11 (Confiança o bastante)

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Logo cedo o celular de Seokjin apitou, o fazendo acordar assustado com a notificação do aplicativo coreano de mensagens. Não era habituado com aquele som estranho, o usava apenas para falar com os pais, que ligavam na maioria das vezes, Taehyung e, agora, Namjoon. Ainda zonzo, leu o texto recebido.
  de/Namjoon Kim
Quer sair pra tomar um café? :)
[06:33 AM]

você
Namjoon!

Desculpe a demora, estava dormindo lmao*

Se o café ainda estiver de pé, eu topo.[07:12 AM}

  de/Namjoon Kim

Está sim, Seokjin-ssiQual é o seu hotel??Passo ai para irmos juntos

você
O nome é Glory hotel.
Te mando a localização :)

 
Com um sorriso pequeno no rosto, correu para tomar banho e se arrumar. Não exagerou na roupa, apenas o de sempre: jeans, camisa e all star. Pegou tudo o que precisava e desceu para a recepção do hotel, ao aguardo de Namjoon.
 Sentou em um sofá do lobby e após ler uma mensagem do outro, a qual dizia que ele chegaria em aproximadamente dez minutos, sentiu alguém sentar ao seu lado no sofá e o abraçar.

  — Tae-Tae!  — abriu um sorriso e abraçou o amigo de volta.
  — Vamos sair, hyung.  Hoje estou com tempo livre pela tarde.
  — Oh, eu marquei com Namjoon de tomar um café. Acho que ele descobriu algo.
  — Ah... Tudo bem.  — seu sorriso se desmanchou um pouco.  — Não me contou quase nada sobre esse Kim Namjoon, como ele é?
  — Ele é...  — suspirou.  — Não sei como descrever. Acho que, quando nos conhecemos, não foi muito com a minha cara, mas estamos nos entendendo agora.
  — E de aparência?  — o mais novo sorriu de lado e bateu de leve nos ombros de Seokjin.
  — Taehyung!  — riu.  — Isso não importa, não estamos namorando ou algo assim, apenas nos ajudando. Falando nele...  — apontou para frente, onde a figura de Namjoon caminhava calmamente até eles. Quando Taehyung virou o rosto, fez cara de assustado e confuso ao mesmo tempo.
  — Namjoon-ssi?  — arqueou uma sobrancelha.  — Quando Hoseok disse Kim Namjoon e historiador, pensei que poderia ser outro, mas Seoul parece ser uma cidade tão pequena.
  — É verdade.  — desviou o olhar.
  — Vocês se conhecem?  — franziu a testa.
  — Sim, nossas famílias são amigas.  — Taehyung respondeu a última palavra com um tom áspero e logo levantou.  — Tenho que ir, hyung. Até logo, Namjoon-ssi.  O dono do hotel saiu rápido, ele havia ficado estranho ao ver o historiador.
   — Tem algo a mais nesse "famílias conhecidas" de vocês, não é?  — se colocou ao lado de Namjoon.
   — Sim. É uma longa história.  — fitou o mais velho por alguns segundos.  — Vamos?
   — Vamos.  — sorriu e começaram a andar lado a lado.
  

  Caminharam em silêncio, um ao lado do outro, ouvindo os sons dos carros e observando a rua. O mais novo os guiava silenciosamente até o destino final. Logo chegaram em um grande parque com uma cafeteria bem na entrada, onde foram fazer seus pedidos.
  O policial quis café com leite e pãezinhos doces, enquanto o professor optou por um mocha com bolo. Após pegarem seus pedidos, andaram um pouco até encontrarem um banco com sombra por ali. Ansiosos, logo começaram a comer.

  — Acho que estamos comendo doces muito cedo.  — Namjoon brincou após tomar um gole de sua bebida.
  — Eu tenho um amigo, ele é detetive, assim como eu.  — sorriu ao lembrar de Jake.  —  o café da manhã dele de quase todos os dias é um cereal com o triplo de açúcar dos nossos dois pratos juntos.  — balançou a cabeça.  — Uma vez, o vi comer um burrito recheado de balinhas de ursinho.
  — Que nojo.  — colocou a língua pra fora.
  — Pois é.  — comeu um dos pães.  — Mas então, descobriu algo sobre a mala?
  — Não.  
  — Achei que tivesse... Já que me chamou para sair tão cedo.
  — Acordei cedo hoje, quis sair e pensei em te mostrar esse parque.  — comeu um pouco do bolo.  — Algum problema?
  — Não, nenhum.  — bebericou o café.  —Só pensei que não gostasse tanto de mim.
  — Para um estadunidense, você não é tão chato.   — riu.
  — Eu não sou chato.  — revirou os olhos.  — Mas chega de falar de mim, vamos falar de você e de onde conhece Taehyungie.
  — É como ele disse, nossas famílias se conhecem.
  — O que tem por trás disso? É relacionado a você ter ido aos Estados Unidos?
  — Um pouco.  — terminou o doce e fechou a caixa de papel em seu colo.  — Quando estive pelos Estados Unidos, pensei em abandonar medicina e fazer história, como sempre quis. Meus pais descobriram.  — seu tom não era mais divertido.  — Então, me mandaram para a Coreia novamente e disseram que eu deveria terminar a faculdade aqui e me casar,. Já que eu estava tendo "tendências de homossexualismo"  — revirou os olhos ao fazer aspas com as mãos.  — deveria me casar com uma moça de boa família, Kim Jihyo.
  — A irmã do Taehyung.  — encarou os próprios pés.  
  — Exatamente.  — suspirou.  — Eu nunca nem havia a visto na vida e me disseram que era minha noiva. Era um sentimento tão angustiante, me sentia incapaz, fraco... Então, um mês antes do casamento, tive coragem. Tranquei a faculdade e cancelei tudo, meu pai disse que se eu saísse pela porta da casa deles naquela hora, não seria mais parte da família, então, eu sai de casa e da família Kim.   —  tomou o resto de café do copo.  — Morei uns meses com Jimin, meu melhor amigo, aquele que atendeu o telefone por mim quando você ligou, até me estabilizar com o dinheiro que eu tinha guardado e arrumar um estágio. Por um tempo, dei aula para crianças e aulas de reforço, assim que me formei, consegui uma vaga como professor de história no colégio em que foi me ver, comecei meu mestrado e estou onde estou hoje.  — sorriu.
  — Oh.  — comprimiu a boca.  — Você é determinado.
  — Apenas sei que toda liberdade precisa de um pouco de rebeldia.
  — Por que não me contou tudo quando perguntei pela primeira vez?
  — Porque ainda não confiava o bastante em você, além do mais, provavelmente Taehyung te contaria.  — deu de ombros.
  — Faz sentido.  — respirou fundo. 
  — Mesmo com tudo isso, Jihyo era uma pessoa incrível. Antes de cancelar tudo, conversamos e ela me deu todo o apoio do mundo, também não queria casar com alguém que não amava, mesmo que no futuro tenha feito isso.
  — Sinto saudades dela. Desde o acidente... Lembranças de quando eu e Tae-Tae eramos crianças e ela queria brincar com nossos carrinhos, então juntávamos todos os brinquedos e brincávamos escondidos dos pais deles.  
  — Fofo.  — sorriu meio tristonho.  — Mas vamos deixar isso de lado. Vem, tem algo que quero te mostrar!  — levantou, arrastando o mais velho pelo braço.

 Jogaram as embalagens no lixo e se encaminharam até um grande lago localizado no centro do parque. Como eram mais ou menos dez da manhã, pessoas estavam começando a aparecer. Mães com suas crianças levando seus filhos para passear, pais de cachorro levando seus filhos para passear e casais de idosos fazendo caminhadas matinais. 

  — Esse lago é bem bonito, gosto de vir aqui para pensar.  — pendeu a cabeça para o lado, encarando a água.
  — É agradável, o máximo disso que temos em Nova Iorque é o Central Park, só que mal vou para lá.
  — Vem, vamos colocar os pés na água.  —  riu e correu até a beira do lado, tirando os tênis rapidamente e dobrando a calça.
  — Agora?  — olhou-o assustado.
  — O que acha que estou fazendo?  — balançou os pés ao sentir o frescor da água.
  — Oito à zero pra você.  —  riu e revirou os olhos enquanto tirava os sapatos e fazia o mesmo que o outro.
  — Como?  — arqueou uma sobrancelha.
  — Já me deu tantos foras, comecei a contar.  — mordeu o lábio.  — Agradeça por eu não ter começado a fazer minhas piadas de tio, esse humor que estou fazendo com você é o meu nível mais refinado.  — disse com naturalidade, fazendo ambos rirem.

  Permaneceram rindo até que o silêncio se instalou, contudo, não era desconfortável, apenas necessário. Iam se aproximando um do outro conforme as pernas balançavam dentro d'água, quando já não havia mais como se aproximarem lado a lado, seus rostos lentamente ficavam um mais perto do outro. Os narizes quase estavam se tocando, quando o celular de Namjoon começou a apitar incessantemente.

  — Esse é o toque de Jimin, deve ser importante.  — ainda não havia tido coragem de se afastar.
  — Tudo bem, melhores amigos em primeiro lugar.  — as respirações ainda estavam coladas.

  Checou as mensagens e arregalou os olhos, Jimin estava com problemas

  de/Jimminie :)

Hyung?
Pode vir aqui?
Por favor?
Está ocupado?
Não quero te incomodar
Preciso conversar
Responda quando puder
Preciso de você hyung :(

  — Tenho que ir.  — guardou rápido o celular no bolso e calçou os pés com pressa.  — Jimin precisa de mim.
  — Vai.  — sorriu amigável.  — Mas antes...  — se aproximou novamente do outro e deu um pequeno beijo no canto de sua boca, sem chegar a encostar nos lábios.  — Até logo, Namjoon.
  — Até logo, Seokjin.  — disse sem nenhuma reação ao gesto do outro, seu coração estava acelerado demais para isso. 

  Depois das despedidas, o mais novo saiu apressado, pensando no amigo e com medo de que algo sério houvesse acontecido. Enquanto isso, Seokjin ria, pensando que Taehyung estava certo.

💼

Vocês gostaram???
É séeeeeerio???? (impossivel dizer issi sem pensar no Tae aqui, desculpa)
Mas enfim, me digam o que acharam :)
Recomendo olharem a letra da musica na mídia do cap.
A história do namjoon me deixa triste pq ele perdeu muito tempo sendo quem não é, mas fico feliz porque no fim deu tudo certo.
enfim, até a próxima att
(tem um grupo no whatsapp pra quem ler, se quiser entrar, só me chamar na dm do twitter (seeyxxngi)

beijinhoss

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora