Imagines Why Don't We/KPOP/1D

Change Your Ticket (Daniel Seavey)

DANIEL

- Vou descer. - declaro.
- Calma, estou terminado.
- Há cinco horas, né Corbyn. - reviro os olhos. Minha mão está na maçaneta.
- Você reclama muito. A culpa não é minha se você se arruma tão rápido. - ele termina de amarrar os tênis e se levanta - Vamos.
   Jack, Zach e Jonah se juntam a nós e descemos para o café da manhã. Minha barriga está me matando e esses garotos não me levam a sério. Estamos em Cancún, fomos convidados para tocar em um festival de música que acontece todo ano. Chegamos alguns dias antes, para aproveitar a cidade e estamos tentando fazer isso o mais escondidos da imprensa possível. Talvez as pessoas não entendam, mas as vezes é cansativo estar querendo curtir um pouco e ter que ficar se segurando para não fazer algo que a mídia possa distorcer contra você.

   Depois do café, resolvemos dar um passeio aos arredores do hotel mesmo, nada muito longe, apenas para não ficarmos presos no quarto. Mais tarde temos um ensaio no local do show, então vamos tentar aproveitar um pouco. Fazemos uma votação para ver que vai ter que subir de novo para pegar as chaves do carro e, adivinhem, eu tenho que subir de novo. Tentei oferecer um pedaço de bolo para Jack, mas ele não cedeu. Para dar uma variada, o elevador estava parado no décimo andar eternamente, e tive que subir de escada. Tenho que dizer que treze andares de escada podem matar, sim.

- Jack... Robert Avery..., você... me paga. - quase não consigo respirar e apoio as mãos nos joelhos em busca de mais ar.

   Uma garota vira na curva do corredor com a expressão completamente irritada e para ao meu lado, de frente para o elevador. Percebo que ela está com uma blusa escrita Why Don't We. Ajeito minha postura, não posso parecer uma pessoa sedentária perto de uma fã. Ela fica me olhando e eu abro um sorriso para ela, que levanta uma sobrancelha.

- Bom dia. 

- Bom dia. - ela responde com uma expressão estranha e se volta para o elevador. Rio.

- Ei, quer um autógrafo?

- Ahn, não. - ela fala sem me olhar, batendo os pés, parece que está ansiosa.

- Mas...

- Garoto, eu não quero conversar, okay? Minha mala foi extraviada e estou com dor de cabeça, me deixa na minha, por favor.

- Nossa, está bem. - saio super ofendido e entro no quarto para pegar a chave.

   Demoro, mas a encontro no chão, perto da mala de Jonah. Tranco a porta e com as chaves no bolso, volto para o corredor. Não vou descer de escada, chega de escada por hoje, vou de elevador e os meninos que me esperem. Quase mudo de ideia, quando chego na porta  do elevador e a garota grossa ainda está esperando por ele. O marcador ainda mostra que ele está no décimo andar.

- Mas não é possível. - falo sozinho e a garota me encara de cara feia. Grossa até sem abrir a boca. Reviro os olhos.

   Começo a andar na direção das escadas, mas  escuto um barulho e o marcador mostra o elevador finalmente em movimento. Volto para frente dele e espero em um silêncio constrangedor, junto com a marrenta. Finalmente, depois de quase o que pareceu um milênio na minha cabeça, a porcaria do elevador apareceu. Esperei que ela entrasse, vai que eu apanho, e entrei atrás. Ótimo, mais um tempo de silêncio constrangedor. Pior que o silêncio em si, foi quando o elevador parou. Simplesmente parou. 

- Mas o que... - meus olhos se arregalaram e quando me acostumei com o escuro, vi a garota marrenta, e ela não parecia bem - Você... - pigarro - está bem?

- O que você acha? - sua respiração está acelerada e ela anda de um lado para o outro.

- Ei - a seguro pelos ombros - você precisa respirar. Devagar, comigo. Inspira, expira. Isso, de novo.