tudo se foi.
meus pés não tinham mais chão.
dolorosos cortes no coração,
como se enfiassem e retirassem a arma do crime do que me fazia viver.
e eu não queria mais viver.a dor era inigualável.
a morte de um ente querido, não.
era a morte da pessoa que me fez dependente por tantos anos,
e de repente, foi-se embora, sem mais nem menos.eu não queria deixá-la sozinha.
um espaço tão grande, e ela tão pequena, jamais queria deixá-la nas mãos da solidão
mas agora eu me sinto sozinho, abandonado.nesses quartos de paredes brancas, meus pensamentos se embaralham como folhas.
se existisse algum deus, eu perguntaria o que fiz de errado.
o que fiz de errado para que a levasse embora.
meu amor, meu lar.
tirada de mim.
como posso morar em outro lugar.o seu cheiro, o seu beijo,
essa saudade está a me infecctar.
eu sangro, meus pulmões clamam
pelo ar que um dia eu vim com ela à compartilhar.
o mundo não tem mais sentido, nem cor, nem fala, nem graça.
as lembranças deveriam ter ido juntas a ela,
onde meu calor se manteria com o dela.deveríamos morrer juntos, aos 100 anos, como o esteves da metafísica,
ninguém pode tentar me explicar, nada se aplica.
elogiaram tanto a nossa história na mesma noite em que seu corpo se esvaziou.
na noite em que eu me tornei vazio, pelo coração que quebrou.sua falta é a minha assombração,
seus fantasmas são a minha condenação,
minha mente é minha perdição.
por favor, me salve, me resgatesua presença é minha salvação.
OBS: Um poema baseado no livro "A máquina de fazer espanhóis", de Valter Hugo Mãe.
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I Keep An Universe Inside Me
SonstigesNão é uma história em si. São textos aleatórios, de dias aleatórios, de inspirações aleatórias e de uma pessoa aleatória. Porém, são textos reflexivos e talvez, profundos. Com assuntos pesados ou leves, dependendo do meu humor ou da minha história...