• Capítulo Dezessete - O que quer que eu diga?

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• Ariana Grande •

Limpei o meu rosto da maneira mais rápida que eu consegui, me levantei do chão e caminhei até a porta, preparando o meu melhor sorriso falso para receber um convidado indesejado.

Eu só queria curtir a minha fossa.

Abri a porta devagar e a minha cara se tornou surpresa ao ver quem estava ali.

- Thomas. - Eu digo em tom surpresa, mas logo me recomponho. - O que está fazendo aqui?

Seus olhos claros me analisam e ele suspira pesado.

- Eu posso entrar? - Ele parece um pouco desconfortável enquanto coloca as mãos no bolso.

- Ah. - Eu me lembro dos meus sentimentos escritos naquelas folhas e da garrafa de whisky, eu não quero ninguém aqui. - Não acho que seja uma boa ideia.

- Eu não quero parecer intrometido, eu prometi que ficaria longe do seu caminho naquele dia na escola há um ano e eu mantive a minha promessa por todo esse tempo. - Seus olhos claros estão nos meus. - Mas agora, você é a minha vizinha e mesmo sem querer, eu te ouvi chegar, você estava soluçando enquanto subia as escadas e eu estou aqui para te oferecer apoio se você quiser.

Suas palavras me pegaram de surpresa e eu senti ainda mais vontade de chorar, mas eu precisava ser forte.

- Você deve estar enganado, eu não estava chorando. - Eu tento rir para que ele acredite.

- Eu namorei com você por boa parte do ensino médio, eu fiz merda com você, reconheço e sofro com isso todos os dias da minha vida. - Thomas suspira pesado. - Eu sei que você é uma péssima mentirosa Ari e também sei que você estava mesmo chorando, me deixe ajudar.

- Você venceu. - Eu dou espaço para que ele passe. - Você pode ficar, mas só se prometer não me julgar.

Thomas adentra meu apartamento e ele parece observar tudo, inclusive a minha pré bebedeira.

- Jamais faria isso. - Ele murmura enquanto eu fecho a porta.

Eu me sento no sofá e ele faz o mesmo, seus olhos ainda estão em mim e eu não sei bem o que dizer.

- Quer falar sobre algo? - Eu recolho meus papéis, impedindo que ele veja algo.

- Poesias? - Ele questiona.

- Acho que estão mais para letras de música, mas sem importância. - Eu desconverso.

Não quero que ele leia.

- Ari, você estava chorando desde que voltou ao seu apartamento e eu estive no meu tentando criar coragem para bater na sua porta. - Thomas me diz, abruptamente. - Não vim aqui para você fingir que está bem.

É estranho que quando você está mal, só precisa que alguém te dê um empurrão para que tudo venha a tona.

- O que você quer que eu diga? - Eu pergunto, sentindo meus olhos arderam.

- A verdade.

- Eu não estou bem, passei um ano inteiro tentando superar o Justin, mas cada vez que escuto o nome dele parece que está doendo como a primeira vez, Thomas. - Eu estou em prantos. - Eu estou cansada de chorar por ele enquanto ele está feliz com as escolhas que fez e com a vida que tem.

- E o que mais? - Ele indagou.

Ele queria que eu colocasse tudo para fora e eu precisava disso.

- Está doendo como o inferno e eu não sei usar outra palavra que pode descrever o que eu estou sentindo, e tudo isso está acontecendo porque acreditei que ele não partiria o meu coração quando ele fez isso com tantas outras. - Eu choro. - Eu achei que ele fosse diferente, mas ele não era e agora eu estou chorando porque eu me tornei a garota do coração partido.

Eu só queria ser a garota que não tem coração.

Heartless [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora