Beautiful in white (Jonah Marais)

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- Silêncio, por favor. - Noah, o cerimonialista, bate levemente com uma colher em uma taça e parece surtir efeito, todos se viram para ele, quietos - Obrigado. Agora, algumas pessoas têm palavras para vocês - ele ri quando todos batem palmas e alguns assobiam - Corbyn, por favor - ele entrega o microfone para meu cunhado.
- Boa noite a todos - ele faz um leve movimento com a cabeça. Parece nervoso e como ele mesmo me disse há alguns minutos, estava mesmo - eu tenho muitas coisas para falar - ele ri e puxa a gravata, procurando ar - Primeiro, Jonah, bem vindo a família, cara. - eu aceno para ele - Bom, há alguns anos, eu estava jogado no sofá e essa garota - ele aponta para a mulher mais linda do mundo ao meu lado - chegou tão irritada da rua, que achei que eu fosse apanhar. - uma pausa - A questão é que ela tinha acabado de conhecer Jonah. No começo, eu achava um casal completamente improvável, me desculpe Jonah, eu não ia muito com sua cara - todos riram e eu também - mas depois de um tempo, quando eu olhava nos olhos de S/n, eu via uma felicidade que não tinha explicações. E sim, eu fiquei com ciúmes. Sou irmão mais velho dela, o que querem que eu faça? - ele abre os braços de forma teatral - Eles saíam sempre juntos e eu ficava em casa sozinho. Vacilaram feio hein. Mas parecia uma coisa que eu estava disposto a fazer, se minha irmãzinha voltasse sempre com aquele sorriso. - ele manda um beijo no ar para ela - Jonah, você me deu muito trabalho, cara. Na época em que vocês se conheceram, ela tinha brigado com Mariana e, minha nossa, eu tive que ouvir todos os detalhes de todos os encontros que vocês tiveram. - rio alto - Não, você não pode rir. Me deve essa! E Mari, você também me deve! - ele ri também e manda um beijo para ela. Eles namoram há um ano, mais ou menos - Acho que já estou falando demais, tem mais algumas pessoas para falar, então vou só contar uma história rápida, eu prometo. Me lembro de quando fomos passar um final de semana na casa de campo da Soph, a gente ia fazer um lual, mas começou a chover e a gente teve que ficar dentro de casa. Todos ficamos desanimados, sentados em pleno feriado sem nada para fazer. Então s/n arrumou uns jogos e umas brincadeiras meio doidas e nossa noite não foi um fiasco. Conseguimos fazer o lual na noite seguinte, mas o que quero dizer é: s/n, seja sempre assim, cheia de vida e ideias, sempre animando os outros. Não importa o que aconteça, nunca perca essa sua essência. E Marais... - ele fez uma pausa e eu me ajeitei na cadeira para receber o elogio - se machucá-la, quebro sua cara. Um brinde ao casal, amo vocês! - ele pisca para mim e sai rindo do palco.
- Ouviu isso? - sussurro para s/n, que concorda e ri.
- Se gosta desse seu rostinho lindo é melhor não me machucar. - ela ri e me dá um selinho.
- Oi, gente - ouço a voz de Mariana, melhor amiga de s/n, ao microfone.
- Lá vem. - s/n ri.
- Tudo bem? - Mariana consegue estar mais nervosa que seu namorado. Um murmúrio de "sim" passa pelo salão. - Eu... eu demorei muito para escrever alguma coisa. Conheço s/n há muito tempo, muito tempo mesmo e se eu quisesse fazê-la passar vergonha, acreditem, eu poderia - risos - nós passamos muita coisa juntas e cada momento está guardado aqui - ela aponta para a cabeça - e aqui. - ela aponta para o coração. Olho para s/n e ela está sorrindo com os olhos cheios d'água - Eu poderia contar sobre muitas coisas - Mariana ri com alguma memória - o pula-pula, o skate, a bebedeira com iogurte... - as duas riem - Uma infinidade de coisas. Mas hoje quero que todos aqui sintam o mínimo de toda admiração e orgulho que tenho por essa doida. E claro, a gente quer que seus sogros continuem gostando de você - elas duas riem de novo - Me lembro de todas as festas e passeios que fizemos, mas eles ficaram bem melhores depois que você conheceu o Johny, ele odeia quando o chamo assim, te amo Johny - ela manda um beijo no ar para mim e eu apenas rio.
- Vou matar essa menina - falo para que apenas s/n escute e ela ri.
