14 ( café )

161 29 42
                                    

    Após o café da manhã com Taehyung, saiu apressado do hotel, com medo de se atrasar, então tomou o primeiro táxi na frente da entrada e foi a caminho do apartamento do historiador.
   Já não era mais tão estranho cumprimentar a suculenta da Namjoon e esperar que o rapaz lhe abrisse a porta, estranhamente não ficava mais nervoso, mas ainda sentia um arrepio ao ver o rapaz. Retirou os sapatos enquanto entrava no pequeno apartamento e sorriu para Namjoon. Ambos pareciam estar evitando o momento romântico o qual tiveram no dia anterior, talvez por profissionalismo, talvez por não saberem como falar sobre. Abriu a mochila e tirou dela os livros os quais pegou emprestado da biblioteca aquele dia, então os colocou na mesinha de centro da sala.


 — Obrigado por pega-los pra mim. — fechou a mochila. — Ajudaram muito.
  — São bons livros. — sorriu. — Pesquisei mais sobre a família Go, descobri que a garota da foto realmente é Go Ae-shin. — sentou-se à mesa e abriu o notebook.
 — Não deve ter sido fácil. — o acompanhou.
 — Não mesmo. — suspirou. — Por algum motivo, parecem ter tentado apagar o legado dessa família.
 — Por quê teriam feito isso? Você disse que eles eram ricos e influentes. — ergueu uma sobrancelha.
 — Realmente eram. — rolou os olhos pelas informações na tela do computador. — Alguém deve ter feito alguma coisa que irritou muito o governo.
 — O governo? — apoiou os cotovelos na superfície de madeira.
 — Bem, eles tem o maior poder para apagar pessoas da história. — comprimiu os lábios. — Vasculhou mais essa mala no hotel?
 — Sim. — a colocou em cima da mesa, abrindo-a. — Tem essa caixa de madeira. — retirou a caixa e colocou a mala no chão.
  — Então vamos abrir. — logo o Kim mais novo abriu a caixa com cuidado, revelando uma bandeira. — Essa é a bandeira da Coreia, bem, na época em que ainda éramos Joseon.
  — Está manchada de tinta. — observou. — Parecem... Mãos?
  — Sim. — retirou a bandeira da caixa. — É bem grande, me ajude a abrir.

   Precisaram ficar de pé para que todo o tecido fosse aberto, assim revelando a antiga bandeira do país, o tecido já surrado exibia diversas mãos por toda sua extensão. Os Kims se entreolharam, tentando descobrir o significado daquilo, pensando no porquê daquelas marcas. Ao dobrarem-a novamente, perceberam um bilhete no fundo na caixa. Namjoon o pegou curioso e leu as palavras escritas em coreano.

   — Nunca esqueçam de nós.  — disse em voz alta o recado.
   — Nós?  — franziu a testa.
   — As pessoas que colocaram suas mãos aqui.  — apontou para o tecido.
   — Então devem ter feito algo importante.  — leu o bilhete, tirando-o das mãos do outro.
   — Mas que não foi divulgado.  — respirou fundo.  — Pior, tentou ser apagado. A Ae-shin devia fazer parte disso.
   — Por isso tentaram apagar a família dela.
   — Exatamente.  — suspirou.  — Preciso de um café, quer também?
   — Claro.  — sorriu fraco e guardou as coisas na mala.
  
    O morador do apartamento foi até a cozinha e preparou as bebidas na máquina, logo as levando para mesa e repousando as canecas com o líquido amargo na superfície. Começaram a beber em silêncio, o clima entre eles não estava estranho, mas também não estava normal, se é que um dia já fora normal. O mais velho repousou a caneca azul na mesa e encarou Namjoon tomar concentrado seu café, desejando este não percebesse estar sendo observado, quando iria pegar novamente a caneca, um monte de pelos pulou na mesa, fazendo Seokjin derramar o líquido quente em sua camisa.
  

   — Sra.Hamahn, não acredito nisso!. — o professor saltou da cadeira, assustado. — Seokjin você está bem?
  — Sim, o café não está tão quente. — sorriu de leve, tentando o tranquilizar.
  — Eu te empresto uma camisa minha, vem. 

  Caminharam até o quarto, foi quando o mais velho finalmente viu os aposentos de Namjoon. Tudo ali combinava com ele, desde o piso de madeira, até a roupa de cama com um quase do Van Gogh no tecido, a estante cheia de livros, assim como uma aparente mesa de estudos. Lhe estendeu uma toalha e uma camisa grande, cinza e lisa. O detetive pegou os objetos e agradeceu, se virando de costas e retirando a camisa sem muita vergonha enquanto limpava do corpo o resto de cafe. Sentiu o olhar de Namjoon em suas costas.

  — Esses sinais são de nascença? — perguntou direto, observando os vários sinais marrons nas costas do mais velho.
 — Sim, meus pais tinham medo de que fossem me dar algum problema de pele, mas apenas são sinais. — deu de ombros, vestindo a camisa.
 — E este? — se aproximou mais do outro, quase tocando em sua pele por cima da camisa. O local em que ele apontava, ficava uma cicatriz não muito grande, logo abaixo de sua barriga.
  — Ah. — sorriu de leve. — Foi da vez em que levei um tiro.
 — E fala isso de maneira tão simplista. — riu anasalado.
 — No meu trabalho é meio normal. — fitou o rosto do mais alto. — Aconteceu dois anos atrás, uma perseguição contra um assassino em série. Depois de meses o procurando, o achamos escondido em uma fábrica de tecidos, eu estava sem colete, despreparado. Apenas eu e Santiago estávamos no caso, foi quando nos separamos para procura-lo pela fábrica. — comprimiu os lábios. — Levei um tiro e Amy o acertou na cabeça com uma cadeira.
  — Seria engraçado se não fosse trágico. — estavam ainda mais próximos.
 — Sabe o que realmente seria engraçado? — sorriu.
 — Não, o quê? — arqueou uma sobrancelha.
 — Se eu te beijasse agora. 

  Dito e feito, o mais velho colou seus lábios com os de Namjoon, finalmente sentindo o calor da boca do outro.  Era engraçado, porque ambos sentiram a mesma sensação de quando se viram pela primeira vez, só que mais forte e o calafrio era maior, não entendiam o porquê, apenas que era certo. Seokjin emaranhava seus dedos nos cabelos pretos do outro, enquanto sentia sua cintura ser apertada aos poucos. 
  Se afastaram quando sentiram uma bola de pelos passear entre suas pernas. No final, a gata havia os ajudado bastante, mesmo que por caminhos duvidosos. Os rapazes trocaram um olhar cúmplice, seguido pela fala de Namjoon.

 — Vou colocar sua camisa pra lavar. — pegou a toalha e a camisa suja. — Pode ficar aqui em casa até que seque?
 — Se for pra esperar aqui com você, eu posso. — riu e selou seus lábios com os do outro mais uma vez, sentindo o mesmo frio na barriga.


💼


Finalmente um beijo desses dois aaaaaaaaaaa
espero que tenham gostado, beijinhos

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora