Vegas (Zayn Malik)

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- Bebe. - Zayn coloca um copo de alguma bebida verde na minha frente.
- Não, como eu disse, pode ficar com todas para você. - dou uma golada no meu refrigerante.
- Ah, qual é, s/n! Sabe onde estamos? - ele abre os braços.
- Sim. - resmungo.
- Não ouvi! - ele grita por cima da música.
- SIM.
- Não parece. É Vegas, baby. É obrigatório curtir! - ele vira um shot e volta para sua bebida verde.
Estamos apenas eu e Zayn, meu melhor amigo desde sempre, em Las Vegas e não aguento mais a noite. Não sei porque aceitei viajar com ele. Só quero voltar para o hotel e me jogar na cama, de onde eu não devia ter saído. Me viro e saio.
- Aonde vai? - Zayn segura meu braço.
- No banheiro, posso? - reviro os olhos e me solto.
- O que foi? Por quê está assim? - ele parece confuso.
- Só preciso ir ao banheiro. - sigo e o deixo falando sozinho.
Duas meninas saem do banheiro, muito bêbadas e rindo e eu me vejo sozinha, sem contar com a moça que está em uma das cabines. Me olho no espelho, maquiagem meio borrada, cara de cansada. Mais que isso, cara de derrota. Era isso. Tinha sido derrotada. E nem conhecia o vencedor. Lavo meu rosto e retoco apenas o batom. Quando volto, Zayn está atracado a uma garota e o copo na mão. Ninguém merece.
- Estou indo embora. - grito e ele parece escutar. Para o beijo e os dois ficam me olhando. A garota querendo me bater e Zayn, perdido.
- Por que?
- Porque eu não aguento mais. Deu por hoje de festa. Vou voltar para o hotel e tomar um bom banho. Pode ficar, se quiser. Até amanhã. - me viro e saio andando.
Paro na porta e tento chamar um táxi. Falho. Tem uma certa quantidade de pessoas ali fora e sinto que tenho de esperar. Pego meu celular para chamar um uber e uma mão segura meu braço. Quase grito de susto.
- Não vai embora. - Zayn diz.
- Por que se importa?
- Vai fazer drama agora? Sério? - reviro os olhos.
- Só me deixe ir.
- Sei que não é muito fã de baladas. Sinto muito. Mas estamos em Las Vegas, isso te diz alguma coisa? Por que veio? Para quê o trabalho de sair de casa para uma cidade assim?
- Eu só queria me divertir com meu amigo, mas ele parece estar se divertindo sem mim. Portanto, vou embora.
- Não estou me divertindo sem você. Quem foi que escolheu a balada?
- Ah, fala sério. Eu escolhi a menos pior! Divirta-se com suas...amigas. - faço sinal para o táxi que ia passando e ele começa a parar.
- Então é isso?
- O que? - já estou cansada, só quero sumir dali. Zayn abre os braços e os solta na perna.
- É disso que se trata? Das meninas? Está com ciúmes?
- Por que eu estaria com ciúmes de você? - cruzo os braços, me sentindo desconfortável.
- Porque é minha melhor amiga. E de acordo com você, estou me divertindo com outras pessoas.
- Que bom que entendeu. - me viro para abrir a porta do táxi, que está buzinando - Bom final de noite.
- S/n! Para com isso. Me fala qual é o problema. Você está assim desde que chegamos. - abro a boca, mas ele continua - Não. Na verdade, não. Você está assim desde que eu comecei a curtir com as garotas. Se não está com ciúmes, o que é então?
- Tchau, Zayn. - reviro os olhos, mais cansada que antes e entro no táxi. Ele tenta me parar, mas o taxista é mais rápido.

No hotel, tomo um banho e me deito com meu pijama e um livro. Mais confortável impossível. Depois de uns cinco capítulos e uma cochilada, alguém bate na porta. Não achava que era Zayn, o quarto dele era no andar de baixo, mas também não tinha pedido nada, o que me fez voltar a primeira alternativa. Me arrastei até a porta com minhas pantufas e rodei a chave.
