Capítulo 13

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P.O.V. CRYSTALL

                    Forcei a porta de casa três vezes, na esperança de estar apenas emperrada ou com alguma coisa atrás dela, só que ela está mesmo trancada. Bateu em mim um leve arrependimento de não ter levado as benditas chaves, porém nunca que eu iria imaginar que minha mãe esqueceria de destrancar a porta pra mim. Resolvi ligar para o celular dela, mas todas as ligações caem na caixa postal, seu aplicativo de mensagens indica que ela entrou por último nele às 19:40, ou seja, pouco tempo antes de eu sair de casa, então olho na garagem e nem seu carro tava. Se ela não estava em casa, Harry estava com quem? Meu desespero atingiu seu ponto máximo na noite e começo a chorar de medo de acontecer algo com ele, e liguei para todo número que aparece na tela de mensagens, até um vizinho aparecer na janela.

- Você é a Crystall? – ele perguntou com a voz rouca de sono.

- Sim, sou eu. – enxuguei minhas lágrimas.

- A sua mãe disse que o carro está na oficina e por segurança, ela trancou a porta de casa.

- Ah sim, obrigada por avisar. – agradeci-o ainda confusa.

                      O homem fechou a janela e eu sentei na escadinha em  frente a porta, realmente me ferrei legal. Olhei para o muro e penso em escalar até meu quarto, mas estava de vestido, não há passagens do quintal da frente de casa para o de trás, ou seja, estava literalmente trancada para fora de casa sem nenhuma chance de conseguir entrar nela. Levantei-me da escada e fui até a garagem onde lembrei de um sofá meio velho, que minha mãe tinha dó de doar e deitei nele, para ver se a noite passa mais rápido e esse pesadelo acabe. Apesar de estar sem cama por uma noite, as lembranças de Luke de beijando por todo corpo insistem em ficar na memória, como minhas paranoias de que o vizinho mentiu para mim e minha mãe está fora de casa com Harry no hospital, de novo, e me mantem acordada por mais uns minutos, até finalmente eu conseguir esquecer de tudo. Porém quando estou quase conseguindo cochilar, uma voz familiar que parece sair das memórias para a porta da garagem. Luke.

                     Levanto-me do sofá, tentando arrumar os cabelos num coque pra não aparentar a cara de sono, enquanto ele se aproxima de mim.

- O que você faz aqui? – dizemos em uníssono.

- Você primeiro. – eu insisto, mas ele recusa e aponta para mim. 

- Bem, minha mãe saiu com o carro e eu não tenho como abrir a porta, por que...

- Regra da meia-noite? – pergunta.

- Que? – fico confusa.

- Aquele acordo que você tem com sua mãe, das sextas e tal.

- Ah sim, exato. Não estou com a minha chave, e só tenho a garagem pra dormir. E agora você, O que faz aqui?

- Então...meio que... eu tava passando na rua pra ver se seu quarto estava aberto e daí notei a garagem aberta.

- Só isso? – Eu sei que tem algo que Luke está me escondendo.

- Vim ver se estava tudo bem contigo, mas obviamente não tá. Então...quer passar a noite em casa?

- Como assim, Luke? Minha mãe me mataria. – sem chances de eu ir dormir na casa dele. Até que eu quero, mas prefiro viver em paz com minha mãe.

- Vai nada, vem logo. Tá frio e você não vai conseguir ficar muito tempo aqui, provável que nem consiga dormir. Do jeito que é uma burguesa safada...

- NÃO SOU NADA DISSO E EU CONSEGUIRIA DORMIR MUITO BEM AQUI! – Levanto do Sofá ficando na frente de Luke, que debocha de mim.

- Okay, okay ruivinha. Burguesa eu até negaria, eu conheço sua mãe e sua casa. Agora, safada...vish....difícil. – ele ri.

- Tá, tá, tá. Vamos logo, tá frio aqui. - com as bochechas coradas, passo por ele que continua a rir.

Começo a caminhar até o portão da garagem mas sinto meu braço puxado por Luke.

- Desculpa, tá?

- Pelo que? – estou confusa de novo.

- Você não gostou da minha zoação agora, né?

- Eu achei engraçada. - desvio o olhar.

- Ufa, achei que tinha levado para o lado pessoal. - ele rir.

                  Como assim ele estava me pedindo desculpa por uma brincadeira qualquer? Algo aconteceu, pois eu sei que não se desculparia por nada, ou ele está sendo gentil, já que eu estava com sono. Balanço a cabeça para esquecer preferi as minhas paranoias, em segui pela calçada com Luke cantarolando baixinho ao meu lado, até chegar em sua casa no final da rua.

- Okay Luke, eu até durmo aqui, mas vou dormir no carro, tá?- eu paro o passo antes de entrar pela porta.

- Como assim? Meus pais nem estão em casa, e sua mãe não vai ligar, só você sair cedinho daqui. – ele insiste.

- Não, prefiro dormir lá. – aponto para o veículo estacionado na garagem aberta. Eu realmente estava com medo de minha mãe descobrir que dormi aqui, e para evitar isso, o melhor a se fazer é eu ir dormir no carro de Luke, e se acontecesse algo, eu apenas saía correndo.

- Vai Crystall, deixa disso, nem tem sentido você dormir nele. Relaxa, okay? Vamos lá pra cima, tenho um quarto de hóspedes pra você. – Ele começa a abrir a porta, mas eu o impeço.

- Luke, de verdade, eu quero ficar aqui, por precaução. – tento com meus olhos, convencer Luke, e finalmente, com um suspiro grosso e alto, ele desiste e me entrega a chave, eu o agradeço com um beijo na bochecha e começo a caminhar em direção do carro.

- Viu – eu paro e olho para ele – você não vai me beijar só no rosto depois de eu te deixar dormir no meu carro. – eu coro e volto para dar um selinho demorado nele nem sei se deveria ter feito isso, visto que nem namorando estamos, mas depois de induzir minha vontade contra à dele e também, pelo fato de eu não querer brigar, o que custava dar um simples selinho em Luke? 






"o que custa dar um simples selinho em Luke?" UI UI UI 

Marina<3


Heart's HighwayWhere stories live. Discover now