Just For You | Kim Taehyung

Thirdy

- Acordem madames!

Eu realmente preferiria ter morrido naquele sonho do que viver mais um dia perto desse imprestável.

Mas ver o Tae morrer doía mais do que viver da maneira que vivo agora. Não suportaria ver ele morto. E eu não posso deixar que meu pai, vulgo, o psicopata do Ricardo, saiba disso, ele já sabe sobre o Taehyung, desde que nos falamos aquela única vez, assim que cheguei. Depois daquela ligação não nos falamos mais.

Faz tempo que não vejo minhas redes sociais, então não sei se eles já estão em turnê, provavelmente sim, isso é bom um por um lado, ele, os meninos e a Nolli vão ficar seguros.

Não sei quando é dia, ou quando é noite, muito menos as horas, e isso só aumenta a agonia que estou passando.

Já fazem 5 dias que estou aqui, não tem muito o que fazer, então quase não tenho o que falar ou pensar. Por partes isso é bom, eu não me canso tanto, e eu nem lembro qual foi o último dia em que comi direito. Na verdade eu não tenho comido, sempre dou minhas migalhas para minha mãe.

A maior questão é que estamos indo de mau a pior, Ricardo tem se comportado de maneira tão agressiva que nem o reconheço mais. Eu costumava chamar ele de pai, agora é mais um mero homem que deveria morrer. Tenho plena convicção de que preciso tentar alguma coisa, mas eu não sei como, já que também não tenho nada pra arrumar um jeito de sair daqui, eu e minha mãe ficamos com fome, sendo maltratadas, e nos preparando para uma morte lá na frente. Eu tenho plena certeza disso. A morte é certa.

- Mãe! Você tá bem?! - Percebi que ela estaca quieta desde o início da noite passada. Isso me deixa preocupada.

- Não muito.... - Ela falou devagar, molhando os lábios com a saliva que não existia.

Ela estava fraca, já fazia muito tempo que ela não bebia a quantidade devida de água, e nem comia direito, e para completar tinha que servir de saco de bancada do Ricardo. E o que eu temia era não conseguir sair daqui antes do pior acontecer.

Eu deitei a minha mãe, coloquei a mão em sua testa, e vi que estava com febre. Droga, 1° sinal de que tem algo errado com ela. Ela estava desidratada, e muito magra.
Não acredito que chegou a esse ponto. Eu vi ela esconder as manchas, eu vi, mas cai em uma mísera desculpa dela! Se eu tivesse prestado mais atenção...

Tudo talvez poderia ser diferente.

- Deixa ela aí, só está fazendo ceninha! - Ele fez cara de desinteressado e saiu do quarto enquanto minha mãe demonstrava que iria desmaiar.

Hoje nós não teríamos café da manhã, e isso não facilitava as coisas para minha mãe. Hoje eu teria que limpar a casa, do teto até o chão, porque esse cara tem fetiche por limpeza, e depois fazer a comida dele, e depois lavar as roupas dele. Minha mãe "descansaria", dizendo ele que isso era uma grande ajuda para ela que estava ficando velha, aish, mínimo que ele pode fazer.

Na verdade esse descanso dela se tornou o tempo perfeito para ela ser feita de boneca sexual dele, o que a deixa sem forças para nada. Temo a morte da minha mãe a qualquer momento, e se eu não conseguir arrumar um jeito de sair daqui eu jamais conseguirei salva - lá.

Me levantei do chão.

- Mãe, eu preciso ir, aguente firme okay? Farei a comida mais forte que conseguir, mas você precisa continuar acordada por favor....

- Eu vou tentar amor... - Ela falou e logo após tossiu de forma seca.

Eu só queria ficar com ela, mas com certeza o Ricardo me bateria muito, e a minha mãe também sofreria com isso, então sai e peguei os produtos de limpeza e comecei a limpar a sala, com um propósito somente.