- Pensei que não abriria. - Zayn está todo molhado. Está chovendo?
- É. - resmungo e entro no quarto, me jogo de cara na cama.
- Vai me dizer o que está acontecendo? - ele parecia muito bêbado, os braços cruzados numa tentativa de equilíbrio.
- Por que está molhado? - falo contra a cama.
- Caí em uma fonte. - ele ri. Me sento de frente para ele, minha cabeça na altura de seu peito. Ele olha para baixo, para mim e coloca a mão em meu cabelo - por que está zangada? Pensei que estava se divertindo.
- E eu estava. Meu Deus, você está muito bêbado! - abraço sua cintura e ele desequilibra.
- Talvez eu tenha bebido mais depois que você saiu. - ele ri e se joga na cama - está chovendo muito.
- O que eu vou fazer com você? - coloco a mão na testa. Ele vai dormir se continuar deitado. - ZAYN! Levanta! Vai molhar minha cama toda! - o levanto com certo esforço.
- E o que que tem? - ele fica em pé. Cruzo os braços.
- Amanhã não vamos à balada nenhuma! Se quiser, pode ir, mas eu prefiro passeios mais abertos. - reviro os olhos - você já faz o que quer mesmo. Agora vai para o seu quarto. - abro a porta.
- Não.
- Zayn, não me testa. Vai para o seu quarto, agora! - caminho até ele e o empurro para a porta.
- Não! Não saio daqui até você me dizer o por quê desse mau humor todo! Se não é ciúmes o que é então? - ele se solta de mim e se apoia na parede.
- Pelo amor. - resmungo e me sento na cama de novo.
- Fala logo, você fica me enrolando, que saco! - ele fala mais alto que o normal e me assusto.
- Não sei porque quer conversar se está nesse estado, não vai se lembrar nem como chegou aqui, amanhã. Você consegue ser chato até bêbado. Deveria ser legal. - reviro os olhos e cruzo os braços.
- Vou te contar - ele se joga ao meu lado, suas palavras são enroladas - alguém me colocou em um carro e eu vim - ele começa a rir, ainda não achei a graça - tava no sofá com a Meggie, ou era Leslie? Stefie? Ah, a garota lá. Bem bonita ela. A gente tava se conhecendo, aí alguém sentou na gente - ele cai na gargalhada - e aí eu fui brigar com um cara e ele bateu no outro, e a garota vomitou. Aí alguém me colocou no carro e o cara me trouxe.
- Não sei se isso fez sentido na sua cabeça, mas eu não entendi porcaria nenhuma.
- A Leslie queria vir comigo, mas o carro correu.
- Quem liga?
- Por que não gosta da Meggie? - ele aponta para mim.
- Você nem sequer conhece essa garota! Tem mania de sair pegando qualquer uma em qualquer balada que vai! - me levanto - Você nunca teve uma namorada de verdade, que tipo de pessoa é você? Quando precisa de alguém, não tem, porque nunca levou ninguém a sério por mais de uma noite em um sofá.
- Por quê se importa? - ele também levanta - você que nunca sai, não se diverte e não confia em ninguém! Posso não ter ninguém quando precisar, mas pelo menos sou feliz nos outros dias!
- E isso é felicidade? Passar uma noite se esfregando com uma pessoa que nem sabe o nome em um canto de uma boate? Se for assim é melhor ser infeliz! - me viro de costas para ele.
- Qual é o seu problema? - ele diz pausadamente.
- Você! Você é meu problema! Já me arrependi dessa viagem!
- Então por que veio? Deve ser muito idiota para achar que eu viria para Las Vegas e não iria todas as noites nas baladas! - fico perplexa. Ele nunca me chamara de idiota. Nunca.
- Devo ser muito idiota para gostar de você. - meu tom de voz diminui. Estou decepcionada. Me sento mais uma vez na cama e abaixo a cabeça nas mãos.
