Capítulo 34

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Domingo, 10:10 

Virei para um lado e depois para o outro. Não conseguia mais dormir. Escondi meu rosto debaixo do cobertor e depois fiz ele voar longe. Me sentei na cama impaciente, porque não conseguia descansar o meu corpo inquieto. Ouvi algo vibrar, era o meu celular tocando no criado mudo. 

Oi — Atendi o mais rápido que pude. 

Te acordei? — Sua voz foi doce demais.

Não, eu já estava acordada.

Até parece — ele riu do outro lado da linha — Você nunca estaria acordada essa hora num domingo. 

Falou o dorminhoco né

Também não estava conseguindo dormir — Ele leu meus pensamentos. 

Acho que é o calor — Respondi por impulso.

Quer dar um pulinho na praia? — Perguntou com a voz fraca.

Agora? — Examinei meu semblante no espelho, não era dos melhores.

Pode ser daqui dez minutos

Tá, pode ser. — Conclui sem expectativa. 

[...]

— Você demorou... — Eu suspirei ao vê-lo chegando — Muito.

— Confessa que você estava era morrendo de saudades — Guilherme se sentou ao meu lado na areia. Já vestia seu traje ideal para praia, uma bermuda havaiana e zero camiseta.

— Bom dia! — Sorri ainda sem jeito, a sensação era de ter acabado de conhecê-lo.

— Já que você não confessa, eu confesso, morri de saudades! — Me olhou com os dentes cerrados em um sorriso. Devolvi não o melhor dos meus olhares e senti meu coração acelerar. 

Que merda de sensação ruim é essa? Será que eu voltei a adolescência e não estou sabendo? 

— O que foi, hein? — Guilherme continuou me olhando, enquanto palavra alguma saíra da minha boca. Ele não parecia nenhum pouco incomodado com o que me incomodava tanto desde a última vez que nos encontramos.

— Só estou com calor — Fechei os olhos e deixei que a brisa batesse no meu rosto. 

— Quer um sorvete, marrenta? — olhamos juntos as ondas encontrarem os nossos pés — Você não parece estar só com calor. 

— Estou com raiva também. — Afirmei.

— Raiva do que, Mari? Ou melhor, de quem? Não vai falar que é de mim.

— Talvez seja de você — Concordei com a cabeça. 

— O que eu fiz dessa vez? — Se fez de desentendido. 

Respirei fundo, tentei por alguns segundos encarar sua cara de paisagem e fui forte o bastante para isso.

— Eu não sou igual a você, entende? Eu não consigo ficar com uma pessoa e depois disso tratá-la normalmente, como se nada tivesse acontecido. — suspirei nervosa — Mas eu devia me lembrar que você é um cafajeste e que está super acostumado a fazer isso. 

— Desculpa — Abaixou seu olhar para entre suas pernas.

— Isso não podia ter acontecido. — Senti raiva de mim mesma.

— Eu venho evitando desde que a gente se conheceu Mariana, não sou de ferro, sabe?

— Você é otário, é diferente. 

Meu nome é cafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora