13 (operários)

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  Taehyung acordou cedo naquele dia. Fez uma visita rápida ao Glory, conversou um pouco com os funcionários, viu se estava tudo em ordem. Então, ao sair, encontrou com Seokjin e rapidamente acordaram em tomar café da manhã juntos.
  Caminharam juntos, conversando trivialidades, até o restaurante do hotel. Sentaram, fizeram seus pedidos e então, o mais velho mudou de assunto.
  — Namjoon me contou sobre a relação de vocês. Não fazia ideia de que ele iria casar com Jihyo noona.
  — Ele ia.  — comprimiu os lábios. — Se houvesse casado com ela, Jihyo estaria bem agora...
  — E Namjoon estaria infeliz, provavelmente ela também.
  — Mas aquele acidente  — disse a palavra com desenho.  — nunca teria acontecido.
— Só que aconteceu e você não pode culpa-lo por isso.
  — Sei disso...  — respirou fundo.  — Culpo a mim mesmo porque sei que não foi um acidente, eu poderia ter evitado, mas fui fraco demais.
— Você fez tudo que pôde. — foram interrompidos pelo garçom com seus pedidos. Rapidamente começaram a comer.  — Eu e Namjoon, nós quase nos beijamos ontem.
  — Sério?  — arregalou os olhos. 
  — Sim. Mas o amigo dele acabou tendo problemas e ele teve que ir ajudar.
— Você gosta dele?  — tomou um gole de chá.
  — Não sei.  — suspirou.  — Mas não posso me apegar demais, tenho apenas mais duas semanas aqui.
  — É verdade. Porém você não pode deixar seus sentimentos oprimidos.
  — Sei que não. Acho que apenas o tempo me dirá o que fazer.

  Logo mudaram de assunto, terminaram de comer e se despedirem, com Seokjin alegando que precisaria se encontrar com Namjoon para a pesquisa.
  Saiu do hotel e dirigiu sem rumo, até parar na frente de um museu. Não lembrava daquele local. Pagou sua entrada e começou a analisar as obras, muitas pinturas bonitas estavam sendo expostas ali.
  Ao passar os olhos por uma das salas, seu olhar foi prendido por um homem de cabelos pretos. Ele parecia falar com propriedade com uma mulher ruiva sobre uma obra. Observou suas roupas e sorriu, pensando que as vezes sentia vontade de se vestir daquela forma, mas o trabalho acabava exigindo algo mais social. Calça de alfaiataria, vans, camiseta branca e óculos redondo o faziam parecer ter saído de algum perfil do tumblr. Deveria ter uns 25 anos no máximo.
  Desviou o olhar quando um quadro lhe chamou a atenção e caminho até a pintura. Nele, diversas pessoas estavam com rostos sérios em frente a chaminés de fábricas. Apenas teve tempo de ler sua data, quando escutou uma voz masculina falar ao seu ouvido.
   — Operários, 1933, Tarsila do Amaral.  — se virou assustado e percebeu que era o "tumblr boy"  — Ela é brasileira, essa obra é do movimento modernista.  — sorriu. — Desculpe, acabei nem me apresentando. Sou Choi Minho.
— Kim Taehyung. — correspondeu o sorriso. — Me assustou.
— Não foi minha intenção, mas te vi tão compenetrado no quadro, não quis apenas dizer um oi. Preferi dar uma informação útil. — seu tom era leve
— E como sabe dessa informação, Minho-ssi? É estudante de arte? — arqueou uma sobrancelha.
— Não, não. Me formei há muito tempo, sou o curador de arte do museu. — riu.
— Oh, você é tão novo e já tem esse tipo de cargo.
— Não sou tão novo assim. No próximo ano já terei meus trinta anos.
— Parece ser tão novo! — arregalou os olhos. — Jurei que tivesse no máximo 25 anos.
— As aparências enganam, Taehyung-ssi. — sorriu ladino. — Se importaria se eu te mostrasse as outras salas do museu?
  — Fique à vontade.  — colocou as mãos nos bolsos da calça social.  — Me mostre todo o seu conhecimento em arte.
  — Isso foi um desafio?
  — Se você tiver interpretado que sim...
  — Então, desafio aceito.

  Dito e feito, Minho apresentou a Taehyung o máximo de pinturas, desenhos e esculturas possíveis, realmente impressionando o mais novo com seus conhecimentos. Passaram por aproximadamente quatro salas, ate o mais velho afirmar que, para Kim entender tudo direito, ele precisaria voltar ali outro dia para ser explicado com mais calma.

  — Então, isso é um novo convite para vir? — arqueou uma sobrancelha.
  — Com toda certeza.  — aproximou seu corpo ao de Taehyung  — Nessa rua tem um lugar que vende bubble tea, quer tomar?
  — É uma ótima ideia.  — sorriu.

  Não demoraram muito para chegar até o dito local, com o nome, Tea Cup, escrito em letras vibrantes. Fizeram seus pedidos e os receberam logo em seguida. Quando Taehyung iria aceitar o canudo descartável, Minho negou e pegou os copos, levando-os até a mesa.

  — Essa opção é melhor.   — tirou da mochila dois canudos reutilizáveis.
  — Por que leva dois consigo?  — sentou à mesa.
    — Precaução.   — deu de ombros.  — Então, Taehyung, o que faz da vida?
  — Hotelaria.   — tomou um gole do chá verde.  — Atualmente, sou dono do Glory Hotel.
  — Interessante. Acho que já ouvi falar de lá.
  — Tenho uma ligação estranha com aquele terreno.  — franziu as sobrancelhas.
  — Estranha? Como assim?
  — Quando pisei lá, era apenas um terreno vazio, mas senti que deveria comprar e fazer daquilo um hotel.  — suspirou.  — Depois fui pesquisar sobre e descobri que realmente havia um hotel ali, há décadas atrás.
   — E o que aconteceu com o hotel de antes?
   — Explodiu. Não sei o motivo, mas a antiga dona tirou todos os funcionários de lá e colocou o prédio a baixo. Acho que aconteceu no final da década de 10.
   — Que estranho.  — pendeu a cabeça para o lado.  — E você o batizou de Glory por quê?
  — Esse era o nome do antigo hotel. Quis prestar uma homenagem.  — deu de ombros.
  — E se o fantasma da dona do hotel vir atrás de você?  — riu.
  — Por que será que todos acham isso? Estou fazendo um favor, continuando o legado dela, não?
  — Mas ela quis acabar com aquele lugar.  — bebeu o líquido.
  — Realmente não sei... Mas se a alma dela vier me fazer uma visita pela noite e disser que devo explodir tudo, quem sou eu para contrariar? 
  — Encontrei a pessoa a qual estava precisando.  — apoiou o rosto nas mãos?
  — Como assim, Minho-ssi?  — franziu a testa.
  — Uma pessoa tão maluca quanto eu.  — deu um tapinha de leve no braço de Kim.
  — Isso foi um elogio ou ofensa?
  — Um grande elogio.  — piscou o olho esquerdo para o outro.

  Terminaram suas bebidas, então Choi se ofereceu para levar o mais novo até seu carro. Ao chegarem na frente do veículo, Minho tirou uma caneta da mochila.

  — Feche os olhos e estenda a mão.  — sorriu.
  — Por que eu faria isso?  — perguntou confuso.
  — Apenas confie em mim!
  — Tudo bem.  — suspirou.

  Com destreza, o curador do museu escreveu na mão do outro seu número de telefone e arroba do instagram com um sorrisinho no rosto.

  — Pode abrir.  — tampou a caneta.
  — Isso é seu número?  — leu as informações escritas em sua pele.
  — E o meu instagram ali embaixo.
  — Você é rápido.  — disse entrando no carro.
  — O tempo não para, Taehyung-ssi.  — sorriu e se apoiou na janela aberta.

  Então, se despediram com um aceno de cabeças e cada um com sorrisos pequenos em suas bocas.

  — É... O tempo não para, Minho.
— murmurou.

 — murmurou

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💼

Espero que tenham gostado.

E ai? O que acharam do @ do tae tae?

Até a próxima att, bebês.

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora