— Boa tarde, Mariana. Ele está te esperando no quarto. Sabe qual é, ne? No final do corredor, a direita. — Ela sorriu simpática.
Eu não sei porque fizeste questão de me explicar onde ficava o quarto, eu saberia chegar até lá de olhos fechados.
— Muito obrigada. — Respondi com um sorriso.
A governanta saiu dali, me deixando sozinha naquela imensa sala. Caminhei devagar até o canto esquerdo do local e observei algumas fotos de Guilherme emolduradas em porta-retratos. Tinha foto com medalha em campeonato de futebol americano fora do Brasil, uma outra em alguma formatura de escola quando ainda criança e até foto dele sem camisa em algum estúdio de propaganda. Ninguém mandou ser dono de uma beleza como essa.
Criei coragem e subi as escadas sem pressa, dei passos lentos até chegar a sua porta. Não posso negar que meu coração se comparava á uma escola de samba em movimento. Bati apenas uma vez e ele veio abrir, como se já estivesse me esperando. E estava mesmo. Guilherme sorriu para mim e eu fiquei sem graça ao perceber que ele estava sem camisa, o que complicaria ainda mais toda aquela situação. Era difícil pensar em me concentrar. Ele pediu que eu entrasse e sentasse. Me sentei na poltrona ao lado da cama enquanto ele analisava meu desconforto, rapidamente vestiu uma camiseta e se sentou para falar comigo.
— Pelo que você falou no telefone a coisa é mesmo séria. — Beijou meu rosto e se depois se sentou de frente para mim.
— Então... — Encarei minhas mãos e pude vê-las tremer. Soltei o ar devagar pela boca.
— Pode falar, Mari. Eu já posso imaginar que seja algo relacionado ao Bruno e te garanto que se aquele babaca te magoou outra vez eu não vou pensar duas vezes antes de quebrar a cara dele. — Seu comentário acabou me deixando mais apreensiva ainda.
Eu sentia que estava acabando com a última chance que havia de reconciliar os dois. E a culpa do término daquela amizade de anos, insistia em cair toda sobre mim.
— Não, Guilherme, relaxa. Eu e o Bruno estamos muito bem, obrigada.
— É sobre o que então? Precisa de dinheiro emprestado? — Ele riu enquanto procurava por sua carteira.
— Também não. — Revirei os olhos apreensiva.
— Fala logo, mulher — Também demonstrou tensão.
— Na verdade eu quero te pedir um favor.
— Até dois, Mariana.
— Não me interrompe, por favor — pedi sem gaguejar, por mais que parecesse difícil. — Eu quero te pedir que você não me procure mais. É melhor a gente não ser amigo.
— Como assim? — Guilherme riu irônico. Claro, ele não tinha me levado a sério.
— É isso mesmo que você ouviu, Guilherme. Não tem mais essa de me ligar pra pedir conselho, nem me procurar quando estiver carente. Eu tenho um namorado. É melhor eu não ficar de amizade com outros caras.
— Pera aí, mas eu não sou outros caras. Eu sou o seu amigo, pô. Eu conquistei a sua amizade. E foi suado!
— Não quero discutir. É isso que você ouviu que eu tinha para te falar. Agora eu preciso ir embora — Me levantei envergonhada. Precisava muito sair dali antes que desabasse.
— Mariana, espera — Guilherme segurou meu braço antes que eu pudesse girar a maçaneta — A minha amizade não significa nada para você?
— Não. Você não passa de um playboyzinho mimado. Um cafajeste meia boca. Eu não quero a sua amizade. Eu não quero contato com você, entendeu? Eu estou muito bem e realizada com o meu namorado.
— E desde quando a nossa amizade influenciou nisso? Eu nunca fui cafajeste com você. — Se lamentou com a cara triste.
— Guilherme, não adianta. Eu já decidi isso, você não vai me fazer mudar de ideia. Me deixa ir. — Abri a porta do seu quarto.
— Foi o babaca do Bruno, não foi? — Ele ficou irritado ao soltar meu braço e caminhar pelo quarto.
— Fui eu quem decidi isso. Agora por favor, não me procura mais.
Saí da casa de Guilherme aos prantos, de alguma forma eu havia magoado muito ele. E a última coisa que eu gostaria de ter feito no mundo, era isso. Ele não é o cara mais admirável do mundo com as garotas, mas não merecia que eu fosse tão dura. Nessa altura do campeonato nem eu sabia mais se estava fazendo a coisa certa, a amizade do Guilherme sempre me fez tão bem, mas o namoro do Bruno também era minha felicidade. Então era preciso abrir mão de Guilherme, afinal, ele terá muitas mulheres para lhe consolar.
*
Bruno entrou no meu quarto e eu estava fingindo mexer no computador. Reforcei minha postura sobre a cama e encarei a tela acesa.
— Não precisava passar tanta maquiagem para disfarçar que chorou. Eu ia entender...
— Não quero falar disso — suspirei — Vem cá — Chamei Bruno para se deitar comigo e ele veio mais rápido do que o esperado.
— De tênis no meu lençol limpo, não — Revirei os olhos irritada enquanto ele pulava sobre mim.
— Você falou igual a minha mãe quando eu tinha dez anos e ela ainda pegava no meu pé.
— Uau. Eu pensei que mães pegassem no pé da gente pra sempre.
— A minha mãe tem coisas mais fúteis para se distrair — Bruno ficou sério e pensativo. Percebi que ele havia ficado incomodado com o assunto e mudei o rumo da conversa.
— Senti saudades sua — Beijei seu pescoço que estava ao meu alcance.
— Também senti minha pequena — Bruno beijou minha testa.
— Sério que a gente vai ficar nesse amor fraternal? — Sorri besta.
— Não sabia que você estava incomodada com isso, desculpa... — Bruno sorriu maliciosamente enquanto me virava na cama. Imediatamente ele estava em cima de mim.
Beijou lentamente meu pescoço e depois mordeu minha orelha me fazendo arrepiar. Suas mãos percorreram pelo meu corpo e uma delas encontrou a barra da minha blusa, subindo a mesma com cautela até a altura dos meus seios. Senti sua boca encostar na minha barriga, cada beijo quente seu fazia minha pele arder de tesão. Fiz questão de ajudar Bruno tirar a sua camiseta, enquanto minha respiração já ficava ofegante.
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Meu nome é cafajeste
Romance"Quando se acredita muito em amor, é ideal imaginar que o amor da nossa vida, aquele que ainda há de aparecer, chegará montado em um cavalo branco, será lindo como um príncipe e cortês com um rei. Difícil é acreditar que aos vinte anos de idade, cur...