Entramos na delegacia e rapidamente fomos atendidos por um policial, o qual perguntou o que havia ocorrido e eu expliquei tudo detalhadamente, também tive que dar o endereço do local e apresentar algumas características dos estupradores, no caso, as que eu me lembre, foi tudo tão rápido que mais parecia vários vultos passando na minha frente. Ficamos mais que uma hora na delegacia e Luke já estava impaciente ao acabar a queixa, ele ficava batucando toda hora na escrivaninha do policial, que se irritou e pediu para Luke se retirar, ele revirou os olhos e se levantou da cadeira em direção à porta, tive que me segurar para não rir e piorar nossa situação.
Saí da sala carregando um papelada enorme que me dificultou muito andar até o carro, quase derrubei a pilha umas três vezes. Luke estava me esperando de porta aberta e som ligado mas baixo, e ao sentar no banco, pedi a ele para me levar diretamente para casa, apesar de Luke ter insistido para irmos lanchar em uma padaria nova que havia sido inaugurada perto de casa. Ele realmente estava preocupado comigo, não entendia muito o porquê, éramos amigos há pouco mais de três dias, deve ser normal das pessoas de Sidney, ou sei lá, eu nunca fui de ter muitos amigos, talvez Luke estivesse me tratando assim porque ficou comovido com minha história ou só porque sou nova na cidade, quer apostar quanto que em menos de um mês ele irá desaparecer da minha vida como se nada houvesse acontecido? Apenas questão de tempo, até eu me adaptar por completo, tarefa que será difícil de realizar após o ocorrido de hoje de manhã. Mas algo me dizia, uma parte de meu subconsciente, que Luke não me deixaria tão cedo, deve ser coisa de amizade, por isso, nada demais, embora no fundo eu queria mais que isso....pera, que? O que eu estou falando? Isso estava me assustando bastante então sai de meus pensamentos para conversar ligar o rádio. Certeza que se continuasse a ouvir meu subconsciente, provável que voaria no pescoço de Luke e o beijaria muito, sem motivo nenhum, apenas por impulso, que bom que ignorei meus pensamentos. Voltando ao rádio, minha música preferida estava sendo exibida em um dos canais de rádio, e eu comecei a cantar alegremente, acho que até um pouco alto demais. Luke começou a rir.
- Canta comigo, vai. – chamei-o mas, aparentemente, estava perdido em um mundo paralelo- Luke? Terra chamando Luke, você está bem?
- Anh? To bem, o que foi? – ele perguntou piscando os olhos diversas vezes e depois olha para mim, parecia que estava tentando esquecer de algo.
- Nada, apenas cante comigo. - eu pedi fazendo olhos de cachorrinho manhoso.
- Só se for essa aqui. - Ele trocou de canal e uma musica, para mim, desconhecida começa a soar alto no carro.
- Conhece? – eu nego com a cabeça- é Closer do The Chainsmokers, conhece pelo menos eles, né? – eu assenti.
- Por que não fala nada? – ele ri.
- Estou prestando atenção na letra- eu ri junto.
A musica chegou no refrão e Luke o cantou alto, assustando-me.
- So, baby put me closer in the beackseat of your rover
That i know you cant afford
Bite a tattoo on your shoulder
Pull the sheets right off the corner
Of that mattress that you stole
From your roommate back in Boulder
We aint never gaetting older
O resto era em batidas eletrônicas, então Luke batucou seus dedos no volante de acordo com o ritmo, eu ri. Observei- o cantar o refrão inteiro, Luke cantava muito bem. Até cheguei a pensar que ele só cantou essa parte mais alto para me fazer uma indireta, mas com certeza isso é muita perda de tempo, jamais que Luke me faria uma coisa dessas, eu sou muito paranoica ás vezes.
- Do que você tanto ri? – ele perguntou rindo.
- Nada não- respondi, dando um sorriso.
Luke estacionou o carro em frente a minha casa, agradeci pela carona, ele deu um sorriso de canto sem graça e eu rapidamente sai, estava realmente cansada e tudo o que eu queria era um banho quente, mas não conseguia parar de me preocupar com a reação de minha mãe em relação à tentativa de estrupo que eu sofri, ela não me deixaria sair mais e nem largaria das minhas costas tão cedo.
Entrei em casa e a vi andando de um lado para outro, quando me viu, correu para me abraçar.
- Filha, como você está? Que susto, menina! Fizeram algo com você? Vamos agora fazer um B.O. ! – ela disse e me arrastando até a porta.
- Calma, mãe, não foi nada- respondi em risos- não se preocupe, estamos sujeitas a qualquer atrocidade ao sair na rua, né? Vou explicar a história.
Minha mãe senta no sofá e eu a acompanho. Já sentadas, contei toda a história, detalhadamente e ela não fechou a boca até eu acabar de contar tudo.
- Ainda não acredito que isso lhe aconteceu, bem debaixo dos meus olhos- minha mãe disse massageando as têmporas.
- Mãe, já passou, prometo que vou tomar mais cuidado e não se culpe por isso ter acontecido comigo, está bem?
- Ok, boa noite filha, estou cansada e vou dormir- ela beijou minha testa e se levantou, em direção à escada
Eu apenas sorri e lhe desejei boa noite. Antes de dormir, comi um macarrão instantâneo e assisto um episódio de série que passava aleatoriamente na TV, tempo depois, tomei um banho e deitei em minha cama, adormeci com meus pensamentos ainda ligados à todos os acontecimentos de hoje e à Luke, principalmente a ele. Esse menino tem me ajudado em tanta coisa desde que cheguei aqui, que m impressiona a tamanha gentileza de seu coração, todas as atitudes, risos, abraços e até beijos, chocavam-me de uma maneira tão forte que estranho tanto, já que nunca passei por isso antes, nem com Matias, só que eu nem gostava dele de verdade, né? Não, não com certeza, não. Mas voltando a falar de Luke, ele está sendo tão gentil comigo, deixando meu coração tão feliz, que nem acredito que a felicidade está voltando a reinar em mim. Depois do término com Matias, achei que nunca ia conseguir amar e sorrir de novo, porém me enganei. Voltei a sorrir, será que volto a amar?
Fechei os olhos e dormi tranquila, com Luke e seus cuidados inundando meus pensamentos.
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Heart's Highway
FanfictionCrystall Bschellse se muda com sua mãe e irmão para a glamourosa cidade de Sidney, cartão postal da Austrália, porém nunca imaginou que seu novo vizinho, Luke Hemmings, vindo de uma família tradicional australiana, poderia se tornar um divisor de ág...