Capítulo 2

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— Como eu vou olhar pra ele, Jimin? Nós passamos o cio dele juntos e quando acabou, Jeongguk simplesmente sumiu enquanto eu dormia e desapareceu por dois dias inteiros! Eu não quero ter que olhar pra ele... — Minha voz se tornou manhosa com a última frase.

Jimin parou de escrever e me olhou por um momento, largando a caneta na mesa do refeitório quase vazio. Eram quase 21h e estávamos ali matando tempo até minha próxima aula.

— Taehyung...

— Eu sou tão estúpido, idiota e iludido — Baguncei os meus fios loiros, frustrado. — Esquece tudo o que eu disse, vou pra aula.

Jimin fechou o caderno e se levantou junto à mim.

— Não fica assim, Tae, por favor. Não gosto de te ver triste. Jeongguk é um babaca grosseiro, ele não te merece.

Vi em seus olhos o quanto minhas incertezas e medos o machucavam. Prometi a mim mesmo naquele instante que não o aborreceria mais com aquele assunto. Jimin tinha seus próprios problemas para cuidar, e não precisava que eu o carregasse ainda mais de estresse.

Forcei um sorriso e apertei o seu ombro.

— Eu vou ficar bem, só preciso de um tempo.

— Tudo bem — Jimin suspirou e começou a juntar suas coisas. — Sua aula termina tarde hoje, cuidado no caminho de volta, ok? Não pegue aquele atalho bizarro que fica atrás do seu prédio, pegue o caminho mais longo e seguro mesmo que esteja muito cansado.

— Pode deixar.

Acenei ao me afastar, apertando a alça da mochila contra o corpo.

Realmente minhas aulas de quinta-feira terminavam muito tarde da noite. Eram 23h30 e meu corpo inteiro doía com o estresse acumulado. Minha mente pendia de um lado para o outro o dia inteiro. Não conseguia me decidir se pensava em Jeongguk, no sexo maravilhoso que tivemos durante três dias inteiros, no conteúdo das aulas ou no trabalho para o fim do mês que valia metade da minha nota.

Minha mente barulhenta não me deixou que tomasse consciência de que eu tinha pego o atalho da passagem deserta até os dormitórios que era acostumado pegar durante o dia, nem que ouvisse os passos atrás de mim. Só percebi na merda que tinha me metido quando um par de braços rodeou minha cintura com força e minha mochila voou longe.

— Por que um ômega lindo assim está andando sozinho em um lugar como esse? — Fui girado rapidamente até que desse de cara com um peitoral arfante de um alfa no cio. Ele lambeu os beiços ao me analisar de cima a baixo. — Você está procurando por uma diversão, gracinha? Porque eu estou.

Arregalei os olhos e tentei empurra-lo para longe de mim.

— Não... Me solta!

— Como você se chama, gracinha? — Ele continuou falando e ignorando meus socos em seu peito. — Seu cheiro é tão bom. Vamos aproveitar muito essa noite...

O medo transbordou em minhas veias e meus olhos lacrimejaram quando percebi o que estava por vir.

O alfa enorme me segurou pelo braço e me puxou para si, espremendo seu corpo contra o meu. Senti o quanto ele estava excitado e eu chorei ainda mais, lembrando do aviso que Jimin tinha me dado mais cedo.

— Ele disse para soltá-lo, ou você é surdo?

Um arrepio atravessou todo o meu corpo. Jeongguk estava bem atrás do alfa, as mãos fechadas em punhos e os olhos vermelhos como sangue.

— E quem caralhos é você? Não se meta no que não é da sua conta, seu nanico imbecil — o alfa rosnou para Jeongguk e afrouxou o aperto em volta do meu bíceps.

Love Enemies ੈ✩‧₊ taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora