Imagines Why Don't We/KPOP/1D

Down by the Lake (Daniel Seavey)

- O que acha de Dubai? - Daniel diz. Nossos dedos entrelaçados. Estamos deitados na areia da praia mais calma que existe, de noite. Acho que só tem nós dois aqui.
- Gosto. - penso - Mas sou um pouco suspeita para escolher, gosto de muitos lugares. - Estamos planejando nosso casamento perfeito. Sempre fazemos isso, parece ilusório, mas nos divertimos.
- Concordo. - ele ri, sinto seu olhar em mim, mas olho para as estrelas.
- E Cancún?
- Acho que, afinal, também gosto de muitos lugares. - ele diz e rio com ele.
- É uma escolha bem difícil. Tive uma ideia, casamos em um lugar e depois viajamos o mundo!
- Acho que chegamos a um acordo, finalmente.
- S... - meu celular vibra em meu bolso.
Pego apenas para ver uma mensagem do meu pai. Daniel sabe quem é apenas pela minha expressão. " Acabei de chegar e cadê você?" é o que a mensagem diz. Estava muito bom para ser verdade. Passei a tarde toda com Daniel na praia, vimos o pôr do Sol e acabamos ficando aqui. "Estou indo" é apenas o que respondo.
- Acho que temos um problema maior que o lugar do nosso casamento. - Daniel diz e coça a nuca. Apenas concordo com ele.
   Meu pai não gosta dele desde o dia em que nos conhecemos há um ano. Desde então venho me escondendo para sair com ele e meu pai não cede nem um pouco. Ele diz que Daniel Seavey é apenas "mais um rostinho bonito, mas burro". Concordo plenamente sobre a beleza dele, mas o problema que ele tem com a escola não é proposital, ultimamente venho o ajudando a estudar e suas notas estão melhores. Isso, meu pai não vê. Me levanto.
- Tenho que ir. Nos vemos amanhã?
- Amanhã. - ele responde e me dá um beijo de despedida. E que beijo. Suas mãos seguram minha cintura tão forte, que não me movo.
- No mesmo horário. Boa noite. - dou mais um beijo nele, agora eu que o puxo para mais perto, e por fim, pego minha bicicleta.
   Pedalo rápido e chego em casa mais rápido ainda. As luzes estão acesas e o carro na garagem. Suspiro, já me preparando para o sermão. Entro e ele está arrumando a mesa do jantar. Minha mãe nos abandonou depois que conheceu um homem rico, e eu entendo que a superproteção do meu pai vem daí, mas não precisava tanto.
- Onde estava, s/n? - cruza os braços.
- Na casa da Lisa, pai. - vou ao banheiro e lavo as mãos. Quando volto, ele está no mesmo lugar. - O que foi?
- Você... - ele levanta uma sobrancelha e aponta o dedo para mim, mas desiste de falar.
   Não temos o jantar mais animado do mundo, mas consigo mudar de assunto e até acabamos rindo das histórias que acontecem sempre no trabalho dele. Quando acabamos, digo para ele dormir, parece cansado, arrumo a mesa e eu mesma vou dormir, com uma mensagem de Daniel: "Durma bem. Uma flor🌷, para um amor."

Acordo às sete, como sempre, e pedalo para a escola. Estou no terceiro ano e a semana de provas está se aproximando. Me sinto nervosa com isso, mas foco no que os professores dizem, sou do tipo que aprende ouvindo, então é isso que faço. Quando saio da escola, vejo a moto de Daniel, mas ele não está lá. Forçou os olhos para procurá-lo em volta e duas mãos fecham meus olhos. Sorrio.
- Ó, quem será? - falo teatralmente e rio. Passo os dedos por suas mãos macias e encontro ali o anel que dei para ele há alguns meses.
- Eu acho que é o amor da sua vida. - ele diz e pela sua voz, sei que está sorrindo.
- Lisa? - ele tira as mãos e vem para a minha frente. Sua expressão é de uma decepção fingida. - Ah, é você? - rio e ele me puxa pela cintura, me pegando de surpresa. Quase engasgo com a risada.
- Pensei que Lisa fosse morena. - ele dá de ombros e aponta para seus cabelos tingidos de loiro.
- Talvez eu precise de outro par de óculos. - aponto para meus óculos.
- Concordo. - e com isso, ele me beija. Como sempre, um beijo desesperado, como se fosse o último, e eu retribuo.
- Oi, casal. - nos separamos e vemos Lisa. - Vão fazer alguma coisa hoje? Não tenho nada para fazer.
- Vamos fazer um piquenique. - Daniel parece orgulhoso e eu levanto uma sobrancelha. Não sabia disso.
- Dorme lá em casa hoje. Quando eu chegar do "piquenique" te ligo.
- Okay, então. Vou embora, tchau meu casal favorito. - ela sai rindo, quase saltitando.
   Daniel me leva para o lago que fica mais ou menos perto da minha casa. Quando eu era pequena, meu pai me levava ali para eu brincar com Lisa, porque ele fica exatamente no meio do caminho entre minha casa e a dela. Escolhemos um lugar mais afastado, debaixo de uma árvore e nos sentamos, assim como várias outras pessoas.
- Não lembrava de ter marcado um piquenique. - o ajudo a abrir as embalagens. Temos maçãs, sanduíches, caixinhas de suco, que me fazem rir, bolo e biscoitos.
- Planejamento de última hora. Surpresa! - ele joga as mãos para o alto e rimos.
   Começamos a comer enquanto olhamos algumas crianças correndo atrás de um cachorro. Daniel está encostado na árvore e eu estou apoiada em suas pernas. Pego um pedaço do bolo e começo a comer.
- Quem fez esse bolo?
- Eu, obviamente. - ele finge uma expressão de superioridade.
- Aham. E eu fiz aquele lago.
- Foi Anna. Mas poderia ter sido eu, okay? - Anna é a irmã dele. Ela sabe fazer bolo, ele não.
- Imaginei. - rio. Enfio um pedaço em sua boca e ele quase engasga - Bom né? Concorda que não poderia ter sido você?
- Vou aprender, vai ver só. - ele termina de mastigar o bolo e me encara, agora sério.
- O que foi? - termino com o suco.
- Já se decidiu sobre a faculdade? - suspiro.
- Não.
- Desculpa por ficar te pressionando, sei que você mesma se pressiona e também tem seu pai, mas...
- O ano está acabando e ano que vem vamos para a faculdade. - completo a frase por ele - Eu sei. Mas me sinto completamente perdida. Não sei o que fazer e nem onde fazer. E você, decidiu para onde vai?
- Também não. - ele olha para o lago. - E a gente, como fica depois das férias? Sabe, a faculdade pode não ser... - e a frase morre no ar.
- Também não sei. Mas pelo menos temos a certeza de que temos até as férias de verão. Nosso plano é aproveitar cada momento. Certo? - olho para ele, como que para reforçar o que disse a mim mesma.
- Certo. - e então ele abre aquele lindo sorriso e me dá um selinho.
   Passamos o resto da tarde conversando. Falamos bastante sobre como íamos aproveitar cada segundo do tempo que tínhamos e marcamos um cinema para o final da semana. Falamos também sobre meu pai e Daniel quase implorou sobre nós: "Descubra um jeito de fazê-lo mudar de ideia". Eu já não sabia mais o que fazer ou pensar. Depois acabamos caindo mais uma vez no assunto da faculdade e eu só conseguia pensar em como sempre achei que relacionamento à distância nunca funciona. Sempre escolheria terminar à dar essa ilusão à uma pessoa que gosto. Concordamos em pensar mais a fundo sobre e fiz ele prometer que não escolheria a faculdade baseada na minha escolha.
No finalzinho da tarde, quando o céu deveria estar laranja para o Sol se pôr, ele estava cinza e ameaçava uma chuva do caramba. Mesmo assim, eu e Daniel aproveitamos para ficar ali, quietinhos, nos beijando, antes que desse a hora de eu voltar para casa. E faltava pouco. Estava tudo perfeito, até o céu cinza e carregado se encaixava no nosso cenário. Acho que, na verdade, qualquer coisa se encaixava no nosso cenário, porque eu estava ali com Daniel. Qualquer coisa, menos meu pai. E foi exatamente o que, quem, eu vi quando abri meus olhos.
- Ah, não. - sussurrei e Daniel me olhou sem entender. Eu estava deitada em cima dele, ele encostado na árvore. E meu pai atrás da árvore. Era só o que me faltava.
- Pai, a gente...
- O que você pensa que está fazendo, aqui atracada com um garoto em público?!
- Pai, a gente só estava se beijando, não...
- Entra no carro. - ele aponta para trás e só então percebo que ele estava voltando do trabalho.
- Mas pai, ele...
- Carro, agora! - ele me olha com uma expressão que me faz levantar correndo, apenas deixando um selinho em Daniel.
- Desculpa. - digo e ele apenas me mostra uma expressão de "era disso que eu falava".
   Vou de cara amarrada até em casa e me recuso à jantar. Não é a primeira vez que algo do tipo acontece. Tomo meu banho e mando mensagem para Daniel dizendo que não aguento mais isso, que ia pensar em alguma coisa. Ele manda "O que posso fazer para ficar com você?" e me sinto tão mal com essa pergunta que me parece tão sincera e com tantos significados, que vou dormir sem nem responder.