Domingo, 10:10
Virei para um lado e depois para o outro. Não conseguia mais dormir. Escondi meu rosto debaixo do cobertor e depois fiz ele voar longe. Me sentei na cama impaciente, porque não conseguia descansar o meu corpo inquieto. Ouvi algo vibrar, era o meu celular tocando no criado mudo.
— Oi — Atendi o mais rápido que pude.
— Te acordei? — Sua voz foi doce demais.
— Não, eu já estava acordada.
— Até parece — ele riu do outro lado da linha — Você nunca estaria acordada essa hora num domingo.
— Falou o dorminhoco né.
— Também não estava conseguindo dormir — Ele leu meus pensamentos.
— Acho que é o calor — Respondi por impulso.
— Quer dar um pulinho na praia? — Perguntou com a voz fraca.
— Agora? — Examinei meu semblante no espelho, não era dos melhores.
— Pode ser daqui dez minutos.
– Tá, pode ser. — Conclui sem expectativa.
[...]
— Você demorou... — Eu suspirei ao vê-lo chegando — Muito.
— Confessa que você estava era morrendo de saudades — Guilherme se sentou ao meu lado na areia. Já vestia seu traje ideal para praia, uma bermuda havaiana e zero camiseta.
— Bom dia! — Sorri ainda sem jeito, a sensação era de ter acabado de conhecê-lo.
— Já que você não confessa, eu confesso, morri de saudades! — Me olhou com os dentes cerrados em um sorriso. Devolvi não o melhor dos meus olhares e senti meu coração acelerar.
Que merda de sensação ruim é essa? Será que eu voltei a adolescência e não estou sabendo?
— O que foi, hein? — Guilherme continuou me olhando, enquanto palavra alguma saíra da minha boca. Ele não parecia nenhum pouco incomodado com o que me incomodava tanto desde a última vez que nos encontramos.
— Só estou com calor — Fechei os olhos e deixei que a brisa batesse no meu rosto.
— Quer um sorvete, marrenta? — olhamos juntos as ondas encontrarem os nossos pés — Você não parece estar só com calor.
— Estou com raiva também. — Afirmei.
— Raiva do que, Mari? Ou melhor, de quem? Não vai falar que é de mim.
— Talvez seja de você — Concordei com a cabeça.
— O que eu fiz dessa vez? — Se fez de desentendido.
Respirei fundo, tentei por alguns segundos encarar sua cara de paisagem e fui forte o bastante para isso.
— Eu não sou igual a você, entende? Eu não consigo ficar com uma pessoa e depois disso tratá-la normalmente, como se nada tivesse acontecido. — suspirei nervosa — Mas eu devia me lembrar que você é um cafajeste e que está super acostumado a fazer isso.
— Desculpa — Abaixou seu olhar para entre suas pernas.
— Isso não podia ter acontecido. — Senti raiva de mim mesma.
— Eu venho evitando desde que a gente se conheceu Mariana, não sou de ferro, sabe?
— Você é otário, é diferente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu nome é cafajeste
Romansa"Quando se acredita muito em amor, é ideal imaginar que o amor da nossa vida, aquele que ainda há de aparecer, chegará montado em um cavalo branco, será lindo como um príncipe e cortês com um rei. Difícil é acreditar que aos vinte anos de idade, cur...