Capítulo 17

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Pela manhã de segunda, acordei me sentindo estranhamente leve, como se um peso enorme tivesse sido tirado dos meus ombros. Ainda mais depois de encontrar com Jeongguk na cozinha, receber um beijinho rápido na bochecha e um bom dia, enquanto o mesmo saia apressado porta à fora porque estava atrasado para a sua aula. Permaneci muitos minutos parado tentando digerir o acontecimento antes de finalmente conseguir continuar a preparar o meu café da manhã, sorrindo bobo para o nada.

Porém essa felicidade não durou tanto quando queria. Eu mal pude prová-la para então sentir um gosto amargo na língua ao sentar na minha cadeira de sempre e ser praticamente ignorado pelo Hyungsik.

— Bom dia, hyung! — Sorri animadamente para ele.

— Bom dia. — Hyungsik malmente tirou os olhos do próprio celular ao me responder.

— Dormiu bem? — Tentei outra vez.

— Uhum... — Nada.

Um balde de água fria.

— O dia amanheceu bonito após a chuva de ontem!

— Não reparei.

Me calei após essa resposta, muito magoado de repente. As aulas continuaram como sempre e eu permaneci calado ao observar que o Hyungsik continuava sem pronunciar uma palavra sequer, apenas prestando atenção nos professores, ou muito concentrado no próprio celular. Ele havia ficado tão chateado assim depois de ontem à noite? Pensei que tivéssemos nos acertado e seguido em frente, mas me enganei ao vê-lo juntar as suas coisas e se despedir secamente. Não imaginei que o Hyungsik fosse do tipo que guardasse mágoa. Parte das nossas aulas do período da tarde tinham sido canceladas e ele me disse que iria voltar para o próprio dormitório. Não gostei do tom que ele usou, como se conversar comigo fosse algum tipo de obrigação. Também tratei de juntar as minhas coisas, mas o fiz lentamente, tentado deixar aquele assunto de lado.
Meu dia tinha sido totalmente estragado àquela altura.

Eram três da tarde e nem fome para o almoço eu havia sentido. Meu estômago inteiro estava forrado e eu estava muito chateado com o hyung e comigo mesmo. Não conseguia deixar de pensar que, de algum modo, parte da culpa era minha. Eu sempre arranjava um jeito de estragar as coisas, e esse fato me fez pensar em Jeongguk e em como eu provavelmente iria estragar o que quer que estivesse acontecendo entre nós.

Talvez hoje fosse aquele dia dos pensamentos auto-depreciativos. Os intervalos entre esses dias em específicos estavam casa vez mais curtos. Não era um bom sinal.

Me forcei a arrastar os meus pés para fora do meu prédio. Toda a leveza que senti pela manhã evaporou e aquele peso nos ombros, retornado. Tudo o que eu desejava era o meu edredom fofinho do Saitama e um cochilo bom antes de colocar as matérias das aulas em dia.

Mas não foi o que aconteceu.

Ao sair do meu prédio, acabei me deparando com uma comoção muito grande de alunos no lado de fora. Andei para perto, curioso com tudo aquilo, e vi algumas barraquinhas temáticas de comidas que definitivamente não estavam ali quando eu passei mais cedo. O que estava acontecendo? Muitos alunos que reconheci serem de outros cursos estavam espalhados pelo campus e uma música agradável soava de algum lugar.

Me aproximei de uma barraca que distribuía pipoca e perguntei o que significava aquilo tudo para uma garota.

— Ah, você não soube? Os alunos do curso de gastronomia e do curso de música meio que organizaram um mini festival para os outros cursos, por isso as aulas foram canceladas! — Ela dizia com uma empolgação nítida à medida em que acabava com a própria pipoca em um ritmo assustador. Estava tão boa assim?

Love Enemies ੈ✩‧₊ taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora