botão da minha camisa e me olhou maliciosamente. 

— Aqui, na porta da sua casa? — Perguntei sem entender.

— E por que não? — Beijou meu pescoço e depois roçou seu rosto ofegante no meu. 

— É que existem lugares melhores pra se fazer isso, e... Não que eu não queira, eu só quis dizer que... — Era difícil formular algo com ela ali, sem cima de mim.

— Caramba, perdi o tesão — Júlia voltou irritada para o banco do passageiro — Você fala demais. — Escutei-a bufar. 

— Eu falo demais? — perguntei também irritado. — Tudo bem, pode voltar para cá. Dessa vez vou ficar caladinho.

— Aprendeu a falar desse tanto foi com a Mariana? Fiquei sabendo que vocês agora são amiguinhos.

— É que das outras vezes que a gente ficou meu intuito principal era... Você sabe — Percebi o sorriso irônico de Julia se formar, enquanto ela fitava o nada. Meu carro permaneceu estacionado na porta da sua casa.

— Sempre me desejou — Se gabou ajeitando o vestido colado ao seu corpo.

— Mas então, agora que eu já te tenho nas minhas mãos... — Soltei uma risada e ela me interrompeu.

Meu nome é cafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora