"O amor (...) Não maltrata".
I Cotintios 13. 5ªO tempo deveria parar, as horas congelar, nem que fosse por apenas um dia. Esse era o desejo de Fernanda ao sair da pequena cidade que aprendeu a admirar. Apenas um fim de semana, exatamente dois dias, mas parecia uma semana inteira longe de compromissos, preocupações e lidando com seus dilemas. Desejava ficar mais um dia, mas não podia abusar da boa vontade da sua chefe. Aqueles dias em Rancho Queimado deram a coragem que ela precisava. A chance de se aproximar de Victor de uma maneira que ela jamais poderia imaginar.
Victor era um homem muito interessante, tinha todo o seu lado misterioso, autêntico e difícil, mas nas últimas horas se revelara um amigo, mais do que isso, um verdadeiro cavaleiro. Após aquele beijo que a deixou estarrecida, não pôde mais resistir e entregou todos os seus sentimentos. Não havia mais como lutar contra eles, não era mulher de se apaixonar por qualquer homem bonito, mas o psicólogo tinha algo especial que os atraiu igualmente desde que se conheceram.
Toda aquela raiva era uma tentativa frustrada de espantar sentimentos que não desejavam. Fernanda desistiu de tentar compreender a vida, os propósitos e dar vasão ao seu sexto sentido. Sabia do seu histórico terrível e das escolhas erradas. Com força, amor, e o carinho que ele vinha mostrando o medo foi se evaporando pouco a pouco.
Pegaram a saída da serra catarinense e ela começou a sorrir sozinha ao relembrar da cara da irmã ao vê-los juntos de mãos dadas. Victor não escondia o seu sentimento, pelo contrário, surpreendeu as duas mulheres da casa ao falar o quanto Fernanda o deixava maluco, das discussões e ao mesmo tempo da necessidade de querer abraça-la em todo o tempo.
_ Se você não parar com esse sorriso vou ser obrigado a parar o carro! – escutou a voz profunda de Victor e instante depois ela sentiu o veículo parar.
_ Victor, o que está fazendo?
Ele não disse uma única palavra, mas gentilmente colocou a mão sobre a sua face e tocou seus lábios deixando a marca do seu desejo e de como ela o enlouquecia.
_ Bom, acho que até amanhã chegaremos ao nosso destino – sorriu travessa ao se afastarem.
_ Isso é um convite? – arqueou uma sobrancelha.
_ De maneira alguma – assustou-se com aquela possibilidade. Não poderia negar que ficar nos braços de Victor era como estar em chamas, precisava aprender a se controlar. Ainda estava assustada com a química que havia entre eles, mas não queria avançar o sinal.
_ Então, evite sorrir por muito tempo – deu uma piscada e voltou a colocar o carro na estrada.
_ Por acaso o meu sorriso te enfeitiça? – provocou aproximando a mão em sua nuca.
_ É apenas uma pequena faísca – respondeu e ligou o som em uma musica completamente diferente. Era agitada, mas ela não reconheceu a banda. Percebeu ele sorrir e respirar fundo algumas vezes. Compreendeu a situação. Victor não era qualquer homem e ela precisava aprender a parar de brincar com fogo.
Chegaram a cidade perto das dez da noite. Ambos estavam cansados, porém felizes. Victor estacionou o carro em frente ao apartamento de Fernanda. Retirou sua bagagem do porta-malas e encarou-a seriamente. Ela estava na calçada o aguardando enquanto encarava a porta de entrada do seu prédio. A chave remexia-se em sua mão, indecisa.
_ Não se preocupe, só deixarei sua mala no elevador e já vou embora.
A mulher o fitou confusa. Ele não parecia chateado, mas compreensível. Ela sorriu e estendeu a mão. Destrancou a porta da entrada e chamou o elevador. Quando Victor colocou a mala no chão ela ficou petrificada, com dificuldades pediu algo que não estava em seus planos.
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Incondicional
RomansaFernanda era uma mulher bem sucedida profissionalmente. Com seus 26 anos tinha uma vida estável, mas ainda não se apaixonara. Apesar de ser uma mulher cheia de atitude, carregava algo que a impedia de amar. No entanto, o destino a fez conhecer Victo...