Capítulo 10

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Jeon Jeongguk era um idiota.

Um babaca. 

Um insensível e todos os outros sinônimos possíveis. Mal pude acreditar nos meus olhos quando aquele imbecil chegou de madrugada no dormitório fedendo a bebida e com uma ômega morena agarrada ao seu pescoço, distribuindo beijos em suas bochechas coradas pelo álcool.

Rangi os dentes, furioso comigo mesmo. Que merda era aquela? Eu nunca fui de me importar de o Jeon trazer ômegas para o dormitório, mesmo gostando dele. Com o tempo aprendi a ignorar. E é claro que Jeon Jeongguk, o alfa gostosão do curso de fisioterapia e líder do time de futebol, não iria estar desacompanhado. Então: que merda era aquela agora? Eu podia sentir a raiva serpenteando por cada veia do meu corpo, queimando e subindo direto para as minhas bochechas e orelhas. E para piorar, o quarto do idiota era de frente para o meu, então todo o cheiro de sexo que impregnava o corredor chegava ao meu quarto primeiro.

Era 01h da manhã e eu estava completamente puto da vida. Eu só queria ter me deitado em paz depois de um banho quentinho e assistido alguns episódios de The Office para me animar após ter recusado mais uma vez uma saída com os meninos. Ainda que tivesse melhorado bastante e frequentado um psicólogo durante a semana para conversar, não me sentia corajoso o suficiente para entrar no meio de uma multidão sem mais nem menos.

Eu estava completamente sozinho no dormitório tomando um chá para finalmente ir dormir quando o vi entrar pela porta como se estivesse em sua própria casa. Inacreditável. Jeongguk me olhou com aquela cara insuportável que ele tinha e me desejou boa noite.

Boa noite? Boa noite!? Porcaria nenhuma! Minha vontade era de bater na porta dele e lhe mandar calar a boca porque agora eu podia escutar os gemidos finos da moça que estava com ele.

Apertei os lábios em uma linha fina. Eu definitivamente não iria ficar ali para escutar aquela baixaria sozinho. Ah, mas eu não ia mesmo.

Empurrei os lençóis para o lado e arranquei o meu pijama do corpo, enfiando algumas mudas de roupas limpas e cuecas na minha mochila. Peguei uma necesseire e coloquei minha escova de dentes, junto ao meu sabonete e alguns outros itens de higiene. Me vesti e calcei um par de tênis antes de sair, cego de ódio. Nem me dei conta de quando entrei no táxi — o que foi fácil de encontrar levando em consideração que hoje era uma sexta-feira— e me afundei no banco. O motorista me deixou na frente do prédio que eu conhecia muito bem e eu praguejei baixinho me sentindo um idiota por ter que tocar aquela campainha naquele horário. O que eu tinha na cabeça?

— Taehyung? — Hyojong abriu a porta, parecendo confuso. Ele olhou bem para o meu cabelo desgrenhado e depois para a minha mochila nas costas. Não devia ser uma boa cena. — Entre. Aconteceu alguma coisa...?

Senti minhas bochechas esquentarem de vergonha enquanto entrava no apartamento deles.

— Quem é, Hyo? — Hyuna se juntou ao marido e arregalou os olhos para mim. — Tae!

— Oi... — Soltei um muxoxo baixo, já completamente arrependido de ter aparecido. — Desculpa o horário... Eu precisava de um lugar pra dormir hoje, então eu... Pensei... Me desculpem. Eu vou embora.

Que vergonha.

— O que é isso, Tae? — Hyojong fechou a porta atrás de nós e pegou a mochila do meu ombro. — Sabe que é da família.

— Aconteceu alguma coisa no seu dormitório? — Hyuna deslizou gentilmente as mãos pelos meus braços, me conduzindo até o sofá. — Por que saiu a essa hora sozinho? Se tivesse ligado, nós iríamos buscá-lo de carro, sabe disso, querido.

Love Enemies ੈ✩‧₊ taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora