8 | Você quer descobrir?

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[10 DE MARÇO DE 2020 — TERÇA-FEIRA]

Era como em câmera lenta.

A garganta dele descia até meu pau lentamente, os lábios deslizando na maior lentidão possível pela minha parte íntima, como se o tempo se arrastasse. Engasguei-me de prazer e encostei-me na parede do quarto num relaxamento absurdo, em pé, sentindo meu interior se dilacerar de pra­zer. Minhas cordas vocais, sufocadas pelos chupões lentos de Alec no meu pênis, quase não me deixavam respirar.

Merda... é agora.

Umedeci os lábios; sentindo minhas pernas fragilizarem, gozei inten­samente dentro da boca nele.

— Mano, acorda — Alessandro falou com uma risada, tocando meu ombro e, consequentemente, me despertando do segundo sonho que ti­ve com Alec. — Você tá de pau duro.

Abri as pálpebras subitamente e olhei para baixo — analisando a marca da minha ereção no lençol fino. Chocado, virei-me de costas para Alessandro e esfreguei meus olhos com as costas das mãos. Puta merda.

— Todos os garotos já ficaram excitados enquanto dormia ao menos uma vez na vida — murmurei, como se isso fosse diminuir minha vergonha.

O ouvi rir de novo.

— Claro que já. Só estou te salvando de uma vergonha maior, já que Luca está vindo do refeitório com o nosso café.

— Pensei que não podia trazer café para cá — destaquei, lembrando que os jovens, por não levarem os pratos de volta ao refeitório, foram proibidos disso.

— Não se não trouxer nenhum objeto que seja exclusivo da cozinha.

Acho que ele estava se referindo às máquinas.

— Entendi.

Nem com um suspiro pesado Alessandro me deixou livre.

— Levanta logo.

— Mas que horas são?

— Nove.

— Tá. — Fiz um gesto de espreguiçamento (o tipo de coisa que eu fazia quando queria enganar minha mãe sobre estar me levantando) e me sentei, olhando sonolentamente para meu colega de quarto, que limpava seus óculos na camisa. Ele estava parado perto da porta, a mão na maçaneta, quando garanti: — Pronto.

— Só uma pergunta...

Na verdade ele não me fez nenhuma pergunta hoje.

— Pois não?

— Com quem você estava sonhando?

Eu sorri, totalmente envergonhado, e tirei o lençol de mim para ir ao banheiro tomar meu banho.

— Com ninguém. Meu pênis tem vontade própria. — Isso não era mentira.

Alessandro riu e saiu do quarto, ainda que eu não tivesse certeza de que ele havia mesmo acreditado em mim.

Debaixo do chuveiro, com um rosto de admiração estampado, pensei em como essa já era a segunda vez que eu sonhara com Alec. Isso era a consequência de saber que, aos poucos, eu estava curtindo o garoto. Ele era tão hot, tão fora dos padrões — tanto é que eu havia destacado is­so do domingo à noite —, tão estiloso e tão... imprevisível. Talvez fosse esquisito admitir isso, mas o que era fora da normalidade — pessoas, no caso — sempre atiçava minha curiosidade a ponto de eu não conseguir parar de pensar nelas.

E agora eu parecia estar trilhando esse mesmo caminho cogitativo em relação a Alec. Acho que não faria mal algum tentar alguma coisa, né? Ele estava solteiro — claramente como eu —, e até que conversamos bastante para uma semana. Talvez até demais — mas isso era bom, já que eu assim tinha a certeza de que ele não era nada santo.

ALPHAOnde histórias criam vida. Descubra agora