- O que? Você...que?
- É, eu gosto de você - sempre quis contar isso para ele, mas nesse momento eu nunca queria tê-lo conhecido - infelizmente.
- Mas...como? - sinto a cama afundar ao meu lado.
- Também queria saber. Como? Eu sendo sua melhor amiga e sabendo como você, como fui me apaixonar por você? Realmente devo ser muito idiota! - levanto a cabeça e abro os braços.
- Desde quando? - ele ainda está muito bêbado, mas em um estado meio paralisado.
- Não sei. Acho que sempre. Só sei que desde que comecei a te perceber como algo além de amigo, decidi que... - e sem mais nem menos, Zayn me beija.
Me levanto assustada e o encaro, mas não sai nenhuma palavra da minha boca. Zayn também se levanta e me puxa pela cintura, juntando nossos lábios novamente. Não se passa absolutamente nada pela minha cabeça e a única coisa que faço é enrolar minha mão em seu cabelo enquanto a outra descansa em seu peito. Zayn distribui beijos pelo meu pescoço e eu o beijo com certa força. Esperei muito tempo por isso.
Ele me joga na cama e prende minhas mãos acima da cabeça. Ele está todo molhado e sua blusa clara marca todo seu tanquinho. Ele sorri e me beija de novo. Com as mãos presas não consigo fazer nada, apenas retribui seu beijo. Ele me solta e suas mãos vão parar uma em minha cintura e a outra na coxa. Tiro seu casaco molhado e o jogo para algum lugar. Minha mão envolve seu rosto sem que o beijo pare e o puxo para mais perto de mim, se é que é possível. Sua mão que está na minha cintura, desfila pela minha barriga por baixo da blusa e quando ele usa as duas mãos para tirar me blusa, interrompo o beijo.
- Arg. Que foi? - ele reclama, as duas mãos geladas apoiadas na minha barriga.
- Não podemos.
- Que? - ele parece bem confuso.
- Não podemos fazer isso. Você está bêbado e eu estaria me aproveitando de você. - solto um longo suspiro. Eu também não queria parar.
- Mas eu quero! - ele parece uma criança mimada que não vai ganhar seu sorvete e eu rio por isso.
- Eu também! Mas eu e principalmente você, estamos agindo por impulso. Você nem gosta de mim, isso é só a bebida fazendo sua função e eu não posso deixar que isso aconteça.
Ele me encara por um bom tempo, mas por fim se levanta e se senta de braços cruzados. Vou ao banheiro lavar o rosto e fico me encarando no espelho. Não acredito que quase aconteceu, e com ele bêbado ainda por cima. Reviro os olhos e volto para o quarto. Zayn está dormindo em posição fetal na minha cama. Deve estar com frio.
- Zayn, acorda. - o cutuco e nada. Chamo mais duas vezes até que ele abra os olhos - vem, vou te levar para seu quarto.
- Ah, não. - ele resmunga.
- Anda, Zayn. Amanhã a gente conversa.
Ele se levanta e com um certo esforço o carrego para o andar de baixo. Minha sorte é que pela hora, não tem ninguém nos corredores e desço pelo elevador com meu lindo pijama. Zayn anda, mas está mais para lá do que para cá e preciso investir um pouco de força. Demoro até achar sua chave no bolso e finalmente o jogo na cama. Ele já cai de olhos fechados e eu suspiro alto. Esse menino dá trabalho até dormindo.
Tiro sua roupa molhada e o coloco de baixo do chuveiro, de cueca box. Se dormisse molhado, um resfriado era certeza no dia seguinte. Ele reclama, mas tudo o que precisa é ficar um pouco de baixo da água quente. Seco seu corpo, nos lugares em que posso, e não posso fazer nada com sua box molhada. Apenas o enrolo em um roupão e ele se joga de novo na cama, de baixo das cobertas. Dou um beijo em sua testa e saio de fininho, de volta para meu quarto.

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