- Eu e s/n brigamos muito, como em qualquer amizade, mas a briga que eu mais me arrependo foi a de quando estávamos afastadas e ela conheceu o Jonah, mesmo que eu não lembre o motivo da briga. Quando a gente voltou a se falar, os dois já estavam saindo. Engraçado que eu sempre fui a que queria um clichê e s/n sempre reclamava, mas ela e Jonah se conheceram da forma mais clichê possível. E depois, como Corbyn disse, os rolês ficaram bem mais legais - risos - por mais que o Jonah não seja muito do tipo baladeiro, a gente se diverte com as reclamações dele. Ah, inclusive, foi por causa dele que eu comecei a sair com Corb, valeu Johny. Nós fomos em um acampamento, não perguntem o porquê, e quando já estava de noite e já estávamos prontos para dormir e sem nada para fazer, Jonah convenceu todos os meninos e o responsável pelo chalé a fazerem uma serenata coletiva para o chalé das meninas. Depois da serenata ficamos sentados em um grupão conversando e foi aí que comecei a ver Corbyn como outra coisa além de o irmão da minha amiga. - alguns "ah eeeeeeee" dos convidados - Eu desejo tudo de bom para vocês dois, de verdade, eu amo vocês. Não sei como o Johny era antes e nem quero saber, o que me importa é que ele e s/n se amam e que os dois são mais do que marido e mulher, são amigos e isso é um presente. Nossa, ouviu isso? - ela fala diretamente com s/n - Quando foi que crescemos? Marido e mulher. Meu Deus. - ela se recompõe, agora um pouco emocionada - Parabéns aos dois, e Johny, qualquer coisa contra s/n, te mato. - ela sai do palco em meio a aplausos e se senta na nossa mesa ao lado de Corbyn, não sem antes dar um abraço em s/n e bagunçar meu cabelo.
- Agora, parece que o caçula do Jonah também tem algo a dizer. - Noah diz no microfone. E Dimitri aparece com minha mãe um pouco mais afastada, mas não longe o suficiente.
- Oi. Eu não tenho muita coisa para dizer, porque decidi falar de última hora. Só quero falar que eu gosto muito de s/n. - ele se vira para ela - Gosto de você desde de que o Jonah aprensentou a gente. Você é completamente diferente das outras namoradas dele...
- Garoto - vejo minha mãe reclamar no canto e apenas rio. S/n também.
- Ah, mãe. Todos sabem que ele já namorou. Continuando... diferente das outras namoradas dele, quando a gente se conheceu você não me tratou como criança e eu já gostei muito de você por isso. E depois, todas as vezes que você vai lá em casa, quando a gente vê filme ou joga, você nunca me exclui. Gosto muito que você tenha aceitado se casar com esse esquisito. Aliás, tenho que te contar que a ideia do pedido de casamento foi minha e de Mariana, não do Jonah.
- Ei, shiu! - falei da minha mesa.
- Desculpa, mas ela precisa saber que está se casando com alguém sem criatividade. - ele ri - Para quem não sabe, Jonah cobriu a piscina da casa de s/n com pétalas de rosa, e no meio tinha uma balão bem grande, escrito "Casa comigo?". Sinto muito, s/n, a ideia não foi dele, mas posso dizer que foi ele quem procurou a gente pedindo ajuda. Vocês namoram há quase uma década, e mesmo que eu tenha quinze anos, se ele não pedisse sua mão logo eu mesmo pediria. - ele ri - Jonah, sei que você é meu irmão, mas se vocês tiverem algum problema, te expulsamos e adotamos s/n. Ela é muito mais legal que você. - levanto uma sobrancelha para ele, que ri.
- Depois a gente conversa sobre isso - grito da minha mesa e os convidados riem.
- Acho que só tenho isso para dizer. Parabéns aos dois e espero que continuem com nossas noites de filmes e jogos. - ele desce do palco e minha mãe pega o microfone.
- Boa noite à todos. - ela está com o maior sorriso que já vi em seu rosto - Como mãe, sempre me preocupei com a felicidade dos meus filhos e me preocupei ainda mais quando Jonah chegou em casa feliz depois de um quase acidente de carro. Mas quando ele levou s/n pela primeira vez lá em casa para nos apresentar, eu não fiquei preocupada. Não fiquei, porque eu vi naquela garota... - ela aponta para s/n - paz. E muita alegria também. O que quero dizer, é que são um casal lindo e que eu, em papel de mãe, dou a minha bênção para uma vida feliz e com muitos netinhos. - ela começa a chorar. Quando minha mãe começa a chorar não consegue parar - Desculpe, ver meu primogênito casando é uma dádiva... Felicidades aos dois. - ela solta o microfone e desce do palco segurando a barra de seu vestido longo. Confesso que até eu me emocionei um pouco. Mãe é mãe, né.
Meu pai é muito tímido e não sobe ao palco, apenas diz "eu te amo" de sua mesa e eu respondo de volta. A próxima pessoa a pegar o microfone é o pai de s/n.
- Eu não queria subir aqui, porque não sou bom com discursos e muito menos com plateia - ele coça a nuca - mas minha mulher me obrigou. - alguns riem - De acordo com ela, é o casamento da minha filha e eu tenho que falar. Então, filha, eu te amo. Não sei exatamente o que falar, mas Jonah, você é um grande homem e confio em você para viver ao lado da minha pedra preciosa. Filha, tente não o matar, porque vocês mulheres tentam matar a gente mesmo quando não fazemos nada. - ele ri da própria piada e eu concordo - Sejam felizes. Qualquer coisa, sempre estaremos aqui. Isso serve para os dois. - ele dá uma picadinha e desce do palco. Ele é um homem maravilhoso, adoro meu sogro. Sei que por dentro ele está chorando e por isso não tem muito o que falar. E eu entendo, ter que entregar a filha dele a outra pessoa.
- Oi, gente, estão curtindo? - essa aí é a mãe de s/n, sempre muito louca. Também adoro ela - Eu já chorei tudo o que tinha que chorar, então pretendo não chorar aqui. Sempre sonhei com minha filha casando na igreja, de branco e parece que esse sonho se realizou. Melhor ainda, com uma pessoa que não só ela gosta, mas eu também. Bonito, carismático e o mais importante, a ama, e como mãe, eu tenho certeza disso. Como a Carrie disse, eu também fiquei preocupada, mas ela não chegou em casa feliz como o Jonah, depois que se conheceram. Da forma que ela explicou, até eu queria te matar, - ela diz para mim, rindo - mas quando tudo deu certo, e fizemos um churrasco para te conhecer, mesmo assim eu ainda estava preocupada, pelo menos até te conhecer. Sei que fica repetitivo, todos que falaram alguma coisa até agora, falaram que vocês são um casal perfeito e que tudo parece mais legal com vocês por perto, mas é a verdade pura. Vocês são incríveis! Então eu quero fazer um brinde aos recém casados e dizer que também estarei aqui caso precisem. Só quero a felicidade de vocês, mas sou um pouco egoísta e quero netinhos correndo pela casa. - ela ri e levanta sua taça - aos dois e a longa e feliz vida que terão pela frente.
- Mais alguém quer falar alguma coisa? Desejar algo aos noivos? - Noah pergunta quando o microfone fica vazio. Ninguém se manifesta. - Além dessas surpresas aos dois, agora temos uma surpresa para a noiva! - S/n me olha como se perguntasse "O que foi?" quando me levanto. - Mas antes, parece que Jonah tem uma mensagem para s/n. - corro até o palco e pego o microfone.
- Obrigado a todos por terem vindo no primeiro dia do resto da minha vida. - mantenho um sorriso no rosto. Vou contar aqui, a história de como nos conhecemos. - S/n coloca as mãos no rosto, rindo. - Sim, eu atropelei s/n. Foi de leve, não se preocupem. Na hora, ela atravessou a rua apressada e eu meio que "encostei" com o carro nela, mas ela me xingou, e não foi pouco. - rio - Saí do carro para perguntar se ela estava bem e ela simplesmente foi embora. Fiquei plantado no meio da rua e quase que eu fui atropelado. O fato dela ter ido embora mexeu comigo, não sei como e nem porquê, mas passei o resto do dia pensando nela, era uma quinta-feira. Não se se você sabe, mas naquele dia, eu não conseguia falar, não sei o que aconteceu, mas eu estava bem nervoso. Mas aí algumas coisas aconteceram e eu esqueci. A gente tinha acabado de se mudar para cá e na segunda começavam minhas aulas na faculdade, pedi transferência para uma perto de casa. No meu primeiro dia saí atrasado e cheguei na faculdade correndo, e adivinhem quem eu atropelei? - rio de novo - Pois é. Não preciso nem dizer que ela queria me bater né? Todos a conhecemos. Só que eu estava atrasado e perdido e parece que a bondade dela foi maior que a raiva, e ela me ajudou a achar a sala e depois me mostrou a faculdade. E foi assim, eu só "conhecia" a louca atropelada no campus inteiro e a gente acabou se aproximando. Faltava mais um ano para terminármos a faculdade e quando acabou já estávamos namorando. A gente brigou muitas vezes, mas estamos hoje, aqui, casados, e sei que ainda vamos brigar muito. Mas eu te amo, e cada um tem ser fardo. - rio, sem graça. Resolvo que minha atenção será toda para ela. - Você está linda de branco. E enquanto eu te amar, até meu último suspiro, estarei ao seu lado, porque você é incrível e não sei nem como descrever o que sinto quando estamos juntos. - s/n se levanta e começa a andar em direção ao palco - E se tivermos uma filha, espero que ela tenha os seus olhos. Eu amo os seus olhos, não sei se já te disse isso. Eu amo tudo em você. - ela para em frente ao palco, com lágrimas e um sorriso no rosto - Eu amo você. - olho para o cara que está no violão e ele começa tocar o ritmo da nossa música. Canto com todo o meu coração e sem cortar nosso contato visual. Na metade da música, s/n já está no palco, cantando comigo e quando a última nota toca no piano, entregam uma taça de champanhe para cada convidado - Ao nosso final feliz. - e entornamos nossas taças, em meio a beijos e aplausos.


*Baseado na música Beautiful in White de Westlife

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