Capítulo 8

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P.O.V. CRYSTALL

                    A semana passou rápido como o vento que bate das árvores, quando vi é sábado de manhã e, de novo, estou sozinha em casa. Harry havia ido visitar meus primos em Melbourne e minha mãe viajara à trabalho. Já estava acostumada com essa rotina de final de semana: acordar sozinha, passar o dia lendo ou assistindo filmes, comer qualquer coisa, mas tinha prometido para mim mesma que esse primeiro final de semana em Sidney seria diferente.                                 Levantei da cama e faço minha higiene matinal, seguindo, tomei um café reforçado com direito a panquecas de chocolate e troquei meu pijama por uma calça skiny, uma regata branca com um casaco leve por cima e um tênis casual.  Aproveitei a ausência de atividades interessantes para ocupar meu tempo e vou visitar um shopping que ficava perto de casa e fazer umas comprinhas.                                                                                                                                                                                    Fiquei lá por umas boas horas, pois saí do local apenas ao anoitecer. Comprei umas roupas, como vestidos, e chocolate, já que no meio do passeio, veio uma vontade absurda de fazer uma sessão cinema em casa de durar uma madrugada inteira . Ao chegar em casa, troquei de roupa, um pijama curtinho que ganhei de aniversário e nunca usei, composto de uma regata e  shorts que chega apenas até a dobra da minha bunda, e comecei  a colocar minhas guloseimas em potes fundos para não precisar parar o filme e ir encher o pote várias e várias vezes. Passam-se uns dez minutos, quase tudo pronto, até que um número desconhecido me ligou.

- Alô? - minha voz saiu sem ânimo nenhum. Odiava atender números desconhecidos.

- Oi, crys! É o Luke, você tá...er...sozinha?

- Oi, sim estou. - Ao perceber que é Luke, relaxei um pouco, mas ainda nervosa com a sua pergunta sobre vir em casa enquanto estou sozinha. 

- Posso ir aí te ver? - Dava pra sentir a ansiedade em sua voz, aparentemente sem motivo.

- Pode sim, to te esperando.

- Ok, tô indo.

                Ainda não entendia o porquê de estar nervosa com Luke em casa, somos amigos e nos conhecemos há pouquíssimo tempo. Talvez um dos motivos seja que depois de meu término com Matias, eu não tenha trazido nenhum amigo menino para casa, já que mamãe pegou um leve trauma de amigos meninos. Isso me deixa confusa, por que Luke e ela se deram muito bem. Seu trauma deve estar sendo curado.

                 Desci e fiquei esperando Luke no sofá de casa, pensando, também, no porquê dele vir em casa agora de noite, ele não era o tipo de garoto que sai todo fim de semana? Parece que não, mas sua aparência diz o contrário. Um monte de meninas devem estar em sua cola e ele nem liga, e vem em minha casa, que amizade doida essa nossa. Luke bateu na porta e eu corri para abri-la ,não gostava de deixar ninguém esperando, muito menos amigos meus. 

             Ao vê-lo recostado ao lado da entrada, exibi um sorriso esperando um "oi" ou algo do tipo, mas, como resposta, recebi seus olhos vidrados em minhas pernas, coisa de homem que eu não era acostumada.

- Oi Luke? - tentei tirá-lo do transe, e mexi minhas pernas para ajudar.

- Anh? Oi...er...tudo bem? – perguntou coçando a nuca.

- Tudo, entra. – dou espaço para ele passar.

- O que você está fazendo? -perguntou se virando para mim.

- Na verdade, estava indo ver filme, por que? - fechei a porta e caminhando até uma poltrona.

- Queria te fazer companhia – ele respondeu e eu coro.

Heart's HighwayWhere stories live. Discover now