58 - Antigo lar

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Summer

Minha mala estava pronta sobre a cama. Enquanto meu olhar estava preso na parede em minha frente, esperando criar coragem de levantar e sair. Em partes eu queria voltar para Alexandria, ver todas as pessoas de lá de novo, só que por outro lado, eu queria ficar o mais longe o possível, apenas para não encarar tudo que iria acontecer quando meus pés tocassem aquelas ruas.

Meu filho estava lá, seu pequeno corpo estava enterrado no cemitério de Alexandria.

- Pronta? - Paul questiona abrindo a porta do quarto.

- Não! Pensei que estava, só que - suspiro - não estou, nem um pouquinho.

- É aí que eu vejo que você está mais que pronta. - ele responde se sentando ao meu lado e deixando sua mão sobre a minha. Seu toque frio fez com que os pelos da minha nunca se eriçassem. - Tem três anos Summer. Já está na hora de dar uma chance pra eles, não acha?

- E se ...

- Não fique com medo das coisas que você vai encontrar lá, fique com medo das coisas que você ainda não viveu. Seguir era uma das coisas que você queria quando chegou aqui, agora está na hora de encarar as coisas de outra forma. As pessoas estão precisando de você, precisando da guerreira e aventureira que você se tornou!

Deixei um suspiro pesado sair dos meus lábios e encarei os olhos claros do homem em minha frente. Ele tinha razão, tinha muito tempo que as coisas haviam desandado. Era hora de seguir em frente, ou melhor, tentar seguir em frente. 

Me levantei puxando a alça da mala e sorri para Paul antes de sair do quarto. A casa estava mais silenciosa que o normal, me deixando com um "?" bem no meio da testa. Caminhei até a cozinha para pegar um copo de água e deixei a mala cair no chão quando encontrei uma quantidade grande de pessoas ali. 

- SURPRESA! - eles exclamam me fazendo sorrir ainda mais. 

Todos que haviam me ajudado estavam ali. Cada pessoa que havia feito parte da minha vida nesses três últimos anos. Deixei as lágrimas escorrerem por meu rosto sem vergonha alguma e abracei Maggie. 

- Muito obrigada, a todos de verdade. Vocês me ajudarem muito nesses últimos anos e eu só tenho que agradecer. Vou sentir saudades de cada um de vocês. - Henry parou ao meu lado e passou sua mão sobre meus ombros. O abracei deixando minha cabeça na curva do seu pescoço. - Vou sentir sua falta! 

- Eu também otária! - ele diz rindo. - Toma cuidado, ainda temos que arrumar uma festa de aniversário de casamento para minha mãe e meu pai.

- Eu sempre tomo cuidado! 

Depois de algumas horas de "festa", minha carona chegou para me levar embora de Hilltop. Deixei um último aceno e encarei a horla da floresta, vendo o que parecia ser zumbis, parados debaixo dos galhos e folhas. Balancei a cabeça querendo não pensar naquilo e entrei no carro vendo Daryl com um sorriso no rosto. 

- Olá Dixon! 

- Olá Xavier! Pronta? 

- Não totalmente, mas é pra uma boa causa! 

O carro saiu da estrada de terra e entrou na rodovia de forma rápida. Daryl ainda era desengonçado quando se tratava de dirigir um carro, ele trocava as machas nas horas erradas e deixava o carro morrer algumas vezes. 

- É a segunda macha Daryl, não a terceira! - exclamo enquanto me segurava para não rir. - Troca a macha.

- Quer ir dirigindo? - ele pergunta tirando os olhos da estrada por breves instantes. 

- Não obrigada, você é meu motorista particular!

-

O carro virou a última esquina da cidade destruída ao redor de Alexandria e os muros apareceram em frente aos meus olhos. Mordi os lábios de forma nervosa e suspirei. O grande e alto portão foi aberto e Daryl acelerou com o carro. 

Alexandria não era mais a mesma de anos atrás, tinha muita coisa diferente. Olhei para minhas mãos e por fim abri a porta do carro, sentindo os braços pequenos de Judith se enroscarem na minha cintura. Eu realmente estava dentro da comunidade que um dia havia sido meu lar, e por incrível que pareça, eu me sentia bem.

Oii

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𝑨𝒎𝒐𝒏𝒈 𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒆𝒂𝒅 ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora